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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Halloween é contrário à fé católica

Fonte:rccap.blogspot.com

A Arquidiocese do México, em um artigo sobre a festa de Halloween no semanário "Desde la Fe", disse que "se procuramos ser fiéis à nossa fé e aos valores do Evangelho, teríamos que concluir que a atual festa do Hallowen não só não tem nada a ver com a celebração que deu origem, mas também é nociva e contrária à fé e a vida cristã". (acidigital.com – 29/10/2007). A Arquidiocese considera que o Halloween "rende honra a uma cultura da morte, que é produto da mescla de costumes pagãos" e o mais grave "é que a festividade foi se identificando com grupos neopagãos e celebrações satânicas e ocultistas".

No texto intitulado "Perguntas frequentes sobre o Halloween", o Arcebispado afirma que essa celebração dista muito do que devem celebrar os cristãos, por isso exortou aos fiéis a não celebrar o Halloween. Afirma ainda que em alguns países como México, Irlanda e Estados Unidos são realizadas, durante esta festa, missas negras, cultos esotéricos e outras reuniões relacionadas com o mal e o ocultismo".

O artigo também questiona o costume, principalmente entre crianças, de disfarçarem-se de bruxas, vampiros, fantasmas e monstros, e convida os pais a, no dia 1º de novembro, disfarçarem seus filhos de personagens bíblicos ou alguma pessoa que "saibam que foi boa e que, portanto, certamente estará no céu".

O Halloween é uma festa muito comum nos EUA e na Europa e é celebrada no dia 31 de Outubro, mas é de origem pagã. A comemoração veio dos antigos Celtas, um povo que habitava a Grã-Bretanha (Inglaterra, Escócia, Irlanda) há mais de 2 mil anos, vindos da Ásia. Os Celtas realizavam a colheita nessa época do ano e, segundo um antigo ritual de sua religião druida, os espíritos das pessoas mortas voltariam à Terra durante a noite, no último dia do ano, que para eles era o dia 31 de outubro. Os mortos queriam, entre outras coisas, alimentar-se e assustar as pessoas. Acreditavam também no aparecimento das bruxas, consideradas mulheres que tinham vida sexual com demônios e que faziam muito mal às pessoas, ao gado etc.

Com isso, os Celtas costumavam se vestir com máscaras assustadoras para afastar os espíritos e as bruxas. Esse episódio era conhecido como o “Samhaim”. Com o passar do tempo, os cristãos chegaram à Grã-Bretanha, converteram os Celtas, especialmente com o trabalho de São Patrício no século IV e São Columbano no século VI. Com isso, a Igreja Católica transformou este ritual pagão em uma festa religiosa. Ela passou a ser celebrada nesta mesma época e, ao invés de honrar espíritos e forças ocultas, o povo recém catequizado deveria honrar os santos. Daí veio o “All Hallows Day”: o dia de Todos os Santos.

A tradição entre estes povos continuou e, além de celebrarem o dia de Todos os Santos, eles celebravam também a noite da véspera do dia de Todos os Santos com as máscaras assustadoras e com a comida. A noite era chamada de “ All Hallows Evening”, abreviando-se, veio o Halloween.

Vemos assim que a tradição de comemorar as bruxas ou outros espíritos não é cristã e deve ser evitada, ainda que tenha apenas uma conotação folclórica. Devemos, sim, celebrar o dia de todos os Santos.

As informações deste artigo foram retiradas da revista de Dom Estevão Bettencourt (PR n.464/2001, pág.47s)

Professor Felipe Aquino
Escritor e Apresentador da Tv Canção Nova

Infelizmente muitas pessoas acham que a festa do halloween é uma brincadeirinha onde, principalmente as crianças, saem em busca de doces, de donativos, mas na realidade a tal festa induz ao sacrificio de crianças (principalmente nos EUA) em honra de satanás e outros demônios, realizado por bruxos em rituais demoníacos, no intuito de conseguir dos espíritos imundos sucesso e prosperidade. As seitas satânicas espalhandas por todo mundo inclusive no Brasil agem sem dor nem piedade na celebração da festa do halloween, matam lentamente as crianças e as ofertam aos demônios, bebendo o seu sangue.

Você já assistiu ” As Crônicas de Narnia: a viagem do peregrino da alvorada”? Imperdível!

Fonte: Blog Carmadélio
Pedro Ravazzano


Com spoilers!

The Voyage of the Dawn Treader, o quinto livro da saga de C.S Lewis e o terceiro filme da série, endossa com mais vigor a forte referência cristã que permeia toda a obra. Além da defesa clara das virtudes e dos valores humanos, o enredo e a construção das personagens aprofundam nas relações dos homens e na perspectiva de transcendência diante do sagrado.

A obra é muito bem construída e nela cabem tanto leituras alegóricas e morais como anagógicas. Para um espectador desavisado “As Crónicas de Nárnia” serão apenas filmes com memoráveis cenas de ação e uma temática que é digna da atenção de toda a família. Claro que essa percepção, ainda que superficial, é válida e frutífera. Não obstante, é na compreensão do sentido mais profundo que os escritos de C.S Lewis se fazem plenos. Esse supra-sentido, como diz Dante Alighieri, “ocorre quando se expõe espiritualmente um escrito, o qual, pelas coisas significadas, significa as sublimes coisas da glória eterna.” (Convívio, II, 1) .

No terceiro filme destaca-se três grandes momentos; toda a incursão dos homens na luta contra o Mal – e aqui se sobressai a maldade em sua essência mais bruta que relaciona-se diretamente com a ausência do amor, de Deus – a forte transformação e redenção de Eustáquio e, por fim, a apoteótica despedida de Aslam a Lúcia e Edmundo.

A obra se forma centrada na saga dos homens que iniciam uma empreitada pela salvação dos narnianos oprimidos e perseguidos pelo Mal. Vale frisar, primeiramente, que os viajantes são aconselhados por um virtuoso mago a enxergarem não apenas as trevas que assolam Nárnia mas principalmente a escuridão que habita neles. Isso se confirma diante das tentações e provações que pelas quais passam. Assim como eles poderiam escolher o mal optam, livremente, pelo caminho do bem. Ademais, essa temática se afasta com firmeza de qualquer princípio calvinista; ainda que sem Deus o homem nada possa, é na sua abertura à graça que o Senhor age.

Outra cena bem particular é a transformação de Eustáquio. O que era um garoto pobre em virtudes e valores, desprovido de qualquer percepção do Sagrado – vide a sua relutância em compreender a “fantasia” de Nárnia – redimi-se após a forte experiência da mutação em dragão. O momento do seu retorno à forma humana inicia-se com a tentativa de com as suas garras cortar o grosso coro draconiano – isso após uma atuação extraordinária contra a diabólica serpente marinha. Ou seja, já há o fundamental desejo e a essencial vontade de livrar-se da condição de miserabilidade. Não obstante, sem Deus, sem Aslam, não poderia fazer. Surge então o Leão que com as suas patas cortando a areia e o seu majestoso rugido rompe a carapaça que cobria o Eustáquio velho, dando-lhe um banho – o batismo. Assim nasce um novo homem redimido pela ação do Senhor. O próprio atesta em seguida; “A princípio ardeu muito, mas em seguida foi uma delícia”

Por fim a cena mais impactante dessa obra; a despedida final. Lúcia e Edmundo, assim como Susana e Pedro, foram avisados que não mais poderão retornar. Aslam, então transfigurado em Cordeiro – clara alusão ao Cordeiro de Deus, Jesus Cristo – os apresenta ao seu país, protegido por uma densa parede aquática e que só poderia ser desbravado pelos homens que não mais intentassem voltar; a ida será definitiva. A jovem Lúcia, comovida com a partida, questiona o Leão. Vejamos o trecho completo:

Continuaram e viram que era um cordeiro.
– Venham almoçar – disse o Cordeiro na sua voz doce e meiga. [banquete do Cordeiro?]
Notaram que ardia sobre a relva uma fogueira, na qual se fritava peixe. Sentaram-secomeram, sentindo fome pela primeira vez desde muitos dias. E aquela comida era a melhor de todas as que haviam provado.
– Por favor, Cordeiro – disse Lúcia –, é este o caminho para o país de Aslam?
– Para vocês, não – respondeu o Cordeiro. – Para vocês, o caminho de Aslam está no seu próprio mundo.
– No nosso mundo também há uma entrada para o país de Aslam? – perguntou Edmundo.
– Em todos os mundos há um caminho para o meu país – falou o Cordeiro. E, enquanto ele falava, sua brancura de neve transformou-se em ouro quente, modificando-se também sua forma.
E ali estava o próprio Aslam, erguendo-se acima deles e irradiando luz de sua juba.
– Aslam! – exclamou Lúcia. – Ensine para nós como poderemos entrar no seu país partindo do nosso mundo.
– Irei ensinando pouco a pouco. Não direi se é longe ou perto. Só direi que fica do lado de lá de um rio. Mas nada temam, pois sou eu o grande Construtor da Ponte. [Cristo, Pontífice e Sumo Sacerdote da humanidade diante de Deus] Venham. Vou abrir uma porta no céu para enviá-los ao mundo de vocês.
– Por favor, Aslam – disse Lúcia –, antes de partirmos, pode dizer-nos quando voltaremos a Nárnia? Por favor, gostaria que não demorasse…
– Minha querida – respondeu Aslam muito docemente –, você e seu irmão não voltarão mais a Nárnia.
– Aslam! – exclamaram ambos, entristecidos.
– Já são muito crescidos. Têm de chegar mais perto do próprio mundo em que vivem.

– Nosso mundo é Nárnia – soluçou Lúcia. – Como poderemos viver sem vê-lo?
– Você há de encontrar-me, querida – disse Aslam.
– Está também em nosso mundo? – perguntou Edmundo.
– Estou. Mas tenho outro nome. Têm de aprender a conhecer-me por esse nome. Foi por isso que os levei a Nárnia, para que, conhecendo-me um pouco, venham a conhecer-me melhor.


Aslam, o Cordeiro de Deus e o Leão da Tribo de Judá, é Nosso Senhor Jesus Cristo!

Igreja tornará mais rígida análise de supostas aparições sobrenaturais

Fonte:Blog Carmadélio


Católicos que afirmarem ter testemunhado “aparições” da Virgem Maria terão que se submeter a um voto de silêncio sobre o fenômeno até que ele seja devidamente investigado pelo Vaticano, segundo um conjunto de novas diretrizes a serem encaminhadas a bispos e dioceses do mundo inteiro.
As supostas aparições passarão a ser examinadas por comitês de dioceses, formados por exorcistas, teólogos e psiquiatras.

A decisão foi divulgada pelo jornal católico online Petrus, dedicado ao pontificado do papa Bento 16.

O diário antecipou alguns detalhes da ordenança papal que atualiza regras determinadas em 1978. Serão investigadas alegações de aparições da Virgem Maria, de santos, de Jesus Cristo e “fenômenos” como estátuas que derramam lágrimas de sangue e o surgimento de chagas no corpo.

A Santa Sé está preocupada com a divulgação de mensagens inconsistentes que poderiam causar desorientação nos fiéis.

Investigação

Pelas novas diretrizes, cada diocese deverá compor o seu próprio grupo de especialistas, e o bispo tem autonomia para interromper ou dar prosseguimento ao caso.

Eles deverão receber as informações sobre a suposta aparição e investigar a vida de quem alega ter entrado em contato com a Virgem Maria.

Para isso, os membros dos comitês, em casos específicos, podem até mesmo solicitar análises de computadores pessoais para rastrear possíveis pesquisas em internet.

O autor da denúncia da hipotética aparição também deverá se submeter a visitas de psiquiatras e psicólogos ateus e católicos. O objetivo é atestar a saúde mental e descartar a ocorrência de delírios ou doenças de caráter histérico.

O Vaticano desconfia ainda que muitos dos “fenômenos” suspeitos “sejam obra de demônios” e, durante o processo de apuração, em última instância, o fiel deverá enfrentar o interrogatório de um ou mais exorcistas.

A Igreja quer também ser a única a poder anunciar o que considera como verdadeiros “milagres”.

O voto do silêncio é a condição principal para que uma aparição seja levada a sério. O descumprimento desta deliberação vai esvaziar o provável interesse das autoridades eclesiásticas em estudar o caso.

