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quinta-feira, 29 de março de 2012

Os Livros DEUTEROCANÔNICOS JUDAICO-CATÓLICOS e sua Canonicidade na História da Igreja Cristã



Defendendo os deuterocanônicos

Quando católicos e protestantes falam sobre a Bíblia, os dois grupos atualmente possuem dois livros diferentes .


No século 16, os reformadores protestantes removeram uma parte do Antigo Testamento que não era compatível com a sua teologia. Diziam que estes livros não eram inspirados e os chamaram de "apócrifos".


Os católicos se referem a eles como "deuterocanônicos" (pois foram disputados por alguns autores e sua canonicidade foi estabelecida mais tarde que o resto), enquanto que os demais livros são chamados de "protocanônicos" (sua canonicidade foi estabelecida primeiro).


Seguindo o argumento protestante sobre a integridade da Bíblia, a Igreja Católica reafirmou a inspiração divina dos livros deuterocanônicos no Concílio de Trento em 1546. Fazendo isto, ela reafirmou o que já havia sendo crido desde os tempos primitivos.


Quem organizou o Antigo Testamento?


A Igreja não nega que aqui existem alguns livros que são realmente "apócrifos". Durante a era da igreja primitiva, existiam manuscritos que supunham ser inspirados, mas não eram. Muitos chegaram até nós, como o "Apocalipse de Pedro" e o "Evangelho de Tomé", cujas igrejas cristãs rejeitaram como não pertencendo às Escrituras.


Durante o primeiro século, os judeus discordavam sobre a constituição do cânon das Escrituras. De fato, havia muitos "cânons" sendo usados, incluindo livros usados por cristãos. Para combater a disseminação do rito cristão, os rabinos se encontraram na cidade de Jâmnia em 90 d.C. para determinar quais os livros que continham as verdadeiras palavras de Deus.

Pronunciaram-se afirmando que muitos livros, incluindo os Evangelhos, eram impróprios para serem considerados Escritura Sagrada.

Este cânon também excluiu 7 livros (Baruc, Sirácida, 1 e 2 Macabeus, Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão, e algumas porções de Daniel e Esther) que os cristãos consideravam como parte do Antigo Testamento.


O grupo de judeus que estavam em Jâmnia tornou-se o grupo dominante no decorrer da história judaica, e hoje muitos judeus aceitam tal cânon. Entretanto, alguns judeus, como os da Etiópia, seguiam um cânon diferente, e idêntico ao cânon Católico do Antigo Testamento, pois incluíam os sete livros deuterocanônicos (cf. Enciclopédia Judaica, vol 6, p. 1147).


Não é necessário dizer que a Igreja não aderiu ao resultado de Jâmnia – Motivos:

1)- Primeiro, um Concílio judaico após a época de Cristo não guarda ligações com os seguidores de Cristo.

2)- Segundo, Jâmnia rejeitou precisamente os documentos que constituíam a base da Igreja Cristã - os Evangelhos e outros documentos do Novo Testamento.

3)- Terceiro, rejeitando os deuterocanônicos, Jâmnia rejeitou livros que foram usados por Jesus e os apóstolos e que estavam contidos na edição da Bíblia que os apóstolos usaram no dia-a-dia - a Septuaginta.


Os apóstolos e os deuterocanônicos


A aceitação pelos cristãos dos deuterocanônicos era lógica porque estes estavam incluídos na Septuaginta, a versão grega do Antigo Testamento que os apóstolos usaram para evangelizar.

Dois terços das citações do Antigo Testamento no Novo são oriundos da Septuaginta. Em nenhuma parte os apóstolos falaram aos seus discípulos ou convertidos para evitar estes sete livros ou alguma doutrina contida nele.

Assim como os judeus pelo mundo que usam a versão da Septuaginta, os primeiros cristãos aceitaram os livros encontrados nela.

Sabiam que os apóstolos não iriam engana-los ou arriscar suas almas colocando falsas Escrituras em suas mãos - especialmente não os avisando contra isto.


Mas os apóstolos não colocaram os deuterocanônicos nas mãos de seus convertidos simplesmente como parte da Septuaginta.

Eles regularmente citavam-nos em seus escritos:

Por exemplo, Hebreus 11 nos encoraja a imitar os heróis do Antigo Testamento e no Antigo Testamento "mulheres houve, até, que receberam ressuscitados os seus mortos. Alguns foram torturados, rejeitados, não querendo o seu resgate, para alcançarem melhor ressurreição" (Hb 11,35).


Existem alguns exemplos de mulheres recebendo de volta seus mortos pela ressurreição no Antigo Testamento protestante.

Você pode achar Elias ressuscitando o filho da viúva de Sarepeta em 1 Reis 17, e você pode achar seu sucessor Eliseu ressuscitando o filho da mulher sunamita em 2 Reis 4,

Mas uma coisa não se poderá achar - em nenhum lugar no Antigo testamento protestante, do começo ao fim, de Gênesis a Malaquias - alguém é torturado e rejeita o seu resgate para alcançarem melhor ressurreição.

