O Protestantismo não é um movimento religioso
homogêneo, tendo muitas diferenças internas entre as suas igrejas e
muitas das vezes estas são tão diversas entre si que se afastam em
demasia da mensagem da igreja cristã primitiva. As diversas ramificações
protestantes tem como causa o princípio da livre interpretação bíblica
pelo indivíduo que traz consigo o germe da fragmentação e da
radicalidade. Muitos movimentos reformadores movidos por sentimentos
radicais destruíram igrejas e imagens bem como torturaram e mataram
vários opositores; qualquer um que se opusesse as diretrizes de um dos
movimentos era considerado inimigo daquela igreja. Temos como exemplo, o
governo teocrático (Governar em nome de Deus) da Nova Sião estabelecido
pelos reformadores anabistas que dirigiram uma forte perseguição aos
adversários das suas convicções religiosas. Vê se na prática o quanto é
falho a noção de livre interpretação bíblica pelo indivíduo, pois cada
movimento reformador ao ganhar preponderância política sobre os demais
fazia com que as suas convicções fossem sobrepostas as dos outros (é o
caso dos congregacionistas ao se tornarem religião oficial do estado de
Massachusetz nos Estados Unidos).
A fragmentação é um outro aspecto observado no
Protestantismo. Bastava um grupo, ou até um indivíduo, segundo a sua
interpretação das Sagradas Escrituras, discordar e julgar imprópria
determinada prática feita pelos membros daquela comunidade religiosa, já
era um forte motivo para se fundar uma nova agremiação (Refletir 2Pd 3, 15-16).
Daí a dificuldade em mapear as suas ramificações e as origens de cada
uma delas. Todavia é sabido que as igrejas reformadas tem como base três
origens: a reforma luterana, na Alemanha; a calvinista, na Suiça; e a
anglicana, na Inglaterra.
A história do protestantismo nos lembra a triste
sorte que geralmente toca aos cristãos que cedem ao individualismo e ao
subjetivismo em matéria religiosa: vão se afastando cada vez mais das
fontes do cristianismo, a ponto de, por vezes, só guardarem o nome de
cristãos. É, entre outros, o caso das Testemunhas de Jeová.
Foi precisamente para evitar cisões e rupturas devido
ao individualismo, às vezes fantasioso e errôneo, que o Senhor Jesus
quis instituir o primado de Pedro e de seus sucessores. A Pedro disse
Jesus: “Simão, Simão, eis que Satanás pediu insistentemente para vos
peneirar como trigo; eu, porém, orei por ti a fim de que tua fé não
desfaleça… Confirma teus irmãos” (Lc 22, 31s). É o
ministério de Pedro, assistido pelo Senhor Jesus e o Espírito Santo, que
garante a unidade da doutrina e da moral da Igreja, conservando-as
fiéis ao Evangelho original.
Por isso São Cipriano (+ 258), diante das ameaças de
cisma no século III, ensinava: “Não pode possuir a vesta inconsútil de
Cristo aquele que divide e dilacera a Igreja”,: ou ainda, “Não pode ter
Deus por Pai no céu quem não tem a Igreja por Mãe na terra”.
Posteriormente, dizia muito sabiamente Santo Agostinho: “Na cátedra da
unidade colocou Deus a doutrina da verdade”. Cientes disso, nós fiéis
cristãos católicos devemos reconhecer o valor de estarmos na barca de
Pedro, onde Jesus navega com os seus.
Veremos à seguir algumas igrejas protestantes e suas origens, bem como alguns aspectos doutrinais.