Aparições

A comprovação de uma aparição pelo Vaticano pode levar tempo.

A última confirmada foi a visão de Nossa Senhora de Laus, na França, que recebeu a bênção da Igreja em maio de 2008, três séculos depois de ter ocorrido.

Segundo estudo do teólogo René Laurentin, ao longo da história da Igreja Católica, a Virgem Maria teria aparecido 2.450 vezes.

Dos 300 processos de investigação abertos no século 20, apenas 12 foram oficialmente reconhecidos como legítimos pelo Vaticano.

Aspectos essenciais do ser cristão.

É bem conhecido o texto de Mt 16,13-24, que apresenta alguns dos aspectos essenciais da nossa fé cristã, aspectos que jamais poderemos esquecer se quisermos ser realmente fiéis a Nosso Senhor. Vejamo-los um a um:

Primeiro. A pergunta de Jesus: “Quem dizem os homens que eu sou?” Notem que as respostas são muitas: umas erradas, outras imprecisas, nenhuma satisfatória. Estejamos atentos a este fato: somente a razão humana, entregue às suas próprias forças, jamais alcançará verdadeiramente o mistério de Cristo. A verdade sobre o Senhor, sua realidade mais profunda, sua obra salvífica, o mistério de sua pessoa e de sua missão, sua absoluta necessidade para que o mundo encontre salvação, vida e paz somente podem ser compreendidos à luz da fé, isto é, daquela humilde atitude de abertura para o Senhor que nos vem ao encontro e nos fala. O homem fechado em si mesmo, preso no estreito orgulho da sua razão, jamais poderá de verdade penetrar no mistério de Cristo e experimentar a doçura de sua salvação. Quanto já se disse de Jesus; quanto se diz hoje ainda: já tentaram descrevê-lo como um simples sábio, como um homem bom e justo, como uma espécie de pacifista, como um pregador de uma moral humanista, como um revolucionário, o primeiro comunista, como um hippie, etc. Nós, cristãos, não devemos nos iludir nem nos deixar levar por tais visões do nosso Divino Salvador. Jesus é e será sempre aquilo que a Igreja sempre experimentou, testemunhou e ensinou sobre ele: o Filho eterno do Pai, Deus com o Pai e como o Pai, o Messias, o único Salvador da humanidade, através de quem e para quem tudo foi criado no céu e na terra. Qualquer afirmação sobre Jesus que seja menos que isso, não é cristã e deve ser rejeitada claramente pelos cristãos!

Segundo. Ante as opiniões do mundo, o Senhor dirige a pergunta a nós, seus discípulos: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Em cada geração, todos nós e cada um de nós devemos responder quem é Jesus. Não se trata de uma resposta somente teórica, teológica, digamos assim. Trata-se de uma resposta que deve ter sérias repercussões na nossa vida. Então: quem é Jesus para mim? Que papel desempenha na minha vida? Como me relaciono com ele? Amo-o? Procuro-o na oração, procuro de todo o meu coração viver na sua palavra? Estou disposto a construir minha existência de acordo com a sua verdade? Deixo-me julgar por ele ou eu mesmo, discretamente, procuro julgá-lo? São perguntas muito atuais, sobretudo hoje, quando nossa sociedade ocidental vira as costas para o Cristo, julgando-o anacrônico e ultrapassado. Agora que a nossa cultura já não considera mais Jesus como aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida, mas julga que a própria razão humana, com seus humores e pretensões, é que é a Verdade e a Luz, é, mais que nunca, essencial que nós proclamemos com a vida, com a palavra e com os costumes que Jesus é realmente o nosso Senhor, o nosso critério, a nossa única Verdade!

Terceiro. Pedro respondeu quem é Jesus: “Tu és o Messias!”, isto é, “Tu és o Cristo, o Esperado de Israel, aquele que Deus prometera aos nossos Pais!” Na mesma passagem, em São Mateus, Jesus afirma claramente: “Não foi carne nem sangue que te revelaram isto, mas o meu Pai que está nos céus” (Mt 16,15). Insisto: somente o Pai, na potência do Santo Espírito que habita em nós e na Igreja como um todo, é que pode revelar-nos quem é Jesus. A fé não é uma experiência acadêmica, não é fruto de estudos, não se resume a uma especulação teológica. Para um cristão, crer é entrar na experiência que há dois mil anos a Igreja vem fazendo na Palavra, nos sacramentos, na vida de cada dia: a experiência do Cristo Senhor, que foi morto pelos nossos pecados e ressuscitou para nossa vida e justificação. Quem se coloca fora dessa fé, da fé da Igreja, já não é realmente cristão! Aqui é muito importante compreender que a nossa fé é pessoal, mas nunca individual: cremos na fé da Igreja, cremos no Cristo da Igreja, cremos como Igreja e com a Igreja. Uma outra fé, um outro Cristo seriam triste ilusão!

Quarto. O Evangelho nos surpreende com uma afirmação: “Jesus proibiu-lhes severamente de falar a alguém a seu respeito”. Por quê? Porque havia o perigo de pensar nele como um messias glorioso, um messias como os sonhos dos judeus haviam fabricado: o messias do sucesso, das curas, dos shows da fé, dos palanques políticos, etc. Jesus somente afirmará de modo público que é o Messias quando estiver preso, amarrado, diante do Sumo Sacerdote. Aí já não haverá ocasião para engano. Mas, aqui a pergunta: Também nós, muitas vezes, não temos a tentação de querer um Cristo do nosso modo, sob a nossa medida, para nosso consumo? Amamos o Cristo como ele é ou o renegamos quando não faz como gostaríamos? Estamos realmente dispostos a ir com ele até o fim, crendo nele e nele nos abandonando?

Quinto. Exatamente para deixar claro que tipo de Messias ele é, Jesus começa a dizer “que o Filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado; devia ser morto e ressuscitar depois de três dias. Ele dizia isso abertamente”. Eis o tipo de Messias, o tipo de Salvador, o tipo de Deus que Jesus é! Será que nos interessa? Estamos nós dispostos a seguir um Mestre assim?

Sexto. Não será a nossa a mesma atitude de Pedro, que repreende Jesus, que desejaria um mestre mais racional, mais palatável, menos radical? Não é essa a maior tentação nossa: um Cristo sem cruz, um cristianismo sem renúncia, uma vida cristã que não nos custe nada?

Sétimo. A resposta de Jesus é clara, curta e dirigida perenemente a todos nós: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem quiser perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la!” O caminho é este, sem máscara, sem acordos, sem jeitinhos! Nosso Senhor nunca nos enganou; sempre disse claramente quais as condições para segui-lo…


Dom Henrique Soares da Costa

Não tenham medo da vida!




A Revista VEJA (ed. 2217; ano 44, n.20 de 18/5/2011, pg. 66) publicou a seguinte notícia, muito importante:
“No mundo há um desperdício de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos anualmente, o que equivale a 1/3 da produção global”.
Preste bem atenção nestes dados. Se considerarmos que uma pessoa consuma cerca de 1 kg de alimento por dia, só esse desperdício daria para alimentar 1,3 trilhão de pessoas em um ano, ou 3,56 bilhões por dia durante um ano inteiro.

Considerando que o mundo tem cerca de 6,2 bilhões de pessoas, só esse desperdício daria para manter mais da metade da população do mundo comendo durante um ano!… Conclusão: Não há falta de alimento no mundo! Sobra!
O que falta então? Falta amor; falta distribuição; falta o que João Paulo II chamava de “globalização da solidariedade”.
Essa curta e grande notícia derruba definitivamente por terra a falácia dos que querem dizer que é preciso controlar drasticamente a natalidade por falta de alimento no mundo. É o contrário, está sobrando alimento no mundo; nos EUA e Europa, em certas épocas, o governo paga aos agricultores para não produzirem, pois não há demanda e o preço cairia muito.
O Papa Paulo VI já dizia que “não se trata de diminuir os comensais na mesa, mas de aumentar a comida”. Esta está sobrando e sendo desperdiçada; mas não chega à mesa de todos por razões de mercado (ganância), de guerra, de falta de meios de distribuição, entre outros.
Deus deu ao homem capacidade de sobra de resolver todos os problemas de sua manutenção neste mundo e deu terra, sol e água de sobra se soubermos usar.
Não há justificativa para o controle drástico da natalidade. Os países da Europa estão envelhecendo tristemente, e logo o Brasil também irá começar a envelhecer, porque, infelizmente, o índice de natalidade aqui já está em 1,8 filhos/mulher, quando o mínimo necessário para se manter o número de habitantes é 2,1 filhos/mulher.
Malthus afirmava que o crescimento da natalidade era uma “bomba” demográfica e que o mundo chegaria ao ano 2000 com 20 bilhões de pessoas, sem condições de alimentá-las; errou redondamente. Não chegou a 6 bilhões. Os catastrofistas de plantão continuam assustando a humanidade com segundas intenções. Ecologistas radicais espalham certo terror infundado.
A América Latina é um continente vazio; temos apenas 20 pessoas por quilômetro quadrado, enquanto o Japão tem 330 e os países da Europa 100, em média. E nesses lugares não existe analfabetismo, dengue, fome, analfabetos e outros males. Os países que mais se desenvolvem no mundo hoje são os que têm maior população: Índia e China, ambos com mais de 1 bilhão de habitantes. E a China acaba de suprimir a política do “filho único” porque está faltando mão de obra.
A Igreja sempre condenou esse controle egoísta e comodista da natalidade, desde que a pílula anticoncepcional foi inventada, em 1967.
Não tenho dúvida de que serão muito felizes os casais cristãos de nosso tempo que tiverem a fé e a coragem de viver a lei de Deus e desafiar esta onda contraceptiva e tiver todos os filhos que puderem criar, sem medo, sem comodismo e sem egoísmo, de acordo com a paternidade responsável ensinada pela Igreja. No Jubileu de 2000 João Paulo II pediu aos casais: “Não tenham medo da vida”.
“Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas. Tais como as flechas nas mãos do guerreiro, assim são os filhos gerados na juventude” (Sl 126,3-4).
“Sem crescimento da população não se sairá da crise econômica”, disse o especialista em população Antonio Gaspari (ROMA, 13 de julho de 2009 – ZENIT.org):
O Papa Bento XVI, na Encíclica “Caritas in Veritate”, declarou que:
“A abertura à vida está no centro do verdadeiro desenvolvimento. Quando uma sociedade começa a negar e a suprimir a vida, acaba por deixar de encontrar as motivações e energias necessárias para trabalhar ao serviço do verdadeiro bem do homem” (n. 28).
“Para sair da crise econômica é necessário fazer crescer a população… Considerar o aumento da população como a primeira causa do subdesenvolvimento é errado, inclusive do ponto de vista econômico” (n. 44).
“Os pobres não devem ser considerados um ‘fardo’, mas um recurso, mesmo do ponto de vista estritamente econômico” (n. 35).
E o Catecismo da Igreja Católica ensina que “o filho é o dom mais excelente do matrimônio” (CIC §2378).
É a palavra da Igreja na qual os católicos precisam acreditar e viver.
Professor Felipe Aquino

ABORTO NÃO!



Uma mulher chega apavorada no consultório de seu ginecologista e diz:
- Doutor, o senhor terá que me ajudar num problema muito sério… Este meu bebê ainda não completou um ano e já estou grávida novamente. Não quero filhos em tão curto espaço de tempo, mas num espaço grande entre um e outro…
O médico então perguntou: Muito bem. O que a senhora quer que eu faça? A mulher respondeu:
- Desejo interromper esta gravidez e conto com a sua ajuda. O médico então pensou um pouco e depois de algum tempo em silêncio disse para a
mulher
- Acho que tenho um método melhor para solucionar o problema. E é menos perigoso para a senhora. A mulher sorriu, acreditando que o médico aceitaria seu pedido.
Ele então completou: Veja bem minha senhora, para não ter que ficar com dois bebês de uma vez, em tão curto espaço de tempo, vamos matar este que está em seus braços. Assim, a senhora poderá descansar para
ter o outro, terá um período de descanso até o outro nascer. Se vamos matar, não há diferença entre um e outro. Até porque sacrificar este que a senhora tem nos braços é mais fácil, pois a senhora não correrá
nenhum risco…
A mulher apavorou-se e disse: Não doutor! Que horror! Matar um criança é um crime.
- Também acho minha senhora, mas me pareceu
tão convencida disso, que por um momento pensei em ajudá-la. O médico sorriu e, depois de algumas considerações, viu que a sua lição surtira efeito. Convenceu a mãe que não há menor diferença entre matar a criança que nasceu e matar uma ainda por nascer, mas já viva no seio materno.