Querendo achar tal fato, deve procurar no Antigo Testamento da Bíblia católica - justamente nos livros deuterocanônicos que Martinho Lutero Retirou de sua Bíblia.
Esta história é encontrada em 2 Mac 7, onde lemos que durante a perseguição dos Macabeus,

"Aconteceu também que, tendo sido presos sete irmãos com sua mãe, o rei os queria obrigar a comer carne de porco contra a lei...os outros irmãos exortavam-se mutuamente com sua mãe, a morrerem corajosamente, dizendo: 'O Senhor Deus vê e consola-se em nós'...Morto deste modo o primeiro, levaram o segundo ao suplício...respondendo na língua dos seus pais, disse: Não! Pelo que este também padeceu os mesmos tormentos que o primeiro. Estando já para dar o último suspiro, disse desta maneira: 'tu ó malvado, faze-nos perder a vida presente, mas Deus, o Rei do universo, nos ressuscitará para a vida eterna, a nós que morremos, por fidelidade às suas leis" (2 Mac 7,1.5-9).


Os filhos morreram um por um, proclamando que eles serão recompensados pela ressurreição. "Entretanto a mãe deles, sobremaneira admirável e digna de memória, vendo morrer os seus sete filhos em um só dia, suportou heroicamente a sua morte, pela esperança que tinha no Senhor. Cheia de nobres sentimentos, exortava, na língua dos seus pais, a cada um deles em particular, dando firmeza... Dizia-lhes: 'não sei como fostes formados em meu ventre; não fui eu quem vos deu o espírito e a vida, ou que formei os membros do vosso corpo. O criador do mundo, que formou o homem no seu nascimento e deu a origem a todas as coisas, vos tornará a dar o espírito e a vida, por sua misericórdia, em recompensa do quanto agora vos desprezais a vós mesmos, por amor das suas leis", Diz o último irmão, "Não temas este algoz, mas sê digno de teus irmãos, aceita a morte, para que eu te encontre com eles no dia da misericórdia" (2 Mac 7,20-23.29).
Este é uma das referências do Novo Testamento aos deuterocanônicos.

Os primeiros cristãs reconheciam amplamente estes livros como Escrituras Sagradas, não somente porque os apóstolos os colocaram em suas mãos, mas porque também se referiram a eles no próprio Novo Testamento, citando o que recordavam como exemplos a serem seguidos.


Os Pais falam



A aceitação dos deuterocanônicos é evidente ao longo da história da Igreja. O historiador protestante J.N.D. Kelly escreve:
"Deveria ser observado que o Antigo Testamento admitido como autoridade na Igreja era algo maior e mais compreensivo que o Antigo Testamento protestante...ela sempre incluiu, com alguns graus de reconhecimento, os chamados apócrifos ou deuterocanônicos. A razão para isso é que o Antigo Testamento que passou em primeira instância nas mãos dos cristãos era... a versão grega conhecida como Septuaginta... a maioria das citações nas Escrituras encontradas no Novo Testamento são baseadas nelas preferencialmente do que a versão hebraica... nos primeiros dois séculos... a Igreja parece ter aceitado a todos, ou a maioria destes livros adicionais, como inspirados e trataram-nos sem dúvida como Escritura Sagrada. Citações de Sabedoria, por exemplo, ocorrem em 1 Clemente e Barnabé... Policarpo cita Tobias, e o Didache cita Eclesiástico. Irineu se refere a Sabedoria, a história de Susana, Bel e o dragão (livro de Daniel), e Baruc. O uso dos deuterocanônicos por Tertuliano, Hipólito, Cipriano e Clemente de Alexandria é tão freqüente que referências detalhadas são necessárias" (Doutrina Cristã Antiga, 53-54).


O reconhecimento dos deuterocanônicos como parte da Bíblia dada pessoalmente pelos pais também foi conferida por esses mesmos pais como uma regra, quando se encontravam nos Concílios da Igreja.

Os resultados dos Concílios são especialmente úteis porque não representam a visão de uma só pessoa, mas o que fora aceito pelos líderes da Igreja de todas as regiões: Católicas e Ortodoxas ( Que são separados dos Católicos).


O cânon das Escrituras, Antigo e Novo Testamento, foi fixado definitivamente no Concílio de Roma em 382, sob a autoridade do Papa Damaso I.

E foi logo reconhecido por sucessivos Concílios, tanto regionais como gerais. O mesmo cânon foi firmado no Concílio de Hipona em 393 e no de Cartago em 397. O fato destes Concílios não serem "ecumênicos" não rejeita o fato de suas decisões não serem aceitos como baseadas em verdade de fé. Em 405 o Papa Inocêncio I reafirmou o cânon em uma carta ao bispo Exuperius de Toulouse.

Outro Concílio de Cartago, este no ano de 419, reafirmou o cânon como os seus predecessores e pediu ao papa Bonifácio que "confirme este cânon, pois estas são as que recebemos de nossos pais para serem lidos na Igreja". Todos estes canos formavam a mesma Bíblia católica atual, todos eles incluindo os deuterocanônicos.

Este mesmo cânon foi implicitamente confirmado no sétimo Concílio Ecumênico, o de Nicéia II (787), que aprovou os resultados do Concílio de Cartago de 419, e explicitamente reafirmou nos Concílios Ecumênicos de Florença (1442), Trento (1546), Vaticano I (1870) e Vaticano II (1965).


As acusações protestantes


Os deuterocanônicos mostram doutrinas da Igreja Católica, e por esta razão eles foram retirados do Antigo Testamento por Lutero e colocados como apêndice sem números de páginas! Lutero também retirou livros do Novo Testamento - Hebreus, Tiago, Judas e Apocalipse - e os colocou como apêndice, sem páginas, da mesma forma que os outros.