Genealogia Protestante
Alemanha
* Luteranismo —-> Anabistasx1 ——>Menonitas
Inglaterra
* Anglicanismo ——> Congregacionistas
* Anglicanismo ——-> Metodismo —>
Pentescotalismo (Assembléia de Deus, Universal do Reino de Deus, Nova
Vida, Evangelho Quadrangular, etc)
* Anglicanismo ——–> Batistas ( x1 Influência das idéias Anabistas) —> Adventistas
Suíça, Escócia e Inglaterra (Conhecidos como Puritanos)
*Calvinismo —> Presbiterianismo —> Testemunhas de Jeová
Os três troncos iniciais:
Os Luteranos
O fundador do Luteranismo foi Martinho Lutero. Mestre
em Filosofia, entrou para a ordem dos frades agostinhos (1505),
ordenou-se padre em 1507 e foi teólogo em 1513. A divulgação das suas 95
teses contra a hierarquia eclesiástica e as indulgências da Igreja, em
1517, marcam o seu rompimento contra a Santa Sé. Publicou posteriormente
obras de combate a doutrina católica onde critica a submissão da igreja
à autoridade romana, influenciado pelo nacionalismo germânico, e os
sete sacramentos cristãos.
A doutrina luterana não admite a mediação da igreja
entre o crente e Deus, por defender a livre interpretação bíblica pelo
indivíduo, e discorda da necessidade de se praticar boas obras como
forma de se obter a graça da salvação. Tem, portanto, a visão de que a
natureza humana é completamente manchada pelo pecado e por isso não
existe forma de buscar a santificação (Esta visão vem da interpretação
de Lutero da Sagrada Escritura em Rm 1,17 e Gl 3,12.22 a
luz dos escritos pessimistas de Santo Agostinho em relação à natureza
humana). Todavia, os pecados do crente serão perdoados e justificados
pela fé em Jesus como seu único Salvador, a chamada justificação (dos
pecados) pela fé.
Discordam, também, do sacerdócio ministerial
transmitido através do sacramento da Ordem. Todos os crentes participam
de um único e universal sacerdócio derivado do batismo. Os sacramentos
são reduzidos para apenas dois: O batismo e a Santa Ceia.
No Brasil as diversas igrejas luteranas reúnem-se,
não de forma centralizada, em duas associações: CIL (Conselho de Igrejas
Luteranas) e IECLB (Igrejas Evangélicas de Confissão Luterana do
Brasil). Nutrem em Lutero, como em todas as igrejas luteranas do mundo,
um respeito profundo e o chamam grande mensageiro de Deus. Todavia,
afastam-se de Lutero em muitos pontos, como por exemplo na veneração a
Maria como Mãe de Deus que podemos ver explicitamente em palavras do
mensageiro: “Quem são todas as mulheres, servos, senhores, príncipes,
reis, monarcas da Terra comparados com a Virgem Maria que, nascida de
descendência real (descendente do rei Davi) é, além disso, Mãe de Deus, a
mulher mais sublime da Terra? Ela é, na cristandade inteira, o mais
nobre tesouro depois de Cristo, a quem nunca poderemos exaltar bastante
(nunca poderemos exaltar o suficiente), a mais nobre imperatriz e
rainha, exaltada e bendita acima de toda a nobreza, com sabedoria e
santidade.”
Alguns anos atrás surgia em muitas igrejas luteranas,
principalmente na Alemanha, um movimento, liderado por leigos e até
pastores, de revisão de alguns dogmas desta igreja em vista aos milagres
acontecidos em Lourdes e Fátima. Esta revisão prega o resgate do culto a
Virgem que segundo eles ao ser sufocado, no coração dos evangélicos,
foram destruídos os sentimentos mais delicados da piedade cristã. Este
movimento pode ser visto como um álibi para uma maior aproximação (já
existe um bom diálogo) entre católicos e luteranos.
