Páginas

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Caminhar a procura da verdade

24. Nos Atos dos Apóstolos, o evangelista Lucas narra a chegada de Paulo a Atenas, numa das suas viagens missionárias. A cidade dos filósofos estava cheia de estátuas, que representavam vários ídolos; e chamou-lhe a atenção um altar, que Paulo prontamente aproveitou como motivo e base comum para iniciar o anúncio do querigma: « Atenienses — disse ele —, vejo que sois, em tudo, os mais religiosos dos homens. Percorrendo a vossa cidade e examinando os vossos monumentos sagrados, até encontrei um altar com esta inscrição: "Ao Deus desconhecido". Pois bem! O que venerais sem conhecer, é que eu vos anuncio » (Act 17, 22-23). Partindo daqui, S. Paulo fala-lhes de Deus enquanto criador, como Aquele que tudo transcende e a tudo dá vida. Depois continua o seu discurso, dizendo: « Fez a partir de um só homem, todo o género humano, para habitar em toda a face da Terra; e fixou a sequência dos tempos e os limites para a sua habitação, a fim de que os homens procurem a Deus e se esforcem por encontrá-Lo, mesmo tacteando, embora não Se encontre longe de cada um de nós » (Act 17, 26-27).
O Apóstolo põe em destaque uma verdade que a Igreja sempre guardou no seu tesouro: no mais fundo do coração do homem, foi semeado o desejo e a nostalgia de Deus. Recorda-o a liturgia de Sexta-feira Santa, quando, convidando a rezar pelos que não crêem, diz: « Deus eterno e omnipotente, criastes os homens para que Vos procurem, de modo que só em Vós descansa o seu coração ». 22 Existe, portanto, um caminho que o homem, se quiser, pode percorrer; o seu ponto de partida está na capacidade de a razão superar o contingente para se estender até ao infinito.
De vários modos e em tempos diversos, o homem demonstrou que conseguia dar voz a este seu desejo íntimo. A literatura, a música, a pintura, a escultura, a arquitectura e outras realizações da sua inteligência criadora tornaram-se canais de que ele se serviu para exprimir esta sua ansiosa procura. Mas foi sobretudo a filosofia que, de modo peculiar, recolheu este movimento, exprimindo, com os meios e segundo as modalidades científicas que lhe são próprias, este desejo universal do homem.

25. « Todos os homens desejam saber », 23 e o objecto próprio deste desejo é a verdade. A própria vida quotidiana demonstra o interesse que tem cada um em descobrir, para além do que ouve, a realidade das coisas. Em toda a criação visível, o homem é o único ser que é capaz não só de saber, mas também de saber que sabe, e por isso se interessa pela verdade real daquilo que vê. Ninguém pode sinceramente ficar indiferente quanto à verdade do seu saber. Se descobre que é falso, rejeita-o; se, pelo contrário, consegue certificar-se da sua verdade, sente-se satisfeito. É a lição que nos dá Santo Agostinho, quando escreve: « Encontrei muitos com desejos de enganar outros, mas não encontrei ninguém que quisesse ser enganado ». 24 Considera-se, justamente, que uma pessoa alcançou a idade adulta, quando consegue discernir, por seus próprios meios, entre aquilo que é verdadeiro e o que é falso, formando um juízo pessoal sobre a realidade objectiva das coisas. Está aqui o motivo de muitas pesquisas, particularmente no campo das ciências, que levaram, nos últimos séculos, a resultados tão significativos, favorecendo realmente o progresso da humanidade inteira.
E a pesquisa é tão importante no campo teórico, como no âmbito prático: ao referir-me a este, desejo aludir à procura da verdade a respeito do bem que se deve realizar. Com efeito, graças precisamente ao agir ético, a pessoa, se actuar segundo a sua livre e recta vontade, entra pela estrada da felicidade e encaminha-se para a perfeição. Também neste caso, está em questão a verdade. Reafirmei esta convicção na carta encíclica Veritatis splendor: « Não há moral sem liberdade (...). Se existe o direito de ser respeitado no próprio caminho em busca da verdade, há ainda antes a obrigação moral grave para cada um de procurar a verdade e de aderir a ela, uma vez conhecida ». 25
Por isso, é necessário que os valores escolhidos e procurados na vida sejam verdadeiros, porque só estes é que podem aperfeiçoar a pessoa, realizando a sua natureza. Não é fechando-se em si mesmo que o homem encontra esta verdade dos valores, mas abrindo-se para a receber mesmo de dimensões que o transcendem. Esta é uma condição necessária para que cada um se torne ele mesmo e cresça como pessoa adulta e madura.