Morte cerebral é tema de videoconferência.

Rádio Vaticano

Os mistérios da morte cerebral serão discutidos por meio de uma videoconferência na qual Padre Hélio Luciano, da Comissão de Bioética da CNBB e doutorando em Bioética pela Faculdade de Medicina do Campus Biomédico de Roma, apresentará suas últimas constatações sobre o tema. Tudo acontecerá num ambiente virtual aberto ao diálogo construtivo, já que os participantes poderão interatuar com o sacerdote enviando perguntas e comentários em tempo real.

A morte cerebral é um dos temas abordados na dissertação de mestrado em Teologia Moral que o Padre Hélio Luciano faz concomitantemente ao seu doutorado em Roma. Durante a videoconferência, o sacerdote apresentará questões morais levantadas pelo President’s Council on Bioethics no documento Controversies in the determination of Death, um documento dos Estados Unidos que muda os argumentos para a defesa da morte encefálica como morte.

"Há um ano pesquiso sobre o assunto para minha tese doutoral sobre os Comitês Éticos Nacionais nos países em via de desenvolvimento com especial ênfase sobre a América Latina. O interesse pelo assunto cresceu e a discussão precisa contar com vozes comprometidas com a defesa da vida", relata Padre Hélio Luciano.

sábado, 29 de outubro de 2011

A ditadura da tolerância. Imperdível!

Fonte:Blog Carmadélio



Em 2010, durante o VII Congresso Conservador realizado em Cracóvia, o pesquisador chileno José Antonio Ureta, um dos conferencistas daquele evento, tratou sobre um assunto de grande atualidade: a “Ditadura da Tolerância”.

***

- O que podemos entender por “Ditadura da Tolerância”? Não são palavras contraditórias?

José Antonio Ureta - Em teoria, são contraditórias; na prática, não. É uma outra maneira de exprimir aquilo o que o Papa Bento XVI denuncia como a “ditadura do relativismo”.

Se por tolerância se entende que não há verdade nem êrro, nem bem nem mal, e que cada um pode pensar, querer e agir como bem entende, então deixa de haver valores absolutos e limites objetivos que se impõem a todos.

O resultado é que a maioria (ou até uma minoria que se julga “esclarecida”) pode impor ditatorialmente aos demais aberrações contrarias à ordem natural.

Por exemplo, obrigar os médicos a praticar o aborto ou aos pais de família a aceitarem babás homossexuais para seus filhos.

- Essa “Ditadura da Tolerância” é uma manobra de perseguição religiosa?

José Antonio Ureta – Quando os maus são minoria, eles pedem liberdade para o mal. Mas, quando passam a ser maioria, ou a manipular a maioria, então eles negam aos bons o direito de fazer o bem.

Para eles, a definição de liberdade é o contrário do que disse o presidente-mártir do Equador, Gabriel García Moreno: “Liberdade para todos e para tudo; exceto para o mal e para os maus”. O lema deles poderia bem ser: “liberdade para todos e para tudo; exceto para o bem e para os bons”.

O slogan de que se servem foi enunciado pelo jacobino Saint-Just, que chegou a ser chamado o “Anjo do Terror”, durante a Revolução Francesa: “Nenhuma liberdade para os inimigos da liberdade”.

É por esse tortuoso caminho que o liberalismo desemboca no totalitarismo e na perseguição dos opositores por motivos ideológicos. Como toda ideologia tem um fundo religioso, acaba dando numa perseguição religiosa.

- Como o Sr. vê o emprego desta palavra “tolerância” pela mídia? E qual o papel da mídia nessa “Ditadura da Tolerância”?

José Antonio Ureta – Segundo a doutrina católica, a tolerância é uma licença negativa do mal. O mal deve ser normalmente combatido, mas por vezes é preciso tolerá-lo para evitar um mal ainda maior ou para não prejudicar um bem maior. É a aplicação da parábola do joio e o trigo à vida social. Mas essa tolerância bem entendida não confere ao mal tolerado nenhum direito. Logo que as condições objetivas permitem erradicá-lo, esse mal pode ser eliminado.

O conceito relativista de tolerância, pelo contrário, afirma que todas as doutrinas e todos os comportamentos são equivalentes e devem coexistir. O que é uma utopia.

A mídia tem um grande papel em favorecer essa mentalidade relativista, apresentando como modelo as personalidades “abertas” (por exemplo, os artistas e políticos favoráveis à liberalização da maconha) e desacreditando os defensores de princípios absolutos como “autoritários”, “fechados”, “obscurantistas”.

- A mídia de massa usa correntemente certos termos como “homofobia” e até “islamofobia”, mas parece que a mesma mídia se nega a utilizar o termo “cristianofobia” para caracterizar o assassinato e a perseguição aos cristãos. Isso não seria um indício de que a “Ditadura da Tolerância” visa apenas perseguir os cristãos?

José Antonio Ureta – Homofobia foi um termo inventado por um psiquiátra americano para estigmatizar aqueles que se opõem à homossexualidade, pressupondo que o fazem por desordens temperamentais e não por princípios. É uma maneira cômoda de amordaçar os opositores sem ter que responder a seus argumentos.

Vendo o sucesso da manobra, os líderes muçulmanos cunharam o termo de “islamofobia” para silenciar, no Ocidente, aqueles que denunciam as falsidades do Corão ou as injustiças nos países muçulmanos ou a invasão massiva de islamitas nos países desenvolvidos.

A mídia usa e abusa desses termos. Mas, como você diz, quando se trata de denunciar as perseguições aos cristãos nos países muçulmanos ou os ataques ao Cristianismo no Ocidente, a mídia cala a boca, ou é conivente com os ataques em nome da liberdade de expressão.

- Na Europa, há leis ou projetos de lei que vão na linha dessa “Ditadura da Tolerância”?

José Antonio Ureta – Claro que há. Por exemplo, os farmacêuticos católicos são obrigados a vender a pílula abortiva do dia seguinte e os anticoncepcionais, sob pretexto que são “medicamentos”. Como quase todos os médicos jovens invocam a cláusula de objeção de consciência para recusar-se a praticar abortos, as feministas querem impor a prática dizendo que o aborto é um tratamento de saúde.

Em matéria de homossexualidade é parecido. As agências católicas inglesas de adoção de crianças tiveram que fechar porque não podiam “discriminar” os casais homossexuais. As paróquias não podem mais alugar o salão paroquial para casamentos (o que era frequente, porque era mais fácil fazer a festa logo após a cerimônia), porque não podem mais discriminar os homossexuais.

Nesta semana, na Inglaterra, o gerente de uma companhia pública que cuida de alojamentos foi sancionado por ter colocado no seu Facebook – num espaço que somente seus amigos têm acesso- a opinião de que permitir a celebração de “casamentos” entre homossexuais nas igrejas seria uma “igualdade excessiva” !

- O Sr. poderia dizer como nós aqui no Brasil poderíamos combater de modo inteligente e eficaz a implantação dessa “Ditadura da Tolerância”?

José Antonio Ureta – Acho que o melhor método é tornar pública a perseguição que está acontecendo em outros países e dizer que, se não há reação, o mesmo vai acontecer ai.

E, sobretudo, lembrar que “é preciso obedecer a Deus antes que aos homens”, como disse S. Pedro quando foi conduzido diante do tribunal por pregar o Evangelho.

É melhor reagir agora do que depois ter que morrer como mártir ou, pior ainda, viver vergonhosamente como “cidadão de segunda classe”.

A Europa entrou em uma era de descristianização. Irreversível?

por Marco Politi, do jornal Saturno


Crise de fé é uma expressão otimista, no fundo. Parece a crise dos bancos. Algo que, com oportunas recapitalizações, pode ser posta nos eixos. Mas o fenômeno em curso no Velho Continente, casa e coluna do catolicismo, vai muito além. A Europa entrou em uma era de descristianização.

A primeira década de 2000 viu a afirmação de uma geração que, no seu conjunto, perdeu a memória viva, o vínculo real com o patrimônio cristão. Armando Matteo, assistente eclesiástico dos universitários católicos (Fuci), fala de “primeira geração incrédula” e não tem medo de afirmar que o cristianismo está se tornando estranho aos homens e às mulheres do nosso tempo.



As massas não devem se enganar com os grandes encontros ou as declarações de “pertencimento” ao cristianismo que se verificam nas pesquisas. É uma pertença sem crença. Meramente sociológica. Mas se a diferença entre identidade formal e fé substancial é típica de outras épocas, muitas vezes caracterizada por flutuações no curso da existência, o sinal da atual geração incrédula se revela (para a grande massa, sem se deter nas pequenas minorias motivadas) por meio de uma “surdez geral quando se fala de Deus, de fé, de oração, de comunidade”. Uma atitude que supera em muito a escassa participação na missa e nos sacramentos.

É uma perda sistêmica dos fundamentos culturais do cristianismo, dos ensinamentos, dos símbolos derivados do Antigo e do Novo Testamento. O fenômeno se manifesta ainda na infância, a partir do momento em que a família não exerce mais um lugar de transmissão primária da fé.

Foram removidos das suas raízes conceitos poderosos como eternidade, criação, providência, destino escatológico. Paraíso e inferno não são mais representáveis.

Darwin subverteu a imagem do Deus Criador. Auschwitz tornou impossível a ideia de que o mal, embora grande, possa ter uma função voltada para o bem. O próprio Bento XVI em seu livro-entrevista Luz do Mundo (Ed. Planeta), por exemplo, reconhece que hoje a ideia do sangue de Cristo como “resgate” dos pecados do homem corre o risco de não chegar mais aos contemporâneos. Por outro lado, da sua pregação contra o relativismo, surge a dificuldade de propor o conceito de verdade absoluta.

Declinados os conflitos ideológicos do século XX, quando ainda se contrapunham visões de mundo fortes, a novidade radical não consiste no aumento do ateísmo. Matteo defende com justiça que a nova geração não se coloca contra Deus e a Igreja, mas “está aprendendo a viver sem Deus e sem a Igreja”.

A presença de Deus não é mais um axioma individual e social. Acreditar em Deus é uma “possibilidade”.

Alessandro Castegnaro, que dirige o Observatório Sociorreligioso do Triveneto, não por acaso intitula uma recente pesquisa sua sobre o mundo juvenil de C’è campo? [Há espaço?]. O ponto de interrogação expressa a intermitência com que são captados os temas da espiritualidade, da religião, da Igreja.

As novas levas respeitam expoentes eclesiais individuais e apreciam a Igreja quando indica horizontes de valores. Mas a separação da instituição é enorme, e a individualização das escolhas é máxima.

Regras e crenças são submetidas a um mecanismo de seleção e de redução sobre os quais a Igreja não tem nenhum poder. Dogmas fundamentais – como a pessoa de Deus, a filiação divina de Cristo, a ressurreição, o além – assumiram uma fisionomia indeterminada.

Grande parte dos conceitos teológicos são percebidos como imagens velhas. A Igreja como um todo é percebida como antiquada. “Eles não acertam as contas com o que vivemos. Contam-nos uma história que não existe”, resume Castegnaro.

O cristianismo é superior ao islã, afirma ex Muçulmana.

Fonte: Paulopes



A sumali Ayaan Hirsi Ali (foto), 42, autora do best-seller “Infiel” sugeriu aos cristãos europeus que convertam os imigrantes muçulmanos porque, segundo ela, essa será uma forma de combate à expansão do ódio do fundamentalismo islâmico. Ayaan não tem dúvida: o cristianismo, por conter valores ocidentais, é superior ao islã.

Ela se tornou um símbolo dos dias atuais da libertação da mulher do julgo e rigores islâmicos. Em 1992, fugiu para a Holanda de modo a escapar de um casamento arranjado pelo pai, embora devesse ser mulher obediente. Era militante da Irmandade Muçulmana.

Na Holanda, em contato com uma cultura onde o secularismo tem feito grande avanço, Ayaan se tornou agnóstica e crítica ferrenha do Islã. É, por exemplo, uma das vozes contra a mutilação genital feminina, da qual ela própria foi vítima. “Infiel” conta como foi essa dramática experiência.