Os Calvinistas ou Presbiterianos
O Fundador do Calvinismo ou Presbiterianismo foi João
Calvino. Em 1527/8, embora educado na fé católica, passou para as
idéias reformadoras que percorriam Europa desde o brado de Lutero em
1517. Emigrou para Genebra e depois para Basiléia, ambas cidades suiças,
onde escreveu várias obras de profundas críticas a doutrina católica. A
teologia de Calvino, embora semelhante à de Lutero, dá ênfase na
magestade divina, engrandece demasiamente o poder de Deus, a ponto de
dizer que há duas predestinações: uma para a salvação e a outra para a
condenação eterna. Deus, segundo Calvino proíbe o pecado a todos, mas na
verdade quer que alguns pequem, porque devem ser condenados. Ele,
apesar desta doutrina ser espantadora, sabia atrair discípulos, pois
afirmava que todo aquele que crê realmente na justificação por Cristo,
pertence ao grupo dos predestinados, tendo a salvação garantida. Esta
concepção difere dos demais cristãos que adotam a remissão dos nossos
pecados por Jesus na cruz.
Ao organizar a igreja em Genebra, Calvino colocou o
governo desta nas mãos de um conselho misto formado por leigos e
pregadores (pastores) chamado de presbitério que tinha ainda como função
zelar pela disciplina, à semelhança da inquisição medieval. Este
conselho visitava casas, servia-se de denúncias e espionagem paga; os
réus gravemente culpados, se persistissem no erro, eram entregues a um
tribunal, onde poderiam ser torturados e até condenados a morte.
Os Calvinistas se propagaram pela França, Inglaterra,
Escócia e Holanda. Com o desenvolvimento das grandes navegações
partiram também para os Estados Unidos.
Os Anglicanos ou Episcopais
O fundador da igreja
Anglicana (chamada também de Episcopal) foi o rei inglês Henrique VIII.
Este recebeu do Papa Leão X o título de “Defensor da Fé” pela sua obra
“Afirmação dos Sete Sacramentos” em resposta a obra de Lutero chamada “O
Cativero Babilônico”. Todavia, em resposta à recusa da anulação de seu
casamento feita pelo Papa (posteriormente Henrique VIII casou-se e
descasou-se sete vezes), o Rei instigou, em fevereiro de 1531, a
assembléia do clero a proclama-lo “Chefe Supremo da Igreja na
Inglaterra” o que na prática rompia a relação e a subordinação
eclesiástica com a Santa Sé. Em 1532, o rei elevou à categoria de
arcebispo de Cantuária (cargo mais alto da hierarquia anglicana) Thomas
Cranmer que, numa viagem a Alemanha, tinha entrado em contato com o
luteranismo.
A partir daí, a Igreja Anglicana afastou-se em muitos
aspectos da doutrina católica, sendo muito influenciada por idéias
calvinistas e luteranas. Consequentemente, muitos mosteiros foram
fechados, relíquias e imagens foram destruídas. Apesar de guardar alguns
aspectos da doutrina católica como os sete sacramentos e a hierarquia
episcopal, nega a comunhão dos santos e a veneração à Virgem Maria. Não
obstante, a hierarquia episcopal anglicana não é reconhecida pelo
Vaticano, uma vez que foi reconstituída por Elisabeth I no ano de 1559,
após ter sido praticamente extinta pelo rei anterior, quando nomeou um
capelão dela a categoria de arcebispo de Cantuária, segundo um ritual
novo chamado “Ordinal”, confeccionado no reinado de Eduardo VI.
Hoje em dia, o reatamento entre a Santa Sé e a
hierarquia anglicana é ainda mais dificultado pela ordenação de mulheres
ao presbiterato e até para o episcopado. Este fato tem aberto distância
crescente entre os anglicanos e os católicos ( acompanhados pelos
ortodoxos orientais, muito fiéis à Tradição). Porém, no século passado
registrou-se na Inglaterra o chamado movimento de Oxford, chefiado por
teólogos anglicanos (entre os quais John Newman, depois convertido ao
catolicismo e feito cardeal) que propunha um estudo à literatura
teológica dos primeiros séculos do cristianismo ou os Padres da Igreja;
mediante esse retorno a fonte, verificaram que a Igreja Católica havia
guardado puramente a mensagem de Cristo e das primeiras gerações
cristãs. A continuidade desse estudo é muito importante, pois pode
preparar o reatamento da comunhão entre o anglicanismo e o catolicismo.