26. Ao princípio, a verdade apresenta-se ao homem sob forma interrogativa: A vida tem um sentido? Para onde se dirige? À primeira vista, a existência pessoal poderia aparecer radicalmente sem sentido. Não é preciso recorrer aos filósofos do absurdo, nem às perguntas provocatórias que se encontram no livro de Job para duvidar do sentido da vida. A experiência quotidiana do sofrimento, pessoal e alheio, e a observação de muitos factos, que à luz da razão se revelam inexplicáveis, bastam para tornar iniludível um problema tão dramático como é a questão do sentido da vida. 26 A isto se deve acrescentar que a primeira verdade absolutamente certa da nossa existência, para além do facto de existirmos, é a inevitabilidade da morte. Perante um dado tão desconcertante como este, impõe-se a busca de uma resposta exaustiva. Cada um quer, e deve, conhecer a verdade sobre o seu fim. Quer saber se a morte será o termo definitivo da sua existência, ou se algo permanece para além da morte; se pode esperar uma vida posterior, ou não. É significativo que o pensamento filosófico tenha recebido, da morte de Sócrates, uma orientação decisiva que o marcou durante mais de dois milénios. Certamente não é por acaso que os filósofos, perante a realidade da morte, sempre voltam a pôr-se este problema, associado à questão do sentido da vida e da imortalidade.

27. A tais questões, não pode esquivar-se ninguém — nem o filósofo, nem o homem comum. E, da resposta que se lhes der, deriva uma orientação decisiva da investigação: a possibilidade, ou não, de alcançar uma verdade universal. Por si mesma qualquer verdade, mesmo parcial, se realmente é verdade, apresenta-se como universal e absoluta. Aquilo que é verdadeiro deve ser verdadeiro sempre e para todos. Contudo, para além desta universalidade, o homem procura um absoluto que seja capaz de dar resposta e sentido a toda a sua pesquisa: algo de definitivo, que sirva de fundamento a tudo o mais. Por outras palavras, procura uma explicação definitiva, um valor supremo, para além do qual não existam, nem possam existir, ulteriores perguntas ou apelos. As hipóteses podem seduzir, mas não saciam. Para todos, chega o momento em que, admitam-no ou não, há necessidade de ancorar a existência a uma verdade reconhecida como definitiva, que forneça uma certeza livre de qualquer dúvida.
Os filósofos procuraram, ao longo dos séculos, descobrir e exprimir tal verdade, criando um sistema ou uma escola de pensamento. Mas, para além dos sistemas filosóficos, existem outras expressões nas quais o homem procura formular a sua « filosofia »: trata-se de convicções ou experiências pessoais, tradições familiares e culturais, ou itinerários existenciais vividos sob a autoridade de um mestre. A cada uma destas manifestações, subjaz sempre vivo o desejo de alcançar a certeza da verdade e do seu valor absoluto.

Nestes tempos modernos está cada vez mais difício para nós Cristãos nos estabelecermos nesta verdade, então devemos sempre está atentos a realidade em que vivemos para podermos vencer as tentações e tribulações que tanto nos afasta de Deus . Paz e bem a todos

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Papa recorda monges que colocaram Missa no centro da vida cristã

Bento XVI saúda fiéis presentes na Sala Paulo VI, no Vaticano, para a catequese desta quarta-feira
Na Catequese desta quarta-feira, 11, o Papa Bento XVI falou sobre o Mosteiro de Cluny, que está completando mil e cem anos. Uma ordem monástica de grande importância na Idade Média, que restaurou a observância da Regra beneditina. Este mosteiro colocou a Celebração litúrgica no centro da vida cristã, embelezando-a com a música sacra, a arquitetura e a arte, convencidos de que é "participação na liturgia do céu". Enriqueceu também o calendário litúrgico, acrescentando, por exemplo, a celebração de finados.Cluny adquiriu logo fama de santidade, e deu origem a quase dois mil mosteiros em diversos países da Europa. Esta difusão foi possível também à sua dependência direta ao Santo Padre, que liberava os mosteiros das ingerências das autoridades locais. Assim, puderam se opor à simonia na concessão de ofícios eclesiásticos, e fomentar maior estima pelo celibato e a moralidade dos sacerdotes.Além disso, os monges de Cluny se ocupavam dos necessitados, da educação e da cultura quando não havia instituições para isso e criaram espaços de paz, em uma época de muita violência. Tudo isso abriu as portas ao reconhecimento do valor da pessoa humana e a necessidade da paz.Após a Audiência Geral, o Papa saudou os peregrinos. Em português, fez um pequeno resumo da Catequese: "Há mil e cem anos, nascia o Mosteiro de Cluny segundo a observância da Regra de São Bento, cujos monges davam grande importância à liturgia porque estavam convictos firmemente de que era participação na liturgia do Céu. Os frutos de santidade multiplicaram-se e esta fama levou muitas outras comunidades monásticas a seguir a reforma de Cluny: no início do século XII a Ordem contava cerca de mil e duzentos mosteiros, a partir dos quais se foi delineando uma 'Europa do espírito'. A eles se devem as chamadas 'tréguas de Deus' e 'a paz de Deus', duas instituições típicas da civilização medieval que foram cimentando, na consciência dos povos, dois elementos fundamentais da sociedade: o valor da pessoa humana e o bem primordial da paz. Saúdo os fiéis da paróquia Imaculado Coração de Maria em Criciúma e demais grupos vindos do Brasil. Para vós e todos os peregrinos lusófonos presentes, vai a minha saudação cordial, com votos de boa viagem de regresso às vossas terras e famílias, que vos esperam transfigurados pela graça desta romaria penitencial aos túmulos dos Apóstolos São Pedro e São Paulo. Também eu vo-lo desejo, ao dar-vos, propiciadora de abundantes graças celestes, a Bênção Apostólica".No final da Audiência Geral, Bento XVI fez um apelo em prol do Sri Lanka. O Santo Padre recordou que se passaram seis meses desde o final do conflito que ensangüentou o país e constata com satisfação os esforços das autoridades que, nessas semanas, estão facilitando o regresso à casa dos refugiados de guerra.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Entendendo o Nazismo