Ayaan se tornou uma inimiga preferencial dos fundamentalistas. As ameaças de morte entraram em sua rotina. Atualmente, mora nos Estados Unidos e vive sob proteção policial.

Para ela, a cultura cristã é superior à islâmica porque aceita a separação entre Estado, religião e assuntos de sexualidade, mesmo que uma parcela de cristãos não se recusem a esse avanço. “No Ocidente, a igreja não é a legisladora, a lei é feita de forma independente pelo Congresso”, disse ela em entrevista à Carta Capital.

“As pessoas que produzem as leis são eleitas por outras pessoas, o presidente dos EUA não é eleito por Deus. Isso é um grande progresso em termos de humanidade na comparação do cristianismo com o islamismo.”

Outra vantagem do Ocidente, segundo ela, é o respeito que se tem pelo indivíduo. “O indivíduo possui direitos e liberdade, está acima da comunidade e pode se desatrelar dos credos.” Em países islâmicos é muito diferente, afirmou. “Nesses países as pessoas têm de viver pela lei Sharia, a lei Divina.”

Ela falou que, se ainda estivesse na Somália, correria o risco de ser decaptada pelos religiosos radicais pelo fato de ter deixado de ser muçulmana.

A escritora reconheceu ser difícil a conversão de imigrantes muçulmanos ao cristianismo. “A maioria dos muçulmanos diz não gostar do pensamento radical, mas também não quer ser vista como ocidentalizada, que é uma traição aos valores islâmicos.”

Mas, disse, não há outro jeito porque a solução não seria expulsar os muçulmanos dos países europeus. “É preciso esclarecer esses imigrantes em um exercício de envolvimento na troca de ideias em uma sociedade livre.”

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Primeiro Concílio de Niceia

Seguindo nosso passeio pela História da Igreja, trataremos do deste que foi considerado o primeiro concílio Ecumenico da igreja.


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Primeiro Concílio de Niceia foi um concílio de bispos cristãos reunidos na cidade de Niceia da Bitínia (atual İznik, Turquia), pelo imperador romano Constantino I em 325 A.D.. O concílio foi a primeira tentativa de obter um consenso da igreja através de uma assembleia representando toda a cristandade.
O seu principal feito foi o estabelecimento da questão cristológica entre Jesus e Deus, o Pai; a construção da primeira parte do Credo Niceno; a fixação da data da Páscoa; e a promulgação da lei canônica.

Localização e participantes

Niceia (hoje İznik), é uma cidade da Anatólia (hoje parte da Turquia). No verão de 325, os bispos de todas as províncias foram chamados ao primeiro concílio ecumênico em Niceia: um lugar facilmente acessível à maioria dos bispos, especialmente aos da Ásia, Síria, Palestina, Egipto, Grécia, Trácia e Egrisi (Geórgia ocidental). O número dos membros não pode exatamente ser indicado; Atanásio contou 318, Eusébio somente 250. Foram oferecidas aos bispos as comodidades do sistema de transporte imperial - livre transporte e alojamento de e para o local da conferência - para encorajar a maior audiência possível. Constantino abriu formalmente a sessão.
A religião cristã nesses tempos era majoritária unicamente no Oriente. No Ocidente era ainda minoritária, especialmente entre os pagãos, vilas rústicas. Daí o nome de pagãos para os gentios. Uma exceção era a região de Cartago ou Túnis. Portanto, os bispos orientais estavam em maioria; na primeira linha de influência hierárquica estavam três arcebispos: Alexandre de Alexandria, Eustátio de Antioquia, e Macário de Jerusalém, bem como Eusébio de Nicomédia e Eusébio de Cesareia. Entre os bispos encontravam-se Stratofilus, Bispo de Pitiunt (Bichvinta, reino de Egrisi).
O ocidente enviou não mais de cinco representantes na proporção relativa das províncias: Marcus de Calábria de Itália, Ceciliano de Cartago de África, Ósio de Córdoba (Hispânia), Nicasius de Dijon, na França, e Domnus de Stridon da província do Danúbio. Estes dignitários eclesiásticos naturalmente não viajaram sozinhos, mas cada qual com sua comitiva, de modo que Eusébio refere um grupo numeroso de padres acompanhantes, diáconos e acólitos.
Entre os presentes encontrava-se Atanásio, um diácono novo e companheiro do Bispo Alexandre de Alexandria, que se distinguiu como o "lutador mais vigoroso contra os arianos" e similarmente o patriarca Alexandre de Constantinopla, um presbítero, como o representante de seu bispo, mais velho.
O Papa em exercício na época, Silvestre I, não compareceu ao Concílio, porque os Papas não participavam dos primeiros Concílios, pois eles aconteceram no Oriente e a grande distância fazia com que enviassem representantes seus. Entretanto, importante ressaltar que as sedes patriarcais sempre eram consultadas na resolução das grandes questões. Silvestre já fora informado da condenação de Ário ocorrida no Sínodo de Alexandria (320 a 321) e para o Concílio de Niceia enviou dois representantes Vito e Vicente (presbíteros romanos).
Ao que parece, quem presidiu o Concílio foi o Bispo Osio. Que Osio presidiu o Concílio afirma-o Atanásio, contemporâneo de fato (Apol. de fuga sua, c. 5), afirmam-no implicitamente os próprios arianos escrevendo que ele "publicara o sínodo de Niceia" (Ap. Athânas, Hist. arian. c. 42)".
Outra fonte da influência, apesar do não comparecimento do Bispo de Roma, é que as assinaturas dos três clérigos - Osio, Vito e Vicente - estão sempre em primeiro lugar, bem como a citação de seus nomes pelos historiadores do Concílio, o que seria estranho, dado que o Concílio se deu no Oriente, e os três clérigos eram ocidentais - o primeiro um Bispo espanhol e os outros dois sacerdotes romanos. Só o fato de serem representantes do Papa explicaria tal comportamento.
As questões doutrinárias
Este Concílio deliberou sobre as grandes controvérsias doutrinais do Cristianismo nos séculos IV e V. Foi efetuada uma união entre o extraordinário eclesiástico dos conselhos e o Estado, que concedeu às deliberações deste corpo o poder imperial. Sínodos anteriores tinham-se dado por satisfeitos com a proteção de doutrinas heréticas; mas o concílio de Niceia foi caracterizado pela etapa adicional de uma posição mais ofensiva, com artigos minuciosamente elaborados sobre a fé. Este concílio teve uma importância especial também porque as perseguições aos cristãos tinham recentemente terminado, com o Édito de Constantino.
A questão ariana representava um grande obstáculo à realização da ideia de Constantino de um império universal, que deveria ser alcançado com a ajuda da uniformidade da adoração divina.



Ícone com os Pais Sagrados do Primeiro Concílio de Niceia que seguram o Credo Niceno-Constantinopolitano
Os pontos discutidos no sínodo eram:
• A questão ariana
• A celebração da Páscoa
• O cisma de Melécio de Licópolis
• O baptismo de heréticos
• O estatuto dos prisioneiros na perseguição de Licínio.
Embora algumas obras afirmem que no Concílio de Niceia discutiu-se quais evangelhos fariam parte da Bíblia não há menção de que esse assunto estivesse em pauta, nem nas informações dos historiadores do Concílio, nem nas Atas do Concílio que chegaram a nós em três fragmentos: o Símbolo dos apóstolos, os cânones, e o decreto senoidal. O Cânone Muratori, do ano 170, portanto cerca de 150 anos anterior ao Concílio, já mencionava os evangelhos que fariam parte da Bíblia. Outros escritores cristãos anteriores ao Concílio, como Justino Mártir, Ireneu de Lyon, Papias de Hierápolis, também já abordavam a questão dos evangelhos que fariam parte da Bíblia.
É um fato reconhecido que o anti-judaísmo, ou o anti-semitismo cristão, ganhou um novo impulso com a tomada do controle do Império Romano, sendo o concílio de Niceia um marco neste sentido. Os posteriores Concílios da Igreja manteriam esta linha. O Concílio de Antioquia (341) proibiu aos cristãos a celebração da Páscoa com os Judeus. O Concílio de Laodiceia proibiu os cristãos de observar o Shabbat e de receber prendas de judeus ou mesmo de comer pão ázimo nos festejos judaicos.

Historiadores do Concílio de Niceia


Uma boa fonte para o estudo deste período histórico é-nos apresentada hoje sob a forma da obra de Edward Gibbon, um historiador representativo do iluminismo inglês do século XVIII, ainda hoje lida e traduzida para várias línguas: A história do declínio e queda do império romano.
Há diversas obras a respeito do Concílio de Niceia, mas de fato os historiadores que gozam de mais credibilidade e são a fonte desse período histórico para os demais autores são os próprios contemporâneos do Concílio de Niceia: Eusébio de Cesareia, Sócrates de Constantinopla, Sozomeno, Teodoreto e Rufino, junto com algumas informações conservadas por Atanásio e uma história do Concílio de Nicéia escrita em grego no século V por Gelásio de Cícico.

O carácter, a sociedade, e os problemas

A cristandade do século II não concordava sobre a data de celebração da Páscoa da ressurreição. As igrejas da Ásia Menor, entre elas a importante igreja de Éfeso, celebravam-na, juntamente com os judeus, no 14º dia da primeira lua da primavera (o 14º Nisan, segundo o calendário judaico), sem levar em consideração o dia da semana. Já as igrejas de Roma e de Alexandria, juntamente com muitas outras igrejas tanto ocidentais quanto orientais, celebravam-na no domingo subsequente ao 14º Nisan. Com vistas à fixação de uma data comum, em 154 ou 155, o bispo Policarpo de Esmirna, entrou em contato com o papa Aniceto, mas nenhuma unificação foi conseguida e o assunto permaneceu em aberto.
Foi no concílio de Niceia que se decidiu então resolver a questão estabelecendo que a Páscoa dos cristãos seria sempre celebrada no domingo seguinte ao plenilúnio após o equinócio da primavera. Apesar de todo esse esforço, as diferenças de calendário entre Ocidente e Oriente fizeram com que esta vontade de festejar a Páscoa em toda a parte no mesmo dia continuasse sendo um belo sonho, e isso até os dias de hoje.
Além desse problema menor, outra questão mais séria incomodava a cristandade católica: como conciliar a divindade de Jesus Cristo com o dogma de fé num único Deus?
Na época a inteligência dos cristãos ainda estava à procura de uma fórmula satisfatória para a questão, embora já houvesse a consciência da imutabilidade de Deus e da existência divina do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Nesse quadro, um presbítero de nome Ário passa a defender em Alexandria a ideia de que Jesus é uma "criatura do Pai", não sendo, portanto, eterno. Em suas pregações, Ário por várias vezes insistia em afirmar em tom provocativo que "houve um tempo em que o Filho não existia". Dizia que Cristo teria sido apenas um instrumento de Deus mas sem natureza divina. A esse ensinamento de Ário aderiram outros bispos e presbíteros. Sobretudo, o bispo Eusébio de Cesareia, conhecido escritor da igreja, que se colocou do lado de Ário.
Por outro lado, a doutrina de Ário, ou arianismo, foi prontamente repudiada pelo restante dos cristãos, que viam nela uma negação do dogma da Encarnação. O repúdio mais radical talvez Ário tenha encontrado no bispo Alexandre de Alexandria e no diácono Atanásio, que defendiam enfaticamente a divindade de Cristo. Um sínodo foi convocado e a doutrina do Ário foi excluída da igreja em 318. Mas o número de seus adeptos já era tão grande que a doutrina não pode ser mais silenciada. A situação se agravava cada vez mais e, desejoso de resolver de vez a questão, o imperador Constantino, que recentemente, no ano de 324 d.C., havia se tornado o imperador também do oriente convoca um concílio ecumênico.
Dado este importante, pois apesar de Constantino agora ser o imperador também do oriente mostra a independência que os Bispos orientais (a maioria no Concílio) tinham do seu recente imperador.