Estes foram mais tarde recolocados de volta no Novo Testamento por outros protestantes, mas os 7 livros do AT foram deixados de fora (Com que autoridade ? – Pois a autoridade de Ligar e desligar (Mateus 16,18) não foi dada a Luteri que era um mero Monge, e sim ao sucessor de Pedro: Os Papas).

Em 1827, o British and Foreign Bible Society retirou também este apêndice, sendo este o motivo pelo qual não são encontrados nas Bíblias protestantes mais contemporâneas, apesar de ainda serem encontradas em traduções protestantes clássicas, como a King James Version.


A razão porque eles foram retirados é que ensinam doutrinas católicas que os protestantes rejeitam. Acima citamos um exemplo onde a carta aos Hebreus nos mostra um exemplo do Antigo Testamento contido em 2 Mac 7, um incidente não encontrado em nenhuma Bíblia protestante, mas facilmente localizada na Bíblia católica.

Porque Lutero teria retirado este livro se ele claramente serviu de fonte para aquela parte do Novo Testamento?

Simples: alguns capítulos mais adiante o livro apóia a prática da oração às almas dos mortos para que sejam purificados das conseqüências dos seus pecados (2 Mac 12,41-45); em outras palavras, a doutrina católica do purgatório.

Desde que Lutero rejeitou o ensino histórico do purgatório (que data de antes de Cristo, como mostra o livro de Macabeus), ele teve que retirar este livro da Bíblia e coloca-lo como apêndice. (Note que ele também retirou Hebreus, o livro que cita 2 Macabeus, e o colocou também como apêndice).


Para justificar esta rejeição a livros que estavam na Bíblia desde tempos antes dos apóstolos (a Septuaginta foi escrita antes dos apóstolos), os primeiros protestantes recorreram ao fato de que os judeus daqueles dias não honraram tais livros, retornando assim ao Concílio de Jâmnia.

Mas os reformadores estavam atentos apenas aos judeus europeus; não prestando a devida atenção aos judeus africanos, como os etíopes, que aceitavam os deuterocanônicos como parte de sua Bíblia.

Eles censuraram as referências ao deuterocanônicos no Novo Testamento, assim como seu uso da Septuaginta. Ignoraram o fato de que existiam múltiplos cânnos judaicos circulando no primeiro século, apelando a um Concílio judaico pós-cristão que não possuía nenhuma autoridade para com os cristãos para se falar que "os judeus não aceitaram estes livros".

Na verdade, foram longe tentar buscar algo que suportasse a rejeição a estes livros da Bíblia.


Reescrevendo a história da Igreja


Anos mais tarde eles até iniciaram a propagação do mito de que a Igreja Católica "adicionou" estes sete livros à Bíblia no Concílio de Trento.


Os protestantes também tentaram distorcer as evidências patrísticas em favor do deuterocanônicos.

Alguns superficialmente afirmam que os Pais da Igreja não os aceitavam, enquanto outros fazem reivindicações comedidas que certos importantes pais, como Jerônimo, também não os aceitava.


É verdade que Jerônimo, e poucos e isoladas escritores, não aceitavam alguns deuterocanônicos como inspirados. Entretanto, Jerônimo fora persuadido, contra sua convicção original, a incluir os deuterocanônicos em sua edição Vulgata pelo fato de que os livros eram comumente aceitos e era esperado que fossem incluídos em todas as edições da Bíblia.


Além do mais, deve ser documentado que em anos mais tarde Jerônimo de fato aceitou certos deuterocanônicos como inspirados
.


Em sua resposta a Rufino, ele defendeu bravamente as partes deuterocanônicas de Daniel mesmo que os judeus de seu tempo não o fizessem.


Jerônimo escreveu:


"Que pecado eu cometi se segui o julgamento da Igreja? Mas ele que traz acusações contra mim por relatar as objeções a que os judeus estavam acostumados a formar contra a história de Susana... e a história de Bel e o dragão, que não se acham nos volumes hebraicos, provam que ele é apenas um bajulador insensato. Eu não estava relatando minha própria visão, mas antes as questões que eles (os judeus) estavam acostumados a fazer contra nós" (Contra Rufinus 11,33 [402 d.C.]).

Desta forma Jerônimo reconheceu o princípio pelo qual o cânon foi fixado - o julgamento da Igreja, não dos judeus.


Outros escritores protestantes citam como objeção aos deuterocanônicos, que Atanásio e Orígenes não os aceitavam.

Ora, Atanásio aceitava o livro de Baruc (Festal Letter 39) e Orígenes aceitava todos os deuterocanônicos, mas simplesmente recomendava não os usar nos debates com os judeus.


Contudo, apesar de alguns disparates e hesitações de alguns escritores como Jerônimo, a Igreja permaneceu firme em sua afirmação histórica sobre os deuterocanônicos como inspirados e vindos com os apóstolos.

O protestante J.N.D. Kelly afirma isto apesar da dúvida de Jerônimo:
"Pela grande maioria, porém, os escritos deuterocanônicos atingiram o grau de inspirados com o máximo de senso. Agostinho, por exemplo, cuja influência no ocidente foi decisiva, não fazia distinção entre eles e o resto do Antigo Testamento... a mesma atitude com os apócrifos foi demonstrada nos Sínodos de Hipona e Cartago em 393 e 397, respectivamente, e também na famosa carta do papa Inocêncio I ao bispo de Toulouse Exuperius, em 405" (Doutrina Cristã Antiga, 55-56).



Este é, portanto, um grande mito pelo qual os protestantes acusam os católicos de terem "adicionado" os deuterocanônicos à Bíblia no Concílio de Trento.