Você, alguma vez, já parou para entender o que realmente aconteceu durante a época de ouro do Nazismo? Porque milhares de judeus foram mortos de maneira tão cruel e como o povo alemão pode aceitar tamanha atrocidade? Não? Pois bem, um bom cristão deve entender melhor o mundo que está ao seu redor e sua história. É por isso que eu trouxe, de maneira resumida, um estudo de olhar cristão sobre os movimentos ocultistas pulsantes na Europa até chegar ao jovem Hitler.
Nossa viagem começa com a Teosofia. A teosofia nada mais é que uma seita ocultista, camuflada de discussão filosófica, que visa obter a “sabedoria dos deuses”. Sua forma atual foi criada pela russa Helena Blavatsky, que divulgou amplamente os conceitos da teosofia pelo ocidente ao fundar a Sociedade Teosófica em 1875 e através de diversos livros, entre eles o famoso “A Doutrina Secreta“, de 1888.
A teosofia alega que o mundo foi e ainda será habitado por 8 espécies definidas de seres, em tempos determinados, chamadas de Ronda. Cada espécie, ou Ronda, se subdivide em 7 outras sub-espécies. Ainda segundo a teosofia, cada Ronda deve terminar para começar outra. Já houve a Ronda dos deuses sem corpo, dos deuses com corpo, já passamos pela quinta Ronda que é a da população evoluída de Atlantida, mas que teve seu tempo chegado ao fim através de um terrível terremoto. No momento, estaríamos na sexta Ronda, composta pelos seres humanos que derivam da raça atlante.
Blavatsky alega ainda que a raça humana é dividida em sete sub-espécies, todas derivadas da raça ariana que é a mais poderosa e inteligente sobre todas as sub-espécies. Ela alega ainda que a raça ariana são os atlantes, mas sem os poderes de semi-deuses. E nessa linhagem de sub-espécies aparece como inferior a raça semítica, ou seja, os egípcios e os judeus. Segundo a Teosofia Ariana, eles precisariam ser destruídos para que a raça ariana pudesse evoluir para a sétima Ronda, pois eram muito limitados para evoluir junto aos outros e, por isso, travavam a sétima evolução.
Essa Teosofia Ariana foi amplamente divulgada na Rússia e países germânicos. Os semitas passaram a ser considerados um estorvo, uma paralisia; a teosofia ganhou inúmeros adeptos. Entre esses adeptos estava Dietrich Eckart, que recebeu uma profecia da comunidade teosófica: ele seria o mentor do homem que levaria a raça semítica à extinção e a raça ariana à sétima evolução. E isso quase aconteceu.
Eckart foi um dos fundadores do “Partido Alemão de Trabalhadores“, que foi nomeado mais tarde como “Partido Socialista Alemão de Trabalhadores” (Nationalsozialistische), e que obviamente foi chamado de Partido Nazista e gerou o Nazismo. Em 1919, Eckart conheceu um jovem promissor chamado Adolf Hitler durante um comício do partido. Eckart percebeu que aquele seria o jovem da profecia e passou a ensiná-lo as teorias teosóficas, arianas e anti-semíticas. Isso não quer dizer que Hitler aprendeu a odiar judeus com Eckart; Hitler já aprendera o anti-semitismo em sua juventude Viena. O seu ódio apenas foi aumentado e moldado conforme os desejos do partido Nazi. Antes de falecer, Eckart pronunciou que Hitler seria quem regeria o partido conforme seus desejos e levaria a raça ariana à evolução.
Conhecendo melhor esses fatos, podemos entender o porquê da perseguição aos judeus naquela época. Não foi algo simplesmente implantado por Hitler, mas era um pensamento ocultista que já vinha sendo disseminado desde a época de Blavatsky. Quando Hitler tomou o poder na Alemanha e declarou guerra contra os aliados que haviam vencido a primeira guerra mundial, ele se sentiu confiante para a execução da limpeza étnica e quase limpou a Europa dos judeus, ciganos e egípcios. Toda essa matança e o Holocausto foi influenciado, dentre outros fatores, pela teosofia, que acreditava ser a limpeza étnica um caminho para a evolução da raça ariana. O extermínio de semitas foi chamado de “Solução Final” e gerou a perseguição e a prisão de judeus nos famosos campos de extermínio.
Ps. Alguém notou a suástica, símbolo do nazismo, presente no simbolo da teosofia? Pois é, uma das inúmeras características da teosofia levada para o nazismo.