Os procedimentos


O Concílio de Niceia.
O concílio foi aberto formalmente a 20 de maio, na estrutura central do palácio imperial, ocupando-se com discussões preparatórias na questão ariana, em que Arius, com alguns seguidores, em especial Eusébio de Nicomédia, Teógnis de Nice, e Máris de Calcedônia, parecem ter sido os principais líderes; as sessões regulares, no entanto, começaram somente com a chegada do imperador. O imperador abriu a sessão na condição de presidente de honra e, depois, assistiu às sessões posteriores, mas a direção das discussões teológicas ficou com as autoridades eclesiásticas do Concílio.
Nem Eusébio de Cesárea, Sócrates, Sozomeno, Rufino nem Gelásio de Cícico proporcionam detalhes das discussões teológicas. Rufino nos diz tão somente que se celebraram sessões diárias, as opiniões de Ário eram escutadas e discutidas com seriedade, apesar que a maioria se declarava energicamente contra suas doutrinas.
No início os arianos e os ortodoxos mostraram-se incondescendentes entre si. Os arianos confiaram a representação de seus interesses a Eusébio de Cesareia, cujo nível e a eloquência fez uma boa impressão perante o imperador. A sua leitura da confissão dos arianos provocou uma tempestade de raiva entre os oponentes.
No seu interesse, assim como para sua própria causa, Eusébio, depois de ter cessado de representar os arianos, apareceu como um mediador. Apresentou o símbolo (credo) baptismal de Cesareia que acabou por se tornar a base do Credo niceno.
A votação final, quanto ao reconhecimento da divindade de Cristo, foi um total de 300 votos a favor contra 2 desfavoráveis. A doutrina de Ario foi anatematizada e os 2 Bispos que votaram contra e mantiveram sua posição contrariando a posição do Concílio foram exilados pelo imperador.
A profissão de Fé e os cânones do Concílio de Niceia
O Concílio de Niceia estabeleceu 20 cânones, os quais darão sequência ao Credo. Um breve resumo de seu conteúdo:
• Cânon I - Eunucos podem ser recebidos entre os clérigos, mas não serão aceitos aqueles que se castram.
• Cânon II - Referente a não promoção imediata ao presbiterato daqueles que provieram do paganismo.
• Cânon III - Nenhum deles deverá ter uma mulher em sua causa, exceto sua mãe, irmã e pessoas totalmente acima de suspeita.
• Cânon IV - Relativo a escolha dos Bispos.
• Cânon V - Relativo a excomunhão.
• Cânon VI – Relativo aos patriarcas e sua jurisdição.
• Cânon VII - O Bispo de Jerusalém seja honorificado, preservando-se intactos os direitos da Metrópole.
• Cânon VIII - Refere-se aos novacianos.
• Cânon IX - Quem quer que for ordenado sem exame deverá ser deposto, se depois vier a ser descoberto que foi culpado de crime.
• Cânon X - Alguém que apostatou deve ser deposto, tivessem ou não consciência de sua culpa os que o ordenaram.
• Cânon XI – Penitência que deve ser imposta aos apóstatas na perseguição de Licínio.
• Cânon XII - Penitência que deve ser feita àqueles que apoiaram Licínio na sua guerra contra os cristãos.
• Cânon XIII - Indulgência que deve ser dada aos moribundos.
• Cânon XIV – Penitência que deve ser imposta aos catecúmenos que caíram em apostasia.
• Cânon XV - Bispos, presbíteros e diáconos não se transferirão de cidade para cidade, mas deverão ser reconduzidos, se tentarem fazê-lo, para a igreja para a qual foram ordenados.
• Cânon XVI - Os presbíteros ou diáconos que desertarem de sua própria igreja não devem ser admitidos em outra, mas devem ser devolvidos à sua própria diocese. A ordenação deve ser cancelada se algum bispo ordenar alguém que pertence a outra igreja, sem consentimento do bispo dessa igreja.
• Cânon XVII - Se alguém do clero praticar usura deve ser excluído e deposto.
• Cânon XVIII - Os diáconos devem permanecer dentro de suas atribuições. Não devem administrar a Eucaristia a presbíteros, nem tomá-la antes deles, nem sentar-se entre os presbíteros. Pois que tudo isso é contrário ao cânon e à correta ordem.
• Cânon XIX – As regras a se seguir a respeito dos partidários de Paulo de Samósata que desejam retornar a Igreja.
• Cânon XX - Nos dias do Senhor (refere-se aos domingos) e de Pentecostes, todos devem rezar de pé e não ajoelhados.
Nas atas do Concílio de Niceia, assinadas por todos os bispos participantes, com exceção dos dois seguidores de Ario, constou o texto da seguinte profissão de Fé:

Credo de Niceia

“ Cremos em um só Deus, Pai todo poderoso, Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis; E em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho de Deus, gerado do Pai, unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial do Pai, por quem todas as coisas foram feitas no céu e na terra, o qual por causa de nós homens e por causa de nossa salvação desceu, se encarnou e se fez homem, padeceu e ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus e virá para julgar os vivos e os mortos; E no Espírito Santo. Mas quantos àqueles que dizem: 'existiu quando não era' e 'antes que nascesse não era' e 'foi feito do nada', ou àqueles que afirmam que o Filho de Deus é uma hipóstase ou substância diferente, ou foi criado, ou é sujeito à alteração e mudança, a estes a Igreja Católica anatematiza ”.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Ligação Estado-religião explica atraso da civilização islâmica, diz psicólogo.

Depois da primavera , por Hélio Schwartsman.



Partido islâmico vence as eleições na Tunísia, Muammar Gaddafi é assassinado na Líbia, Bashar Assad continua eliminando seus opositores na Síria.

Quais são as perspectivas da Primavera Árabe? Ou, indo um pouco mais a fundo, o que deu errado com a civilização islâmica?

Até o fim da Idade Média, enquanto a Europa se empenhava em aprimorar seus instrumentos de tortura, os árabes davam exemplos de tolerância religiosa, dedicavam-se a traduzir os clássicos gregos e a fazer suas próprias contribuições para a astronomia, a medicina, a química e a matemática.

Hoje, com uma população que representa 20% da humanidade, países islâmicos respondem por metade das guerras do planeta. Não é só.

Cerca de três quartos deles aplicam a pena de morte, contra um terço das nações não muçulmanas. Pior, alguns ainda se valem de penas cruéis, como apedrejamento, chibatadas e amputação. A cada ano, mais de 100 milhões de meninas são submetidas à excisão do clitóris. Na Mauritânia, a escravidão foi abolida apenas em 1980.

Em seu novo livro sobre a violência, o psicólogo Steven Pinker levanta hipóteses para explicar o fenômeno. De algum modo, os árabes perderam o que ele chama de Revolução Humanitária, que, no Ocidente, está na raiz dos direitos humanos e da progressiva laicização da sociedade.

Pinker especula que a forte imbricação entre Estado e religião nos países islâmicos limitou a circulação das ideias humanistas e iluministas, o que os encapsulou num estágio de desenvolvimento pouco liberal.


A boa notícia, diz o autor, é que, hoje, essas ideias estão circulando, e pesquisas de opinião mostram que, embora não haja sinais de que democracias seculares estejam a caminho, valores como liberdade de expressão, emancipação da mulher e rejeição à violência ganham aceitação.Se a análise for correta, cenários de grupos islâmicos radicais assumindo o poder ficarão menos prováveis.

Ex-modelo britânica deixa tudo e decide se tornar freira.



BBC

A cada ano na Grã-Bretanha, um número pequeno mas cada vez maior de jovens mulheres está deixando para trás suas carreiras, namorados e posses para se dedicar totalmente à religião.

Catherine disse à BBC que se considera uma típica menina britânica, que gosta de ser mimada. Com muitas das suas amigas, a jovem de 25 anos passou os últimos anos viajando, fazendo festas e estudando para ganhar um diploma em Letras pela universidade King’s College de Londres.

Ela também trabalhou como modelo, mas esse tipo de experiência, segundo ela, não trouxe a satisfação que buscava. Catherine decidiu dedicar sua vida a Deus e virar freira, um desejo que ela tinha desde os quatro anos de idade.

“Eu fui a castings e eles sempre queriam que eu fizesse desfiles de passarela”, afirma Catherine. “Eu lembro que depois de receber meu primeiro cachê eu fui para casa e me senti muito vazia. Eu pensava: ‘é só isso?’ Não era tão bom quanto eu imaginava que seria.”

“Eu adoro as pessoas e adoro me divertir, mas isso não é tudo na vida.”

Matrimônio e maternidade

Catherine tem frequentado o mosteiro de St. Dominic, em New Forest, no sul da Inglaterra, que recebe visitantes e oferece retiros espirituais. Ela pensa em virar freira, mas está tendo dificuldades para conseguir tomar a decisão de se entregar totalmente à vocação.

No ano passado, apenas 20 mulheres estavam se preparando para virar freiras na Grã-Bretanha, segundo a entidade Conference of Religious, que representa a maioria das comunidades religiosas do país. Destas, 14 tinham entre 20 e 40 anos. Nos últimos cinco anos, o número de mulheres com menos de 40 anos se preparando para virar freiras aumentou de 42% para 70%, segundo dados oficiais.

As irmãs dominicanas em St. Dominic passam a maior parte dos seus dias rezando. Elas também saem do convento para espalhar a palavra de Deus.

O principal fator que tem impedido Catherine de se dedicar totalmente à vocação é o sentimento de que ela terá de abrir mão do prazer do matrimônio e da maternidade.

“Se você é romântica e realmente gosta do sexo oposto, você gostaria de casar, e isso é um sacrifício de verdade”, afirma Catherine.

“Eu me sinto dividida, puxada em duas direções opostas. Me disseram que eu seria uma boa esposa e mãe, e eu adoraria isso, se for isso que Deus quer. Eu tenho rezado pedindo: ‘me dê mais desejo para uma coisa do que a outra, para eu entender qual é o meu chamado’.”

“Bebedeiras, namorados e festas”

O priorado de St. Dominic recebe novas irmãs uma vez por ano, e a organização precisa se certificar de que todas as novatas se adaptarão bem à sua comunidade.

A irmã Hyacinthe cuida das jovens que estão interessadas em virar freiras.

“Não existem parâmetros definidos para pessoas que querem virar freiras e se encaixam na vocação”, diz ela. “As jovens que vêm aqui vivem uma vida normal, com bebedeiras, namorados e festas. Elas geralmente já tiveram isso, ou ainda estão vivendo isso, e ainda assim elas buscam algo a mais.”

Catherine tinha esperanças de se juntar à organização ainda neste ano, mas as irmãs de St. Dominic recomendaram que ela espere mais um tempo, até ter certeza absoluta da sua vocação.

“Nós esperamos e rezamos para que ela volte”, diz a irmã Hyacinthe. “Também é um teste. Ela realmente quer se juntar a nós, mas será que ela vai querer isso daqui a seis meses? Se não quiser, isso será um bom sinal para nós de que não era para ser. Precisa ser uma decisão que venha acima de todas as outras opções que o mundo oferece.”

Por ora, Catherine está estudando na escola católica de evangelização de Londres e diz estar “gostando da viagem”.

“Pode ser frustrante não saber sempre o que o futuro trará”, diz ela. “Mas não se pode entrar se não estiver com 100% de certeza. Nunca fui uma pessoa paciente, e Deus está me ensinando a ser paciente.”

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Por que há pouca participação de fiéis nas igrejas?

As ausências na igreja podem provir de motivos circunstanciais

É fato conhecido que a frequência de fiéis aos atos litúrgicos dominicais se apresenta de maneira muito diferenciada de um lugar para outro. Há aquelas regiões onde as igrejas estão sempre cheias aos domingos. Por isso elas têm mais facilidade para manter os trabalhos pastorais, ter boa catequese, erigir belas igrejas, despertar muitas vocações sacerdotais. "Uma só coisa peço ao Senhor: habitar em sua casa por toda a minha vida" (Sl 27,4).

Já em outras regiões, há muitas atividades civis no Dia do Senhor, mas, nas igrejas, só aparecem uns "gatos pingados". Nelas, há muita dificuldade em cumprir qualquer plano pastoral, os templos são desleixados, não há catequese e, no seu horizonte, não desponta nenhuma vocação sacerdotal nem líder religioso. Sempre fui curioso para descobrir por que algumas pessoas, apesar de serem convictamente católicas, raramente frequentam a igreja. "Vou propor-vos um enigma" (Jz 14,12).