CONCLUSÃO: Estes livros estavam na Bíblia antes de o cânon pretender ser definido, o que ocorreu só em 380 d.C. tudo o que Trento fez foi reafirmar, em face dos ataques protestantes à Bíblia católica, o que tem sido a histórica Bíblia da Igreja - a edição padrão seria a Vulgata de Jerônimo, incluindo os deuterocanônicos!

Os deuterocanônicos do Novo Testamento:


É irônico que os protestantes rejeitem a inclusão dos deuterocanônicos pelos Concílios de Hipona e Cartago, porque nestes Concílios da Igreja antiga também foram definidos os livros do Novo Testamento.

Principalmente pelo ano 300 havia uma ampla discussão sobre quais livros exatamente deveriam pertencer ao Novo Testamento.

Alguns livros, como os Evangelhos, Atos e a maioria das cartas de Paulo foram rapidamente aceitos. Contudo alguns livros, mais notavelmente Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João, e Apocalipse permaneceram em ardente disputa até que o cânon foi fixado. São, de fato, "deuterocanônicos do Novo Testamento".

Enquanto os protestantes aceitam o testemunho dos Concílios de Hipona e Cartago (os Concílios que eles mesmos mais citam) para a canonicidade dos deuterocanônicos do Novo Testamento, não estão dispostos a aceitar o testemunho dos mesmos Concílios para a canonicidade dos deuterocanônicos do Antigo Testamento.

Realmente irônico e extremamente contraditório (Só aceitam em parte a autoridade Judaica Por que ?).



Autor: James Akin

Fonte: Catholic Information Network

Tradução: Rondinelly Ribeiro



Do Guia de blogs católicos

* Fidel Castro se encontra com Papa Bento em Cuba


O encontro com o ex-presidente cubano fechou a visita pastoral do Papa Bento XVI

Incerto até o último momento, em determinados momentos dado por excluído, o encontro entre o Papa Bento XVI e o ex-líder cubano Fidel Castro, por fim, aconteceu. Os dois se encontraram por volta das 12:30, hora de Cuba, na Nunciatura Apostólica da Havana e sua conversa durou por volta de meia hora. O colóquio foi definido pelo porta-voz Vaticano, padre Federico Lombardi, “cordial, animado, alegre e intenso”.
Quase da mesma idade (85 anos do Papa e 86 do ex-líder máximo), ironizaram sobre a idade avançada. O Santo Padre, em particular, disse: “Sou ancião, mas ainda posso fazer o meu dever”.
Bento XVI expressou ao seu interlocutor a própria alegria pela recepção calorosa no solo cubano, e à pergunta: “O que faz um Papa?”, respondeu: “Está ao serviço da Igreja universal”. Fidel disse ter seguido todos os momentos da visita pastoral na televisão.
Castro dirigiu ao Pontífice algumas perguntas sobre mudanças na liturgia da Igreja e lhe expressou a sua própria preocupação sobre os problemas da humanidade. O ex-presidente cubano também afirmou ter desejado de coração as beatificações de Madre Teresa de Calcutá – grande benfeitora de Cuba – e de João Paulo II, que ele conheceu, em 1996 no Vaticano e em 1998 na Havana.
Diante dos discursos de Bento XVI sobre o problema da “essência de Deus” e sobre a relação entre ciência e fé, Castro pediu ao Santo Padre para envir-lhe alguns livros sobre o tema. “Tenho que pensar em quais títulos enviar-lhe”, respondeu o Papa. Durante a conversa estava presente a mulher do ex-líder cubano, Dalia. Na conclusão do encontro Castro apresentou ao Papa dois dos seus filhos.
O encontro entre Bento XVI e Fidel Castro foi a última etapa da visita pastoral do Papa a Cuba, antes do transferimento para o aeroporto “José Martí” da Havana. O retorno a Roma do vôo Alitalia levando a bordo o Santo Padre está previsto para as 10 da manhã, do dia 29 de março, quinta-feira.
Fonte: Carmadélio

sábado, 24 de março de 2012

Protestantes e a Comunhão: Porque os católicos comungam somente sob as espécies do Pão, e os protestantes sob espécie de Pão e Vinho, como Jesus fez na última ceia?


A diferença entre católicos e protestantes é essencial, e bem maior do que parece:

Os protestantes desligaram-se da sucessão dos Apóstolos, por isso seus pastores não recebem o sacramento da ordenação sacerdotal e não têm nenhum poder espiritual a mais do que seus fiéis. Portanto, eles “presidem” apenas “a ceia”, como memória – recordação da ÚLTIMA CEIA de Jesus. E nela comem simples pão e bebem simples vinho, acreditando que, por esta piedosa recordação, Cristo lhes comunica sua graça e o seu amor.

Os sacerdotes Católicos recebem no Sacramento da Ordem, o sacerdócio ministerial, (realmente distinto do sacerdócio comum dos fiéis, recebido no batismo), pelo qual realizam na Santa Missa o duplo efeito: 1o – celebram a última Ceia de Jesus; 2o – (Dentro desta comemoração, fazem o que Jesus fez nela antecipadamente): tornam, presente (aqui e agora) o sacrifício de Jesus na Cruz, consumado pela separação do sangue esgotejado do corpo, simbolizado pela consagração separada de pão e de vinho. É isto que Jesus ordenou aos Apóstolos e seus legítimos sucessores no sacerdócio, com as palavras: “Fazei isto em memória de Mim!” (Lc 22,19)

Este sacrifício de Jesus na cruz, perpetuado em cada Santa Missa ( que falta aos protestantes) – sendo a principal fonte de todas as graças – é de máxima importância. Por isso todos os católicos têm a grave obrigação, pelo 1o Mandamento da Lei da Igreja, de participar da Missa inteira nos Domingos e festas de guarda (quando há possibilidade).