Os Congregacionalistas
Os congregacionalistas surgiram de um grupo de
cristãos radicais que desejavam ir mais adiante com a reforma anglicana,
segundo eles ainda muito católica. Os cristãos radicais, muitos eram
pastores anglicanos, criticavam a hierarquia episcopal e a liturgia
tradicional (mantidas na igreja anglicana). Ambas deviam ser abolidas em
nome da “purificação” do credo e das práticas da igreja, daí serem
conhecidos como puritanos. Um destes cristãos chamava-se Browne e em
1580 pregou e realizou a separação de um grupo radical da igreja
Anglicana oficial na Inglaterra. Este grupo declarou-se isento de
qualquer imposição doutrinária ou disciplinar; deveriam ser considerados
todos iguais entre si e livres na interpretação da Bíblia.
Estas teses por serem muito individualistas trouxeram
ao grupo o germe da desagregação. Com efeito dois anos depois de ser
fundado, tal grupo se dividiu por motivos de dissensões internas. As
teses de Browne foram reassumidas por John Greenwood, Henry Barrow e
Francis Jonhson, que em 1592 fundaram uma comunidade de independentes
congregacionalistas, porque afirmavam que a igreja consta de grupos
(congregações) de cristãos santos sob direção própria e independentes de
qualquer controle. Portanto cada igreja seria governada por sua
congregação sem nenhum vínculo entre si.
Como se vê, a falta de uma autoridade central e o
elevado grau de independência entre as congregações, as expuseram a
cisões, assim como às incursões do racionalismo que levaram a negação de
alguns dogmas, como a negação da Santíssima Trindade. Temos como
exemplo a cisão de 1833 que separou os congregacionalistas unitários
(contrários a Trindade) dos ortodoxos trinitários (favoráveis a ela).
Os Metodistas
O Fundador do Metodismo é John Wesley. Este
participava juntamente com o seu irmão Charles de uma “comunhão”
semanalmente na Universidade de Oxford, no qual praticavam o jejum, a
santidade e a caridade. Devido a regularidade da sua vidas ambos eram
chamados de metodistas, designação esta que conservaram. Em 1738,
Wesley, após julgar ter recebido o testemunho de que conseguiria a
salvação, começou a pregar e a formar pequenas comunidades em Londres e
Bristol. Em 1739, passaram a pregar em casas particulares e praças
públicas e não mais em templos, por não terem sido reconhecidos pela
religião anglicana (oficial na Inglaterra). Posteriormente, Wesley deu a
nova comunhão constituição eclesiástica própria e ele mesmo impôs as
mãos e nomeou um dos seus ministros “bispo metodista”. Portanto é assim
que o metodismo tem os seus “bispos” no sentido impróprio da palavra,
pois lhes falta o essencial, ou seja, a sucessão apostólica.
A atenção dada ao Espírito Santo e à santificação
pessoal, sentida pela experiência da ação do Espirito Santo no íntimo do
crente (subjetivismo), prepara o surto dos grupos pentescostais no
século XX, que começaram com o desejo de Holiness (Santidade) nos
Estados Unidos.