As 4 razões poderiam ser estas, acrescidas de melhores explicações por parte de quem enxerga mais longe.
1 – As ausências à igreja poderiam provir de motivos circunstanciais, como estado de saúde precária, grave cansaço, distância, perigos de vida;
2 – Os serviçais da Liturgia são dirigidos por pessoas muito difíceis de lidar, o padre é muito temperamental, não existe esforço por parte de ninguém para melhorar o canto ou não há criatividade; só se percebe mesmice sem entusiasmo;
3 - Percebe-se uma solerte influência inibidora de religiões que não buscam a oração comum. Sua tradição está distante da vida comunitária. Os espiritualistas promovem atos de caridade – o que é louvável –, mas não estimulam seus membros a se reunir e prestar culto a Deus. Eles não ensinam isso aos católicos, mas essa mentalidade passa, "por osmose", onde sua presença é muito forte;
4 – O último motivo chega até a ser polêmico, mas muito real. Algumas pessoas não têm vida ilibada, podem ser mentirosos, injustos, devassos, infiéis no casamento, promotores de discórdia ou falhos na sua fé.

Tudo isso numa graduação diversificada. Tais pessoas não se sentem à vontade entre cristãos que querem praticar justamente o contrário. Ficar longe de tal comunidade é a tendência mais normal. "Os injustos não permanecem de pé junto da assembléia dos justos" (Sl 1,5). Você concorda? Ou podem existir mais razões?

D. Aloísio Roque Oppermann scj.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Roma: Clero deplora violência e destruição de imagem da Virgem de Lourdes

O Diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, deplorou a violência e a destruição de um crucifixo e uma imagem da Virgem da Lourdes durante a manifestação dos "indignados" em Roma que se uniram ao protesto mundial (15- O, em referência a 15 de outubro) deste movimento surgido na Espanha.

No sábado 15 de outubro um grupo de vândalos em Roma saquearam lojas e bancos, queimaram veículos e enfrentaram as forças da ordem. Faziam parte de uma manifestação que começou na Praça da República e que terminou na Plaza São João do Latrão na Cidade Eterna.

O Pe. Lombardi disse no dia 16 de outubro sobre estes fatos que "a violência ocorrida ontem em Roma é inaceitável e injustificada. Condenamos toda a violência e também aquela contra os símbolos religiosos".

A manifestação do sábado era parte da iniciativa mundial que uniu centenas de cidades como Barcelona, Nova Iorque, Sydney, entre outros, aonde os "indignados" protestaram por "uma mudança global" da situação econômica, política e social.

A cruz e a imagem da Virgem de Lourdes que destruíram os manifestantes em Roma se encontravam na antiga paróquia dos Santos Marcelino e Pedro em Latrão.

O jornal vaticano L’Osservatore Romano (LOR) recolhe em sua edição para o dia 18 de outubro as declarações do Presidente da Conferência Episcopal Italiana, Cardeal Angelo Bagnasco, quem afirmou que "não podemos não expressar nosso total rechaço pela violência organizada por facínoras que turvaram a muitos que tentavam manifestar de modo pacífico suas preocupações".

O Vigário do Papa para a diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini, disse à sua vez que "a violência gratuita que profanou imagens sagradas, a agressão a pessoas e a destruição de coisas não podem ser não justificadas".

"Roma, cidade acolhedora, que recebe a cada dia milhares de peregrinos e turistas, ficou agora ferida", acrescentou.

O Arcebispo de Milão, Cardeal Angelo Scola, disse em sua homilia de ontem na festa da dedicação da Catedral dessa cidade que "ofende-nos profundamente como cristãos a destruição da estátua da Virgem e a profanação do crucifixo, mas o episódio, além de nos ofender, entristece-nos muito e nos enche de dor de maneira grave porque expressa uma grave violência do sentido comum do humano".

É necessário, disse o Cardeal, "responder com paz e justiça, reagir no sentido nobre da palavra, construindo boas relações. Não podemos sofrer tudo de modo inelutável".

O LOR conclui ressaltando que nos 82 países onde se deram os protestos, "não se registrou felizmente graves desordens. Em Nova Iorque a polícia prendeu 40 pessoas que não obedeceram a ordem de sair de Times Square. Mas não há rastros de violência, exceto os de Roma".


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por
ACI Digital

A VIDA, NÃO CONSISTE EM ACUMULAR RIQUEZAS...

Sabemos que Lucas não é muito favorável às grandes fortunas: “É mais fácil um camelo entrar pelo olho de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus” (Lc 18,25).

O parágrafo se inicia com uma advertência séria: “Cuidado! Deveis estar vigilantes de modo a evitar toda forma de cobiça ou ambição de ser ricos, pois a verdadeira vida não depende da abundância dos bens materiais”. Na realidade, Jesus usa no presente do infinitivo o verbo exceder. A tradução seria: porque, na realidade, a vida de alguém não consiste em ter excesso de posses. A vida não consiste em acumular riquezas. E na continuação Jesus explica o porquê desta afirmação que vai fazer com que Paulo descreva a cobiça como uma forma de idolatria (Cl 3,5).

Em Eclesiástico 1,18-19 podemos ler que quem se enriquece por avareza está com os pés na cova, pois quando ele disser: “Encontrei descanso, agora comerei dos meus bens”, não sabe quando deixará tudo a outros e morrerá. Ou ainda como está no Livro dos Provérbios: “Não te glories do dia de amanhã, porque não sabes o que trará à luz” (Prov 27,1)

No Evangelho, Jesus fala a respeito de um homem cujas terras produziram uma colheita copiosa.: “Que farei, pois não tenho onde estocar semelhante riqueza?” Ele só pensou em si mesmo para viver uma vida de descanso e prazer. Como diz o apóstolo Paulo em 1Cor 15,32: “Comamos e bebamos que amanhã morreremos”. E, com a finalidade que também propõe o livro do Sirácida: “Encontrei descanso; agora comerei de meus bens” (11,19), pensa em aumentar a capacidade de seus celeiros para ter uma vida fácil, sem preocupações, para descansar, comer, beber e gozar como muitos fazem nos dias atuais.

Uma solução mais fácil seria repartir o que não coubesse nos celeiros com os mais necessitados. Ou vender a preço mais acessível o excedente. Seria uma maneira de ajudar a quem não tem e cumprir com o que Tobit recomendava a seu filho Tobias: “Dá esmola de tudo que te sobrar e não sejas avaro na esmola” (Tb 4,16).

Num caso de justiça Jesus é interpelado, mas Jesus se recusa a ser juiz. A justiça, considerada do ponto de vista humano, é falha e deixa muito a desejar. No litígio, os homens enfrentam uma guerra que mata não os corpos, mas a amizade e o amor. Por isso, Jesus dirá: “Assume uma atitude conciliadora com o teu adversário, enquanto estás no caminho, para não te acontecer que teu adversário te entregue ao juiz e o juiz ao oficial de justiça e assim, sejas lançado na prisão” (Mt 5,25).

Porém, a caridade não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade (1 Cor 13,5-6). De fato, todas as revoluções em nome da justiça, da igualdade e da liberdade têm sido extremamente cruentas e abundantes em mortes humanas. Muitas destas revoluções buscam a desforra e a vingança. Por isso, todas as encíclicas sociais da Igreja terminam com a mesma advertência: a justiça deve ser temperada pela caridade que é a que tem a última palavra nas relações sociais.

Talvez não tenhamos em conta que, num mundo tão injusto como o romano – de escravos e cidadãos diversamente classistas – Jesus nada disse a respeito. Porém, a ênfase evangélica está na justiça divina para a qual Lucas deixa a definitiva sentença, como “Ai de vós ricos, porque já tendes a vossa consolação” (Lc 6,24).

O problema da desigualdade – para não dizer péssima distribuição de riquezas, – tem como solução uma voluntária redistribuição das mesmas, de modo que os mais ricos enriqueçam os mais pobres com as riquezas que para eles sobram e para estes faltam.

A chamada esmola deve ser considerada como uma necessidade voluntária de distribuição das riquezas. Mais do que condenar os ricos devemos pregar a pobreza voluntária, desterrando a ambição como programa humano e oferecendo a simplicidade e a austeridade de vida como objetivos evangélicos e ideais sociais.

Padre Bantu Mendonça

sábado, 15 de outubro de 2011

VEJA AQUI ALGUNS SINTOMAS DE CÂNCER NO OVÁRIO

O câncer ovariano é silencioso - portanto, leia com atenção:

Atente para qualquer dor ou desconforto pélvico ou abdominal, vagos mas persistentes problemas gastrointestinais como gases, náuseas e indigestões;

Vontade de urinar freqüente e/ou urgente, sem que tenha alguma infecção;

Perda ou ganho de peso inexplicável;

Pelve ou abdomen inchados, entumescidos e/ou com sensação de cheio, cansaço anormal, ou mudanças inexplicáveis dos seus hábitos intestinais.

Se esses sintomas persistirem por mais de duas semanas, peça a seu médico uma combinação de exames pélvico/retal ,exame de sangue CA-125 e ultrassom transvaginal.

O exame de Papanicolau NÃO detecta câncer ovariano.

Absurdo!

Lixo hospitalar dos EUA é vendido no Nordeste
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Fonte:www.folha.uol.com.br
FÁBIO GUIBU
ENVIADO ESPECIAL A SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE (PE)

Lençóis com nomes de hospitais dos EUA --iguais aos apreendidos pela Receita Federal no porto de Suape e classificados como lixo hospitalar-- são vendidos por quilo em uma das principais vias de Santa Cruz do Capibaribe, cidade de 87,5 mil habitantes de Pernambuco, relata o repórter Fábio Guibu em reportagem publicada na Folha (disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).


A Folha comprou nove peças (4 kg) na loja Império do Forro de Bolso. Parte delas tinha manchas e referências e unidades de saúde dos EUA, como Baltimore Washington Center ou Medline Industries Inc.

Amontoados no chão, os lençóis e fronhas eram vendidos a R$ 10 o quilo.

Funcionários alegaram problemas no sistema para não fornecer nota fiscal ou recibo e, depois da ligação por celular, fecharam a loja.

Tecidos de hospital só podem ser reaproveitados após rigorosa desinfecção.

A Receita não confirmou o nome do importador de lixo hospitalar.

Não é admissível que ainda tenhamos empresas com um pensamento tão baixo e mediocre, afinal importar lixo é o cúmulo do absurdo.

Eldemir Bezerra

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A Origem do Ocidente

Carlos Caso-Rosendi



Nestes últimos anos tem aumentado o coro dos que propõem a erradicação da religião por considerá-la perniciosa para a civilização. Repetem sem refletir as vozes que começaram com o anticlericalismo da Revolução Francesa, que insistia que a religião – especialmente a católica – era uma superstição que apenas atrasava o desenvolvimento potencial da humanidade.

Desde aqueles distantes dias, sempre houve aqueles que querem facilmente posar de “intelectuais” e para isso não há nada mais normal do que opor algo que rejeite a religião em nome de uma suposta superioridade intelectual. O sujeito anti-religioso é imediatamente considerado um “livre pensador”, um transgressor das regras do “sistema” e infinitas outras rotulagens que não encontram qualquer amparo na realidade. Para quem consegue enxergar o jogo, a famosa postura anti-religiosa revela sempre as mesmas coisas: má formação intelectual, pobreza no manejo de conceitos abstratos, pouca leitura e muitos preconceitos alimentados geralmente pelo desejo de não se submeter aos limites da moral sexual.

Dizíamos que a Revolução Francesa – sim, a mesma que cortou a cabeça de Lavoisier, pai da física moderna - começou com esta moda do intelectualismo automático. Nada melhor e mais suscinto para um ignorante com pretensão de pensador que se alimente de dois padres no café da manhã para se transformar “ipso facto” em um “arauto da liberdade” e em um “sujeito inteligente e bem-informado”.

Porém, sempre há retrógrados medievais como eu (como podem ver, eu sei que sou assim e sou feliz por ser assim) que se empenham em provar com fatos que os tais secularistas inimigos da religião estão bastante equivocados. Insisto que é o Cristianismo, as idéias cristãs, que criaram primeiramente o intelecto ocidental, com sua genuína e original mistura de individualismo, curiosidade e equanimidade cívica, valores que por sua vez deram origem a sociedades concretas que promovem os direitos do ser humano, a ciência e os governos democráticos.