As provas bíblicas sobre a real presença de Jesus na Eucaristia são as seguintes:


Os Evangelhos foram escritos na língua grega, de alta cultura, em que existem muitas expressões para os verbos “simbolizar, significar, representar, lembrar, etc.” No entanto, os três Evangelistas e S. Paulo, ao descreverem a Última Ceia de Jesus, usam exclusivamente a palavra “é”: “Isto é o meu Corpo; este é o cálice do meu sangue”. (Mt 26, 26s; Mc 14,22s; Lc 22,19s; Icor 11,23s.
b) Jesus falava ao povo simples, com palavras claras e compreensíveis. Quando usava comparações, p. ex.: “Vós sois o sal da terra; vós sois a luz do mundo”; – ninguém reclamava, e não esperava ver os Apóstolos transformados em imagens de sal ou de luz. Quando, porém, Jesus lhes disse: “Este é o pão que desceu do céu, se alguém comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que Eu vos darei é a minha carne (imolada) pela vida do mundo”. (Jo 6,50-51) – então os judeus o entendem verbalmente e reclamam dizendo: “Como pode Ele dar-nos a comer sua carne?” E Jesus reafirma: “Em verdade, em verdade Eu vos digo: se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós… pois a minha carne é um verdadeiro alimento e o meu sangue é uma verdadeira bebida. Quem come deste pão viverá eternamente”; (Jo 6,52-58). Até muitos discípulos seus o entenderam assim verbalmente, e por isso murmuraram e se retiraram dizendo: “É dura tal linguagem; quem pode escutá-la? (Jo 6,60-66). Mas Jesus não se retrata, para os recuperar. Pelo contrário, pergunta aos doze Apóstolos: “Também vós quereis partir?” E então Simão Pedro dá a bela resposta da fé, em nome dos Apóstolos e de todos os fiéis católicos: “Para quem iremos nós, Senhor? Tu tens as palavras da vida eterna, e nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus”. (Jo 6,67-71). Porém, somente na Última Ceia foi lhes revelada a maneira de alimentar-se com o Corpo e o Sangue de Jesus, velado sob espécies de pão e vinho consagrados.


c) Outra prova bíblica sobre a verdadeira presença de Jesus na Eucaristia, são as admoestações de S. Paulo aos Coríntios: “E por isso, todo aquele que comer o pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, torna-se culpado do corpo e do sangue do Senhor… Pois quem come e bebe sem fazer distinção de tal corpo, come e bebe a própria condenação”. (I Cor 11,27-29).
d) A Comunhão sob uma ou duas espécies não constitui essencial diferença já que em cada pedacinho de pão e em cada gota de vinho consagrados recebemos Jesus inteiro, vivo e ressuscitado; como consta claramente de suas palavras (Jo 6, 51-56): “Eu sou o pão vivo que desceu do céu… e o pão que Eu hei de dar é a minha carne… Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, permanece em Mim e Eu nele. Claro, não é um pouquinho de carne ou sangue que recebemos na santa Comunhão, mas o “Eu” de Jesus: a pessoa do Filho de Deus Encarnado – nosso Salvador.

Por isso os primeiros cristãos costumavam levar aos encarcerados pela fé, somente o pão consagrado; e aos doentes que não conseguem engolir um pedacinho da hóstia consagrada, a Igreja recomenda administrar algumas gotas do vinho consagrado. E em grupos, menores e bem preparados, pode-se administrar a Santa Comunhão sob duas espécies. O que mais importa é a viva fé, humildade e piedade diante deste Santíssimo Sacramento do Amor! Daí, o 3o Mandamento da Lei da Igreja nos obriga: Comungar ao menos uma vez por ano, pela Páscoa da Ressurreição; e recomenda fazê-lo em cada santa Missa!

Que pena que pela falta de fé no poder e no amor infinitos de Jesus, tantos “crentes” se afastaram desta “árvore de vida”, presente entre nós até ao fim do mundo, – na Eucaristia; apesar de suas palavras claras: “Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós” (Jo 6,53).

Guia de blos católicos

quinta-feira, 22 de março de 2012

Arcebispo Maronita de Damasco: "nosso sofrimento é grande. Estamos assistindo impotentes ao drama".

 
 