Os Batistas
Os batistas têm por fundador o inglês John Smyth
(+1617). Foi, primeiramente, pastor anglicano. Movido pelo espirito
reacionário que agitava não poucos cristãos de sua pátria, queria uma
reforma ainda mais radical do que a anglicana; em particular, não se
conformava com a organização hierárquica (episcopal) e a liturgia dos
anglicanos, que ele julgava supérfluas. Foi influenciado pelas idéias
anabistas ( não reconhecimento da tradição cristã de batismo em
crianças, presente na igreja primitiva e também na católica) e pregava
assim o rebatismo em todo o crente batizado quando criança. Por isso
formou, em Gainsborough, uma pequena comunidade dissidente do
anglicanismo no ano de 1604; foi, porém, obrigado a se exilar com os
seus companheiros, indo ter a Amsterdam (Holanda), onde o calvinismo
predominava. Na verdade, afastam-se da tradição bíblica e cristã pois
lemos que vários personagens pagãos professaram a fé cristã e se fizeram
batizar “com toda a sua casa”; assim o centurião romano Cornélio (At 10, ls.24.44.47s), a negociante Lídia de Filipos (At 16,14s), o carcereiro de Filipos (At 16,31-33), Crispo de Corinto (At 18,8) e a família de Estéfanas (1 Cor 1,16). A expressão “casa” (oikos, em grego) designava o chefe de família com todos os seus domésticos, inclusive as crianças.
Cada comunidade batista é independente de qualquer
autoridade visível, seja eclesiástica, seja civil; é regida diretamente
“por Jesus Cristo e pelo Espírito Santo”, que agem na assembléia. Esta
tem todo poder de eleger os seus pastores e diáconos e substituí-los,
não havendo, portanto, hierarquia nem jurisdição eclesiástica.
Em sua teologia, os batistas seguem teses
calvinistas. Assim, por exemplo, ensinam que Deus predestina os homens,
diretamente não só para a glória, mas também para a condenação eterna.
Afirmam também que a justificação ou a graça é obtida mediante a fé
apenas e esta encobre os pecados.
Professam os “sacramentos” do batismo e da Santa
Ceia, todavia estes não são meios comunicadores da graça (que vem
somente pela fé), mas servem apenas para fortalecer aqueles que os
praticam com fé. Logo, divergem da Tradição cristã primitiva (seguida
pelo catolicismo) no qual o sacramento é um canal da graça que realiza
seu efeito ou comunica a graça mesmo a uma criancinha antes do uso da
razão
Hoje em dia se contam mais de 20 ramos batistas, que
em 1905 se uniram de maneira um tanto vaga na Liga Mundial Batista; são,
entre outros, os batistas calvinistas, os batistas congregacionalistas,
os batistas primitivos, os batistas do livre pensamento, os batistas
dos seis princípios (porque aceitam como único fundamento da fé e da
vida cristã os seis pontos mencionados em Hb 6,1s: arrependimento, fé,
batismo, im-posição das mãos, ressurreição dos mortos, juízo eterno), os
batistas tunkers, os batistas campbellitas, os batizantes a si mesmos,
os batistas abertos, os batistas fechados, os batistas do sétimo dia
(observantes do sábado e não do domingo), etc.
Os Adventistas
O fundador da denominação adventista
(termo que quer dizer vinda) é William Miller camponês nascido de pais
piedosos batistas. Em 1816 de acordo com a sua interpretação de uma
passagem bíblica (Dn 8,5-11), Miller chegou a conclusão
que a segunda vinda de Jesus se daria em 1843. Erroneamente interpretou
os 2300 dias mencionados na passagem como se fosse anos. Quando a
comunidade batista o excomungou, em 1843, Miller tinha realizado várias
assembléias nos campos, com a participação de milhares de ouvintes. O
ano passou e nada aconteceu e Miller refez o cálculo para 1844. Esta
nova previsão falhou e é desta época a origem do termo adventista. Na
verdade, as previsões são contrárias ao evangelho que no diz: “Quanto
àquele dia e àquela hora, ninguém sabe, nem mesmo os anjos do céu, mas
somente o Pai” (Mt 24, 36).