A incoerência do secularismo de hoje é comparável a de um homem que certo dia diz para o seu vizinho, com a maior cara-de-pau, que ele é o inventor da Internet e também construtor da Torre Eiffel. Os secularistas modernos crêem que de alguma maneira essa vaga mistura de darwinismo, psicologia freudiana e marxismo que professam, criou e impôs os direitos humanos, a justiça social, a democracia e a ciência no mundo moderno, que até então era “atrasado” pelas “superstições religiosas”. Uma incoerência tão grave que se esquecem do cesto com a cabeça de Lavoisier, possivelmente a cabeça mais valiosa do Ocidente nessa época, até que a guilhotina revolucionária a separasse do corpo que a sustentava. Talvez se Lavoisier tivesse vivido por mais alguns anos, Newton e Einsten não teriam que trabalhar tanto…

E apenas para apontar alguns exemplos, como é possível que as religiosas cabeças de Newton ou Mendel, cheias de “superstições”, fossem tão brilhantes para perceber o que ninguém havia percebido por séculos? Até agora nenhum dos entusiastas secularistas da Internet conseguiu me explicar isso. Ademais, uma investigação da História das Ciências revela [a contribuição de] uma enorme quantidade de padres, monges, bispos e fiéis. De Copérnico a Polkinghorne, os fiéis parecem possuir uma habilidade sobrenatural (desculpem-me!) para encontrar soluções concretas para problemas de toda espécie.

Os não-crentes ou os céticos, no entanto, são bons para criar ciências “nebulosas” como o Darwinismo que, além de acumular pilhas e mais pilhas de fósseis, conseguiu gerar mais perguntas incontestáveis do que respostas irrefutáveis. Não esqueçamos a psicologia freudiana, cujos desregramentos todavia estamos sofrendo e que nunca pôde alcançar a maturidade epistemiológica – digamos – das leis genéticas que Mendel começou a descobrir. O pináculo das ciências nebulosas deve ser reconhecido a Marx; continuamos aguardando o paraíso dos operários, mas pela insistência com que os operários do mundo emigram para os países capitalistas, parece que o paraíso operário não faz parte da geografia marxista que certa vez cobriu a maior parte da Ásia e uma boa parte da Europa… Seu legado – pobreza, contaminação e desregramentos sociais – continua sendo a prova mais evidente da incoerência secularista. Mas, é claro, eles dirão que tudo isso foi apenas experiências fracassadas em que as coisas não foram bem feitas… O bom do secularismo é que sempre há outro lugar para onde ir experimentar e, se falhar, lança-se a culpa nos outros.

Alguns destes secularistas chegaram a ler livros ou, ao menos, ler as capas. Até existe entre eles alguns que falam “dos gregos” e lhes atribuem a fundação do Ocidente, que ia bem – segundo eles – até que chegaram os cristãos com as suas idéias atrasadas. O problema com a “Teoria dos Gregos e Romanos” como fundadores do Ocidente que temos hoje (por ora) é que realmente não é possível estabelecer uma relação direta entre o total das idéias dessas civilizações e o total da identidade intelectual e cultural disto que denominamos “Ocidente” ou “Civilização Ocidental”. Entretanto, para enfrentar esta contradição, devem se educar extraordinariamente mais e não basta alimentarem-se com uns padres a mais.

Os gregos e os romanos não eram muito diferentes dos persas ou dos chineses quando comparamos as estruturas intelectuais que criaram e as sociedades que estabeleceram como consequência. Gregos e romanos acreditavam na “anakuklosis”, ou seja, nos inevitáveis ciclos ou eras que dominam a vida da humanidade. Não apenas eles, mas todos os outros povos da Europa e Ásia compartilhavam esse “Weltanschung”. Pode-se dizer que esse tipo de conceito é o que evitou que sociedades bastante avançadas como a China ou a Índia fossem capazes de desenvolver as matemáticas avançadas que logo foram desenvolvidas no Ocidente e que tornaram possível a explosão tecnológica européia.

Outra consequência dessa concepção fatalista do mundo é a atrofiação das sociedades em sistemas de castas impossíveis de serem superadas e que historicamente evitaram que essas sociedades desenvolvessem sistemas de direito e maneiras democráticas de governo, também estes principais elementos do assombroso desenvolvimento do Ocidente.

Naquelas sociedades de concepção pagã predominaram sempre sentimentos profundamente pessimistas em que o medo e a morte impregnavam a psique social. O pagão entende a vida como um jogo incompreensível de gato e rato, onde ele é o rato e os deuses são os gatos. Mesmo aqueles que puderam atirar os deuses para cima – por exemplo, Epicuro – não puderam compreender a vida humana além do prazer e desprazer que a governam e que termina na aniquilação final do ser. A morte é inevitável, a vida não tem sentido, os deuses não podem ajudar… “Comamos e bebamos porque amanhã haveremos de morrer; e, por via das dúvidas, rendamos algum sacrifício aos deuses para, caso existam, nos sejam propícios”.

De todo esse complexo panorama desesperador, mas decorado pelo prazer e amor, talvez o Budismo seja o melhor produto. O Budismo prega a aniquilação total do ser e do desejo do ser como condição para a realização absoluta no Nirvana. Algo perfeitamente oposto à idéia cristã da satisfação de todo desejo humano na contemplação da visão beatífica. Porém, aqui, já estou me desviando do tema…

Voltemos aos pagãos… A esse mundo de quieto e não tão quieto desespero chegou Abraão. Um senhor que de intelectual não tinha nada. Um pastor nômade comum, guerreiro simples e comerciante que viajava entre o Crescente Fértil da Mesopotâmia e o Egito. Definitivamente um tipo original porque acreditava ter falado com Deus, o Deus único e verdadeiro, nada menos. E acreditava que Deus lhe havia feito uma promessa: “Farei tua descendência tão numerosa quanto as estrelas do céu”, o que, ao pobre Abraão, com 90 anos, sem filhos e casado com uma senhora de 80 anos, poderia soar mais como uma brincadeira de mau gosto. Porém, acreditou e confiou em Deus, com quem continuou conversando. Acreditando ou não, hoje mais da metade da população do mundo afirma crer no Deus de Abraão.

Este Deus tão peculiar foi transmitindo suas doutrinas gradualmente aos descendentes de Abraão; entre elas, uma doutrina que o resto do mundo da Idade do Ferro certamente NÃO compartilhava e que a ciência do mundo NÃO acreditou até que foi comprovada no início do século XX, cerca de 40 séculos após a morte de Abraão, e confirmada por Penzias e Wilson na década de 1960. A ciência demorou quatro mil anos para concordar com um hebreu montado sobre um camelo!

Essa doutrina única dos hebreus (assim chamados em honra à casa de Heber, antepassado de Abraão) diz que o Universo teve um início e que tudo o que existe foi criado por Deus. Os deuses daquela época eram como as donas de casa de hoje: compravam tudo pronto. Zeus, Hórus, Marduk e todos os demais são deuses que encontram o Universo pronto e, às vezes, “fazem” coisas novas, mas sempre a partir de coisas que já estavam ali presentes, como por exemplo, a lua, um touro, uma esposa etc. Os equivalentes pagãos do gênesis universal são comparáveis ao Gênesis hebraico como uma redação de jardim de infância se compara com uma obra de Shakespeare.

Com o passar do tempo, chegou à família de Abraão um mestre galileu chamado Jesus. Ele nos deu o que hoje denominamos “Cristianismo”. Esta força inesperada irrompeu no Império Romano do século I e transformou totalmente a sociedade. Os fiéis cristãos não podiam abortar os seus bebês, nem expô-los ao frio ou afogá-los como faziam os pagãos. Também não podiam ir se divertir no circo, para ver as feras destroçarem os pobres condenados. Nem acreditavam que o imperador fosse um deus, negando-se a queimar-lhe incenso. Esses “loucos” acreditavam que a alma do imperador era igual, aos olhos de Deus, à alma de qualquer escravo. Os cristãos enfrentavam a morte com serenidade e dignidade, o que frustrava o público do circo que esperava ver um pouco de drama. Os cristãos acreditavam, como os hebreus, que tudo tem um início e, para eles, a morte era o início da eternidade.

Uma das idéias mais caras dos cristãos era a caridade. No mundo antigo, apenas os judeus tinham algum conceito de caridade como Mandamento divino. Quando as pragas açoitavam uma cidade, os cristãos entravam nela ao invés de fugir, e ajudavam os outros, inclusive aqueles que iam ao circo vê-los morrer despedaçados. Quando o Império caiu e os bárbaros invadiram a Europa com gosto e prazer, foram os cristãos que preservaram os livros e a cultura em geral. Após algumas décadas, os bárbaros invasores tornaram-se também cristãos e saíaram a invadir o que restava da Europa pagã, não mais empregando armas e exércitos, mas o Evangelho.

Os cristãos introduziram na Europa a ideia – até então raríssima – de que Deus era razoável e não podia se contradizer a Si mesmo. Nessa breve doutrina estão contidos dois pilares do progresso do Ocidente: (1) A verdade existe, pode ser encontrada e deduzida mediante a observação e a razão; (2) A razão não é arbitrária ou contraditória consigo mesma, já que provém de Deus, o qual é a Fonte de toda verdade.

Assim cresceram as ciências no jardim que Jesus plantou no Mediterrâneo, lentamente no princípio e, depois, cada vez mais rápido, e que não se deteve até os nossos dias. Assim, foram inventados na Europa os mosteiros, os hospitais, as universidades, os técnicas dos artesãos, as imprensas… A Igreja limitou o poder dos reis, que já não podiam ser “deuses” e eram chamados a ser justos (mesmo que poucos o tenham conseguido ser)… Pouco a pouco chegaram as instituições democráticas, a partir da Magna Carta; descobriu-se um Novo Mundo e seus habitantes foram somados à família de Abraão…

E agora, 40 séculos depois de Abraão, surgem estes secularistas e nos dizem que a verdade é relativa; que Deus não existe; que os que renegam a religião são mais inteligentes que os que se deixam guiar por ela… e toda uma longa série de loucuras que não dá para escrevê-las todas aqui.

Na verdade, estes neopagãos têm apenas duas opções: a primeira é aprender bem as coisas e tornarem-se cristãos (que é muito mais divertido do que ser pagão); a segunda é sofrer as consequências de aplicar em suas vidas as próprias idéias. Espero que sejam tão espertos quanto os bárbaros e que se unam a nós para melhorar o mundo, pois fazem muita falta após estes últimos cinco séculos de incoerências.

Traduzido para o Veritatis Splendor por Carlos Martins Nabeto do site Primera Luz (http://www.primeraluz.org)


Fonte: http://www.veritatis.com.br/apologetica/ciencia-e-fe/1237-a-origem-do-ocidente

O QUE É A NOVA ERA ?

A Nova Era é um dos movimentos religiosos mais importante e mais perigosos do mundo ocidental atual. Não se trata de uma seita, de uma igreja organizada nem propriamente de uma religião. Isso é estranho de se entender, mas ela é uma nova forma de ver, pensar e agir. Esse movimento é adotado por muitas pessoas e organizações, com a finalidade de mudar o mundo seguindo certas crenças em comum. O perigo está em não possuir um único centro de difusão de suas idéias, nem regras, doutrinas ou disciplina em comum.


Essa tendência fala de vários assuntos: Deus, o destino do homem, morte, outras vidas, meditação, arte... Com isso podemos dizer Que a Nova Era é uma salada de várias religiões com a ciência e a literatura. O resultado é uma mensagem feita de respostas fantásticas, com a finalidade de levar as pessoas a ideias e comportamento contrários à mensagem do evangelho.

Alguns ideais:

* +O mundo entrará em paz e harmonia segundo a Astrologia , isso com a Era de Aquário
* +A Era de Aquário será fruto de uma nova consciência para o homem. Para se alcançar tal objetivo será usado variasformas de terapias como religião, saúde, política, música , tv, etc.
* +Cada um procurará a sua verdade. Não existe pecado.
* +Panteísmo: A natureza é um unico ser cósmico e divina, como um deus ou uma deusa que está em tudo .
* +Todas as religiôes são iguais
* +Jesus é somente um mestre, e não um salvador do pecado, porque cada homem encontra seu caminho.
* +Etc.