samir_nassar 









“Nosso sofrimento é grande. Estamos assistindo impotentes ao drama. Felizmente, o Santo Padre Bento XVI preenche o vazio, pedindo paz, justiça, diálogo e reconciliação” – diz à Agência Fides Dom Samir Nassar, Arcebispo maronita de Damasco, um ano após o início da revolta e da violência na Síria.
Em mensagem enviada à Fides, o Arcebispo recorda que “aquilo que havia começado como uma pequena manifestação no sul da Síria em 15 de março de 2011, se transformou numa crise que está abalando cada cidade do país. Diante de uma crise que em um ano, aumentou em nível local e chegou a proporções regionais, a Síria se tornou uma área de conflito internacional, cujas motivações políticas, militares e econômicas estão plasmando o futuro do país”.
Dom Nassar nota que “o confli to está num beco sem saída”: por um lado, um forte poder centralizado que se recusa em se fazer de lado; por outro, uma rebelião popular que parece não se render, apesar da intensidade da violência. Este conflito, que está paralisando o país, criou sanções econ?micas, inflação, desvalorização da moeda local (-60%), aumento do desemprego, destruição, populações desalojadas e milhares de vítimas.
As pessoas “estão submetidas a pressões enormes e a um intenso sofrimento, que aumenta com o passar do tempo. Ódio, divisões e miséria aumentam, em meio à ausência de atos de compaixão e de ajudas humanitárias. A Síria parece estar diante de um impasse mortal” – sublinha, preocupado.
Sobre a condição dos cristãos, o Arcebispo afirma: “A atual situação de paralisação está alimentando a angústia dos fiéis que no final das Missas se cumprimentam com um ‘adeus’, pois se sentem incertos em relação a seu futuro. O fechamento das embaixa das em Damasco impossibilitou a obtenção dos vistos, o que limita significativamente a possibilidade de deixar o país”. “Neste momento de grande tormento e divisão – explica Dom Nassar - a família se torna o único refúgio para as vítimas da crise. A família age como um escudo que garante a sobrevivência da sociedade e da Igreja. Por este motivo, diante da tragédia, a Igreja decidiu focalizar sua atenção e suas orações nas famílias, fornecendo-lhes toda a ajuda e apoio possíveis”. Entretanto, “a crise parece não ter fim. Ao contrário, a ‘tempestade’ está cada vez mais forte e não vemos uma luz”.
O quesito crucial é: “Aonde irá e o que será da Síria?”. Com esta preocupação, conclui o Arcebispo, os cristãos vivem a Quaresma “em silêncio, com as mãos vazias, o coração pesado e os olhos voltados a Cristo Ressuscitado, que orienta nossos passos ao caminho do perdão e da paz”.

QUEBRA DE MALDIÇÃO DOS ANTEPASSADOS?


Permita-me provocá-lo com o texto de Paulo em Colossenses, 2,8: “ Cuidado para que ninguém vos enrede com sua filosofia e com doutrina falsa, baseando-se em tradição humana e remontando às forças elementares do mundo, sem se fundamentar em Cristo”
Paulo alerta contra doutrinas sobre rito de circuncisão e lembra que em Cristo há uma outra circuncisão que é a que conta: a espiritual que não tem apenas a ver com o corpo que perecerá. A circuncisão dos que seguem Jesus terá que ser muito mais profunda. É pacto maior do que o corte do prepúcio, como já o era maior entre os judeus. Mas ágora este pacto é de batismo, morte e ressurreição. É outro sangue e outro tipo de entrega.
Então Paulo diz com clareza: “ Vós estáveis mortos por conta do pecado. Vossos corpos não tinham sido circuncidados em Cristo mas Deus lhes devolveu a vida em Cristo e perdoou os pecados a todos nós. Por que existia contra nós uma conta a ser paga, que ele cancelou , e apesar das obrigações legais a eliminou, pregando-as na cruz…”
É Paulo dizendo que Jesus já pagou a conta de todos nós e isto inclui os pecados de nossos antepassados.E Paulo outra vez afirma em que Deus é rico em misericórdia…Ele não fica remoendo os pecados de nossos parentes nem os nossos. Deus não é ressentido nem vingativo.
Orar pela cura da maldição que pesa sobre a nossa família, por conta dos pecados de nossos antepassados soa estranho. Cristãos aprenderam que Jesus expiou os pecados da humanidade. Agora, cada qual deve fazer a sua parte. E não temos que orar pela quebra de maldição dos que morreram porque não estão amaldiçoados. Jesus foi benção suficiente para todos.
A Igreja até ora na missa por todos os que morreram na esperança da ressurreição… Inclui não só os bonzinhos… Se maldição havia, Jesus já a reverteu e já pagou a conta. Quem acha que seus antepassados ainda não foram perdoados esqueceu imenso poder perdoador e redentor do Cristo. Jesus tem mais poder e perdão do que eles imaginam. Orou pelos seus algozes dizendo que não sabiam o que estavam fazendo…Se perdoou quem o matava perdoou e perdoa quem morreu com alguma conta a pagar. Seu sangue tem este poder…
Os que oram pela quebra de maldição dos seus antepassados tratem de se arrepender dos próprios pecados porque dos seus mortos Jesus já cuidou. Não há mais maldição depois da morte redentora do Cristo. Até pelos pecadores mais empedernidos ele morreu. Cristãos gastem mais tempo falando de bênção do que de maldição…

quarta-feira, 21 de março de 2012

Igreja Universal reduz valor de “franquia” cobrada para abertura de novos templos, afirma jornalista

Igreja Universal reduz valor de “franquia” cobrada para abertura de novos templos, afirma jornalista A Igreja Universal do Reino de Deus estaria refazendo seu planejamento estratégico em busca de voltar a crescer e frear a perda de fiéis.
A informação é do jornalista Lauro Jardim, da revista Veja, que afirmou que o bispo Edir Macedo reduziu o que ele chamou de “franquia”.
Segundo Jardim, a Igreja Universal tem “uma regra não escrita”, imposta por Macedo, de que um templo só pode ser aberto pela denominação caso haja certeza de que poderá arrecadar no mínimo R$ 150 mil por mês.
A informação agora é de que o bispo Macedo aceitou reduzir o valor para R$ 50 mil, frente ao crescimento vultoso de igrejas como a Mundial, de seu desafeto Valdemiro Santiago.
Fonte: Gospel+