Como as suas previsões falharam, os adventistas
justificaram o seu erro dizendo que Jesus estava a examinar os homens
defuntos, aprovando ou reprovando cada um deles. Quando esta obra
gigantesca acabasse, os vivos passariam pelo mesmo jugalmento, e o fim
estaria próximo. Nota-se aqui a idéia do homem como ser mortal e a morte
física como um estado de repouso (inconsciência) das almas. Isto é uma
interpretação judaica do Antigo Testamento que defendia a tese do
“cheol” ou região subterrânea onde, após a morte, as almas dos bons e
dos maus adormeceriam (Sl 87,11-13; Is 38,18s…). O Novo
Testamento, ao declarar a superioridade da nova aliança, ensina que
logo após a morte o homem entra na sua sorte definitiva; os bons verão a
Deus face a face (Fl 1,21-23; 2Cor 5,6-10; 1Jo 3,1-3…).
Atualmente, devidos a cisões comuns a todos os
protestantes, os Adventistas se dividem em: adventistas evangélicos, a
Igreja de Deus, adventistas do sétimo dia (defendem os Sábados como dia
santo e não os Domingos, como tradicionalmente fazem os demais cristãos
por ser o dia da ressurreição de Jesus) a União da Vida e do Advento,
adventista da era vindoura…
Os Pentecostais
O movimento pentecostal tem a sua origem nos Estados
Unidos no final do século XIX e início do século XX. Surgiu dentro do
metodismo como um novo movimento de renovação dito “Holiness”
(Santidade). Esse movimento ensinava que depois da conversão (necessária
para a salvação) o cristão deveria passar por uma “segunda benção” ou
uma nova e mais profunda experiência religiosa, que era chamada de
“batismo no Espírito Santo”.
Em 1900 um grupo de metodistas que tinham aderido ao “Holiness”, após interpretarem passagens da Bíblia (At 2,1-12; 10, 44-48; 19, 17),
chegaram a conclusão que o sinal característico do batismo em línguas é
o dom das línguas (Glossolalia). Posteriormente o grupo buscaram os
outros dons do Espírito Santo, entre os quais a cura de doenças pela
imposição das mãos.
Todavia, como em todo o protestantismo, estes grupos
se dividiram e acabaram por formar novas comunidades religiosas. Não é a
toa que o pentecostalismo é o ramo do protestantismo que possui o maior
numero de grupo e seitas completamente independentes entre si, estão
hoje divididos em milhares de agremiações, e isto é contrário a união
entre os cristãos pregada pelo Evangelho. Não tem sacramentos, pois,
como os batistas, estes não são meios comunicadores da graça (que vem
somente pela fé), mas servem apenas para fortalecer aqueles que os
praticam com fé.
No Brasil os pentecostais se subdividem em vários
seitas. Veremos, abaixo, bem rapidamente as duas seitas pentecostais de
maior número e que mas crescem no Brasil.
Assembléia de Deus:. Esta seita tem a
sua origem numa assembléia geral de pastores de várias agremiações que
se uniram e formaram em 1914 na cidade de Hot Springs (EUA) a Assembléia
de Deus. No Brasil, o movimento pentecostal que deu origem a Assembléia
de Deus foi o primeiro a chegar (no 1910, em Belém) por intermédio de
dois jovens suecos. Este movimento, como todo pentecostal,
caracteriza-se por ter uma mentalidade pouco crítica e também pela
interpretação da Bíblia ao “pé da letra”.
Universal do Reino de Deus: Esta
seita foi fundada no Brasil em 1977 por Edir Macedo Bezerra. Quatro anos
mais tarde ele e o seu cunhado Romildo Soares se outorgaram “bispos”.
Em 1991, segundo a entrevista concebida pelo seu cunhado, após ter
rompido com Edir Macedo, o fundador da seita teria dito que “este
negocio de bispo serve apenas como título para envolver os católicos”. O
grande interesse de sua doutrina não é o louvor a Deus e a sua
adoração. Mas é o serviço do homem, numa espécie de pronto socorro.
Concomitantemente, o culto a Deus torna-se secundário, afastando-se do
principio básico da religião que é de ser teocêntrica (Glorificar à
Deus) e não antropocêntrica (satisfazer os desejos do homem).
Fonte:siteafeexplicada