Origens
Cidade: Nova York
Quem criou: Sociedade Teosófica (Fundadora: a russa Helena Blavatsky, espírita, em 1875)
Sociedade Teosófica, ideais iniciais: mistura de ocultismo (esoterismo) e crenças de filosofias orientais
Toque final: Com os escritos da criadora, Alice Bailey(terceira presidente, médium) criou-se o termo Nova Era. Alice deixou a sociedade e criou a escola Arcano para desenvolver poderes parapsíquicos e fazer a prática do esoterismo. Em 1960, com o movimento hippie a Nova Era teve seu momento decisivo, pois teve mais facilidade de divulgar suas ideias. Pelo decorrer do tempo esse movimento foi ganhando força com Marilyn Ferguson.Suas conferências tem atraido pessoas das mais diferentes áreas de influência da sociedade. inclusive executivos e especialistas do mundo empresarial. Na sua lista possuia empresas como IBM, General Mill, Hallmark e Dec...

O aspecto grave da Nova Era é estar presente em programas governamentais, em estratégias comerciais e nos hábitos e costumes do dia-a-dia.

Como identificar a Nova Era?
Não dá para se dizer todos, Então vejamos alguns:

* +Literatura com escritores populares:Louise Hay, ShirleyMaclaine, Fritjof Capra, Paulo Coelho, LauroTrevisan, Pierre Weil...
* +Desenhos animados com fadinhas, bruxinhas, gnomos, duendes ou monstros ( por exemplo: Pokemon e Yu-gi-oh)
* +Filmes estilo Ghost, Harry Potter, Senhor dos Anéis...
* +Na música é comum no Rock
* +Expressões usadas por militantes da nova era como por exemplo: Comunidade global, nave terra, guia espiritual, mestres cósmicos, Senhor Matreya, Avatar, regressão, deus interior, poder psíquico.
* +Prática esotéricas: búzios, tarô, astrologia, grafologia, shiatsu, reiki...
* +Certos métodos de meditação oriental:

1. a) Ioga (não é uma simples meditação, a base dessa prática é a filosofia hindu, que é panteísta),
2. b)Meditação Transcendental(Processo dito sem vínculo religioso, mas a prática leva a adoração de deuses hindus).

Os Dez Mandamentos da Nova Era:

1. +Impacientemente, esperarás a era de Aquário.
2. +Impertubavelmente, acreditarás na grande mutação.
3. +Atentamente, despertarás a tua consciência.
4. +Ativamente, ocupar-te-ás do seu corpo
5. +Respeitosamente, seguirás os gurus.
6. +Integralmente, acreditarás no irracional.
7. +Fielmente, venerarás a deusa Gaia (a terra)
8. +Vigorosamente, rejeitarás as religiões estabelecidas.
9. +Muito naturalmente, falarás com os espíritos.
10. +Serenamente, rir-te-ás da morte.

Sei que é muita informação e tem muita coisa comum no nosso dia-a-dia, mas como bons católicos devemos esquivar do maligno e de seus perversos planos. Veja os Símbolos da Nova Era I, Símbolos da Nova Era II, Símbolos da Nova Era III.

Estas postagens tinham como objetivo de previnir católicos e nossos amigos cristãos das seitas e grupos perigosos para a nossa Fé.

Postagem baseada no livro "Católico pode ou não pode? Porque?" de Pe. Alberto Gambarini.

Meios de comunicação devem servir para construção da comunhão.

Dom Orani João Tempesta, Arcebispo metropolitano do Rio de Janeiro
Neste domingo, 5, Solenidade da Ascensão do Senhor, celebramos o 45º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Lançamos oficialmente neste final de Semana o 7º Mutirão Brasileiro de Comunicação que acontecerá no Rio de Janeiro de 17 a 22 de julho próximos, precedido do 1º Seminário de Comunicação para os Bispos do Brasil.

Nesta mesma semana estaremos celebrando a Novena em preparação a Pentecostes e a Semana de Orações pela unidade dos cristãos. Sem dúvida que tudo isso tem muito a ver também com a comunicação entre nós.

O Dia Mundial das Comunicações, único criado pelo Concílio Vaticano II, afigura-se como um convite direcionado, indistintamente, a todos nós para refletirmos e agirmos com compromisso cristão e ético nas fronteiras da Comunicação Social – patrimônio da humanidade que ganha, no mundo de hoje, contornos nunca antes imaginados, que se modificam em velocidade estonteante, em escalas exponenciais.

Como de costume, a cada ano temos a feliz oportunidade de aprofundar um tema em voga que contribua para avaliarmos as mudanças, os cenários, promessas e desafios que a comunicação, sobremaneira em sua feição tecnológica, provoca. O tema que o Papa Bento XVI escolheu para 2011 não poderia ser mais prolífico e adequado aos nossos tempos: “Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital”. O assunto que esse tema enseja possui o frescor da atualidade e exorta a todos a restituir a verdade e autenticidade no anúncio da Boa-Nova.

Para tanto, a missão de cada um de nós é, antes de tudo, reafirmar a essência das mídias, antigas e novas, recuperando as sábias palavras do Papa Pio XII: “[...] os maravilhosos progressos técnicos, de que se gloriam nossos tempos, sem dúvida, são fruto do engenho e do trabalho humano”, a fim de que cada cristão e cada cristã possa fazer do universo da comunicação social um espaço autêntico de propagação da Verdade que é Jesus Cristo.

Não podemos nos abster de cumprir essa tarefa no momento em que os artefatos tecnológicos ocupam posição central e abarcam todos os domínios da atividade humana. É necessário que coloquemos em funcionamento operadores éticos, que coíbam abusos e favoreçam a emancipação humana nesse terreno.

As observações do Santo Padre, o Papa Bento XVI, na mensagem para o 45º Dia Mundial das Comunicações Sociais, não deixam margem à dúvida no que se refere à importância da comunicação em nossas vidas: “Vai-se tornando cada vez mais comum a convicção de que, tal como a Revolução Industrial produziu uma mudança profunda na sociedade através das novidades inseridas no ciclo de produção e na vida dos trabalhadores, também hoje a profunda transformação operada no campo das comunicações guia o fluxo de grandes mudanças culturais e sociais.

As novas tecnologias estão a mudar não só o modo de comunicar, mas a própria comunicação em si mesma, podendo-se afirmar que estamos perante a uma ampla transformação cultural. Com este modo de difundir informações e conhecimentos, está a nascer uma nova maneira de aprender e pensar, com oportunidades inéditas de estabelecer relações e de construir comunhão.”

A realidade construída pela comunicação digital é irreversível, como sabemos, fazendo surgir uma cultura nova, afetando, em larga medida, os relacionamentos. A propósito, é aos relacionamentos que o Papa Bento XVI dedica parte significativa de sua bela mensagem. Num contexto em que as informações e o conhecimento são permutados intensivamente, em que as fronteiras entre emissor e receptor de mensagens são diluídas, é necessário que tenhamos consciência do nosso papel e das consequências dos nossos atos. Os intercâmbios no espaço digital não devem se oferecer apenas para troca banal de dados, como adverte o Santo Padre, tampouco estar subjugados a ilusões narcísicas de satisfação imediata e superficial do eu, mas deve, primordialmente, favorecer o diálogo e a partilha.

Com tanto mais razão essa advertência do Papa Bento XVI é direcionada, prioritarimente, aos jovens, por se constituírem polo de atração vulnerável ao estabelecimento de novos contatos, novas descobertas, ao exercício da visibilidade – possibilidades expressamente exploradas pela internet. Por extensão, essa advertência deve ressoar nos corações e mentes dos adultos, deve impulsionar a todos para buscar efetivamente partilhas, consolidar laços, arregimentar amizades sem, contudo, cairmos nas armadilhas do artificialismo, tampouco nos isolarmos em um mundo virtual paralelo onde os relacionamentos à distância nos satisfaçam provisoriamente.

A esse respeito, o Santo Padre nos pergunta: “Quem é o meu próximo?”, “em qual mundo vivemos?”. Sem contestar os avanços logrados pela internet, Bento XVI esclarece que esses mundos virtuais não substituem o relacionamento interpessoal. Com as novas tecnologias podemos nos encontrar para além dos “confins do espaço e das próprias culturas”, e isso supõe uma coerência de vida e honestidade de princípios.

É o retorno do velho ditado que o segredo está justamente no “ser humano”, um operador desses veículos de transmissão e informação. Essas advertências nos levam a refletir sobre o papel da evangelização nesse contexto.

A busca de amizades e de laços afetivos torna o espaço das mídias sociais um lugar de intensas movimentações e exibição de si próprio (pensamentos, desejos e ações). O lastro que a cultura virtual vai deixando em nossa trajetória abre um leque diverso de oportunidades: não raro vemos a exploração dessas mídias para a propagação de candidatos a cargos políticos, para difamações de pessoas, de grupos étnico-raciais, para convocação momentânea de manifestações públicas. O alcance dessas mídias são ferramentas indispensáveis, que chegam a ser fonte de notícias para os jornais impressos.

Os relacionamentos efêmeros e as trocas passageiras encetadas pela internet e outros dispositivos digitais, por sua vez, nos conduzem a uma ponderação ainda mais profunda: qual ideal de humano temos e qual podemos construir? Certamente, o desenrolar dessas questões nos reenvia para os modos de utilização desses meios.

A Igreja, no seu compromisso com uma outra comunicação, vem dotando seus fiéis com vários estudos e debates consubstanciados em textos e documentos, a exemplo de Igreja e Internet (28.02.2002), Ética na Internet (28.02.2002) e Ética nas Comunicações Sociais (02.06.2000), além da carta apostólica O Rápido Desenvolvimento (24.01.2005). A propósito, essas mesmas preocupações estão previstas de maneira resumida no documento conciliar Inter Mirifica, que completará cinquenta anos em 4 de dezembro de 2014.

Não nos olvidemos: as múltiplas possibilidades de interação com os meios digitais, com a cultura virtual não podem e nem devem estar desvinculadas do diálogo que vivifica, da comunhão que nos redime, a fim de que a grande rede seja de fato uma instância criativa de identificação coletiva, de aproximação do outro e, fundamentalmente, de transmissão do Evangelho.
A nossa vocação não pode ser desprezada, pois somos chamados a testemunhar com coerência os juízos, perfis, escolhas, preferências, de maneira que transpareça as razões “de nossa esperança”, a proclamar que Cristo “constitui a resposta plena e autêntica”.

Especialmente para nós no Brasil, esse Dia Mundial das Comunicações vai ressoar as conquistas oriundas do trabalho da Comissão Episcopal, procurando sempre dar a resposta plena e autêntica a Jesus Cristo, com a graça de Deus: a criação da Signis Brasil, instituição articuladora por congregar todos os meios de comunicação católicos de nosso país, e a publicação do documento de Estudos da CNBB n. 101, intitulados A comunicação na vida e missão da Igreja no Brasil, base fundamental para a construção do futuro Diretório das Comunicações, ainda tão sonhado e desejado, são alguns empreendimentos que visam fazer dos tentáculos comunicacionais instrumentos a serviço da obra de Deus.

A criação da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação criada em nossa Assembléia Geral realizada em Maio em Aparecida demonstra o apreço e a importância que o nosso episcopado dedica a esse tema.

Menção seja dada também à equipe de assessoria nacional da Pastoral da Comunicação, que vem dedicando suas reflexões e estudos para oferecer análises e propostas adequadas aos comunicadores por meio da publicação de novo livro sobre a nossa estimada Pastoral da Comunicação (Pascom).

Não podemos deixar de recordar novamente do Seminário de Comunicação para os Bispos do Brasil, a ser realizado em julho deste ano, promovido em parceria com o Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais. Esse seminário procura reposicionar as discussões sobre o tema, levando em conta as reflexões contidas na mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações de 2011, bem como as diretrizes estabelecidas pela Igreja para esse expediente.

Uma nova cultura está nascendo através de uma nova linguagem e que nos lança desafios enormes diante da mudança de época que ora vivemos. Dessa maneira, resta-nos convidá-lo a integrar a geração digital, com a plena convicção de que somos chamados a aceitar o desafio de fazer dessas novas formas de expressão o areópago digital, onde Cristo mostra seu rosto e nos convoca para a conversão.

Portanto, o nosso desafio é trabalhar em nossas comunidades, paróquias, pastorais de comunicação, propagando o tema do Dia Mundial e colaborando para que a “Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital”, seja uma realidade incontornável em nosso entorno e no mundo.