Receita federal apreende avião de Edir Macedo


Aeronave do tipo Citation X, avaliada em mais de US$ 20 milhões, pertence a filial da Igreja Universal, na Argentina. No ano passado, o Ministério Público Federal em São Paulo denunciou o bispo por lavagem de dinheiro, remetido ilegalmente do Brasil para os Estados Unidos
A Receita Federal apreendeu ontem uma aeronave do tipo Citation X em Viracopos. Consta que o avião de mais de US$ 20 milhões pertence a filial da Igreja Universal, de Edir Macedo, na Argentina. Procurada, a assessoria da igreja não foi encontrada para comentar o ocorrido. A informação é de Sonia Racy.
Em setembro do ano passado, o Ministério Público Federal em São Paulo denunciou o bispo Edir Macedo Bezerra, chefe religioso da Igreja Universal do Reino de Deus, por montar, com mais três dirigentes da igreja: o ex-deputado federal João Batista Ramos da Silva, o bispo Paulo Roberto Gomes da Conceição, e a diretora financeira Alba Maria Silva da Costa, uma quadrilha para lavar dinheiro da IURD, remetido ilegalmente do Brasil para os Estados Unidos por meio de uma casa de câmbio paulista, entre 1999 e 2005.
Segundo a denúncia, de autoria do procurador da República Sílvio Luís Martins de Oliveira, o dinheiro era obtido por meio de estelionato contra fiéis da IURD, por meio do “oferecimento de falsas promessas e ameaças de que o socorro espiritual e econômico somente alcançaria aqueles que se sacrificassem economicamente pela Igreja”.
Os quatro também são acusados do crime de falsidade ideológica por terem inserido nos contratos sociais de empresas do grupo da IURD composições societárias diversas das verdadeiras. O objetivo dessa prática era ocultar a real proprietária de diversos empreendimentos, qual seja, a IURD.
 
Fonte: http://www.rondoniaovivo.com/noticias/receita-federal-apreende-aviao-de-edir-macedo/84932#.T2dU_0t6O7U.twitter

Vaticano adverte os teólogos: “não é lícito a um teólogo opor-se ao Magistério da Igreja”

