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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

TRES LÁPIDES ECUMÊNICAS




Era uma vez três crentes. Um deles achou ter achado a religião mais perfeita e saiu ensinando-a e querendo que todos aderissem a ela. O segundo também achou ter achado a religião mais perfeita e saiu ensinando-a. Queria que todos fossem ao seu templo. O terceiro achou ter achado a religião adequada para ele. Talvez pudesse ser perfeita também para os outros. Saiu divulgando-a, mas quando alguém dizia ter achado a luz em outra religião respeitava os e não impunha a sua, apenas dialogava.

Deus lhe dera uma mensagem que lhe fazia bem. Quem sabe tivesse dado aos outros, mensagem que lhes fazia bem! Discordava em alguns pontos, mas não se valia disso para ofender os outros nem diminuí-los. Se alguém queria vir para a sua igreja, ele acolhia; se alguém dos seus ouvintes quisesse ir embora ele respeitava. Era crente no Deus absoluto, mas nunca absolutizou sua fé e nem a superlativizou. Aprendeu a viver com outras crenças entendendo que a luz de Deus é difusa, e que o mesmo sol que brilhava no telhado de sua casa e da sua igreja, brilhava também nas casas e igrejas dos outros.

Viveu e morreu dialogando. Os outros dois na sua sinceridade viveram tentando puxar os outros para o seu templo. Morreram tentando converter os outros para o seu modo de crer que achavam ser o melhor.

Na cidade há três monumentos. Na lápide de um está escrito: Pregou incansavelmente a verdadeira fé. Na lápide do outro também se lê quase os mesmos dizeres. Na do terceiro alguém escreveu: Acreditou em Deus e dialogou até o último suspiro!…

Pe. Zezinho



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