Prof. Felipe Aquino
O Vaticano retomou um tema importante em um novo pronunciamento através da “Sagrada Congregação da Fé” e da sua “Comissão Teológica Internacional”, onde deixa claro que os teólogos devem se submeter aos bispos porque são “os autênticos intérpretes da fé”.
O documento é intitulado “Teologia hoje: Perspectivas, princípios e critérios”, com 35 páginas, foi aprovado em novembro passado e sua publicação foi autorizada pelo cardeal William Levada, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, com o aval do Papa Bento XVI.
O novo documento da Comissão Teológica Internacional propõe  “critérios metodológicos determinantes para a teologia católica em relação a outras disciplinas afins, como as ciências religiosas”. E faz isso em três capítulos:
a teologia pressupõe a escuta da palavra de Deus amparada na fé (capítulo 1);
se realiza em comunhão com a Igreja (2);
tem como fim dar razão à verdade de Deus (3).
Certamente virão muitas criticas ao Papa e à Congregação da Fé por este documento, especialmente por aquelas escolas de teologia que não obedecem o Magistério da Igreja e não respeitam os dogmas como ensinamentos perenes, e fazem teologia segundo os “seus” critérios e não os da Igreja. Mas a Santa Sé tem a missão de guardar “o deposito da fé”, a “sã doutrina” (1Tim 1, 10; 6,20; Tt 1,9; 2,1.7) intacto como o recebeu de Cristo. Os dogmas são as colunas e o fundamento da nossa fé, revelados por Deus, e não podem se alterados ou esquecidos. Quando era Prefeito da Congregação da Fé, em 1985, o atual papa disse:
“Numa visão subjetiva da teologia, o dogma é muitas vezes considerado como uma camisa-de-força intolerável, um atentado à liberdade do estudioso, individualmente considerado. Perdeu-se de vista o fato de que a definição dogmática é , ao contrário, um serviço à verdade, um dom oferecido aos crentes pela autoridade querida por Deus. Os dogmas, disse alguém, não são muralhas que nos impedem a visão, mas ao contrário, janelas abertas que dão para o infinito.” (A Fé em Crise? O Cardeal Ratzinger se interroga”; J. Ratzinger/ V. Messori; Ed. Pedagógica e Universitária LTDA; E.P.U.; 1985, pg. 49/50)
O documento salienta que os teólogos, para realizar seu trabalho, devem reconhecer a jurisdição dos bispos para “uma interpretação autêntica da palavra de Deus transmitida pela escritura e a tradição”.
O documento da Santa Sé não trás nada de novo, mas reafirma a necessidade dos teólogos não se afastarem dos dogmas da fé, o que alguns mais “modernos” se arriscam. Se o trem sair do trilho, descarrilha.
Falando aos membros da Comissão Teológica Internacional, em 2006, o Papa Bento XVI advertiu que os teólogos devem “procurar a obediência à verdade” e não desvirtuar a palavra e a alma “ao falar obedecendo à ditadura das opiniões comuns”. O Santo Padre lembrou que “falar para encontrar aplausos, falar orientando-se ao que os homens querem escutar, falar obedecendo à ditadura das opiniões comuns, considera-se como uma espécie de prostituição da palavra e da alma”. (ACI, Vaticano, 06 out 06)
Disse o Papa que “o teólogo deve seguir a disciplina dura da obediência à verdade, que nos faz colaboradores” e “bocas da verdade”.
O teólogo é um pesquisador que procura aprofundar o sentido das verdades da fé reveladas por Deus através dos Patriarcas, dos Profetas e da pregação de Jesus Cristo. Estas verdades estão na Tradição (= transmissão) oral e nas Sagradas Escrituras. Por isso o teólogo estuda a Bíblia Sagrada e suas ciências auxiliares (a lingüística, a arqueologia, a história…) assim como os documentos emanados da Igreja através dos séculos e a Filosofia, a fim de ilustrar e transmitir ao Povo de Deus o conteúdo dos artigos  da fé.
Em 24 maio 1990 a  Congregação para a Doutrina da Fé, quando o seu Prefeito era o Papa Bento XVI, publicou uma Instrução “Sobre a Vocação Eclesial do Teólogo”, onde chama a atenção dos teólogos para vários pontos importantes, como:
“O teólogo, de modo particular, tem a função de adquirir, em comunhão com o Magistério, uma compreensão sempre mais profunda da Palavra de Deus contida na Escritura inspirada e transmitida pela Tradição viva da Igreja” (N.º 6).
“O objeto da teologia é dado pela Revelação, transmitida e interpretada na Igreja sob a autoridade do Magistério, e acolhida pela fé. Descurar estes dados, que têm valor de princípio, seria equivalente a deixar de fazer teologia”. (n.12)
Portanto, não é lícito a um teólogo opor-se ao Magistério da Igreja, A teologia  professa a assistência do Senhor ao Magistério da Igreja (cf. Jo 14, 15.25; 16,12-13), assistência de que ele, teólogo, pessoalmente não goza.
Infelizmente os maus teólogos recorrerem aos meios de comunicação para exercer pressão sobre a opinião pública contra o Papa e a Santa Sé. A Instrução alerta que a Igreja não é uma simples democracia onde tudo se resolve pelo voto e pelo gosto da maioria:
“Não se podem aplicar à Igreja, pura e simplesmente, critérios de conduta que têm a sua razão de ser na sociedade civil ou nas regras de funcionamento de uma democracia. Menos ainda se podem inspirar as relações no interior da Igreja à mentalidade do mundo circunstante (cf. Rm 12,2). Indagar da opinião da maioria o que convém pensar e fazer, recorrer, à revelia do Magistério, à pressão exercida pela opinião pública, aduzir como pretexto um consenso dos teólogos, sustentar que o teólogo é o porta-voz profético de uma base ou comunidade autônoma que seria assim a única fonte da verdade, tudo isto revela uma grave perda do sentido da verdade e do sentido da Igreja” (n.º 39).
“O pluralismo não é legitimo a não ser na medida em que é salvaguardada a unidade da fé no seu significado objetivo” (n.º 34).
“Não se pode recorrer aos direitos humanos para fazer oposição às intervenções do Magistério. Um tal comportamento desconhece a natureza e a missão da Igreja” (n.º 36).
“Falar neste caso de violação dos direitos humanos não têm sentido, porque se estaria desconhecendo a exata hierarquia desses direitos, como também a natureza da comunidade eclesial e do seu bem comum. Além disso, o teólogo que não está em sintonia com o “sentire cum Ecclesia” se põe em contradição com o compromisso, livre e conscientemente assumido por ele, de ensinar em nome da Igreja” (n.º 37).
“A argumentação que alude ao dever de seguir a própria  consciência, não pode legitimar a dissensão. Antes de tudo, porque este dever se exerce quando a consciência ilumina o juízo prático em vista de uma decisão a ser tomada, enquanto aqui se trata da verdade de um enunciado doutrinal. Além disso, se o teólogo deve, como qualquer fiel, seguir a sua consciência, ele é também obrigado a formá-la. A consciência não é uma faculdade independente e infalível… A reta consciência do teólogo católico supõe, portanto, a fé na Palavra de Deus, cujas riquezas ele deve  penetrar, mas também o amor à Igreja, da qual ele recebe sua missão, e o respeito pelo Magistério divinamente assistido” (n.º 38).
“Às vezes, o Magistério pode ser levado a tomar graves providências, como, por exemplo, quando retira a um teólogo que se afasta da doutrina da fé, a missão canônica ou o mandato do ensinamento que lhe havia confiado, ou ainda quando declara que alguns escritos não estão de acordo com esta doutrina. Agindo dessa forma, o Magistério entende ser fiel à sua missão, porque defende o direito do Povo de Deus a receber a mensagem da Igreja na sua pureza e na sua integridade, e, assim, a não ser perturbado por uma perigosa opinião particular” (n.º 37).
“Às vezes a dissensão recorre também a uma argumentação sociológica, segundo a qual a opinião de um grande número de cristãos seria uma expressão direta e adequada do senso sobrenatural da fé… O fiel pode  ter opiniões errôneas, porque nem todos os seus pensamentos procedem da fé. Nem todas as ideias que circulam entre o Povo de Deus são coerentes com a fé, tanto mais que podem facilmente sofrer a influência de uma opinião pública veiculada pelos modernos meios de comunicação” (n.º 35).
Enfim, a missão do teólogo não é contestar as verdades de fé confirmadas pela Igreja e seu Magistério, assistido permanentemente pelo Espírito Santo, mas ajudar a Igreja a entendê-las cada vez melhor.