A
festa litúrgica de 25 de janeiro foi instituída pela Igreja para dar
graças a Deus pelos imensos benefícios que ela recebeu de Deus através
de São Paulo. O seu martírio é celebrado junto com São Pedro no dia 29
de junho. Em primeiro lugar a Igreja quer agradecer a Deus a sua
conversão, depois, a sua vocação e a missão de pregar o Evangelho aos
Gentios.
São Paulo (ou Saulo) nasceu em Tarso
(Município de Roma) na Cilícia (Ásia menor) no início da era cristã, de
família israelita, da tribo de Benjamim; muito fiel à doutrina e à
tradição judaica; seu pai comprara a cidadania romana, o que era
possível naquele tempo, então Saulo nasceu como cidadão romano,
legalmente.
Aos 15 anos de idade foi enviado para
Jerusalém onde recebeu a formação do rabino Gamaliel (At 22,3; 26,4;
5,34), e foi formado na arte rabínica de interpretar as Escrituras, e
deve ter aprendido a profissão de curtidor de couro, seleiro.
Por volta do ano 36 era severo perseguidor dos cristãos, mas se converteu espetacularmente quando o próprio Senhor lhe apareceu na estrada de Jerusalém para Damasco, onde foi batizado por Ananias. Em seguida permaneceu num lugar perto de Damasco chamado Arábia.
Por volta do ano 36 era severo perseguidor dos cristãos, mas se converteu espetacularmente quando o próprio Senhor lhe apareceu na estrada de Jerusalém para Damasco, onde foi batizado por Ananias. Em seguida permaneceu num lugar perto de Damasco chamado Arábia.
São Paulo esteve no apedrejamento de
Santo Estevão, e sem dúvida as orações desse Santo na hora da morte
foram fundamentais para a graça da conversão de São Paulo.
No ano 39 se encontrou com Pedro e Tiago
em Jerusalém (Gal 1,18) e depois voltou para Tarso (At 9,26-30)
acabrunhado pelo fracasso do seu trabalho em Jerusalém. Ali ficou por
cerca de 5 anos, até o ano 43. Nesta época, Barnabé, seu primo, que era
discípulo em Antioquia, importante comunidade cristã fundada por
S.Pedro, o levou para lá.
Em 44 Paulo e Barnabé foram encarregados
pela comunidade de Antioquia para levar a ajuda financeira aos irmãos
pobres de Jerusalém. No ano 45, por inspiração do Espírito Santo, Paulo e
Marcos (o evangelista) foram enviados a pregar aos gentios (At 13,1-3).
A primeira viagem durou cerca de 3 anos
(45-48) percorrendo a ilha de Chipre e parte da Ásia Menor. No ano de 49
Paulo e Barnabé vão a Jerusalém para o primeiro Concílio da Igreja,
para resolver a questão da circuncisão, surgida em Antioquia. Esta
presença de São Paulo em Jerusalém foi fundamental para que o
Cristianismo não ficasse dependente do antigo judaísmo, como uma “seita”
a mais. Graças a ele os pagãos ficaram livres da circuncisão e o
Cristianismo surgiu com nova força.
A segunda viagem apostólica de São Paulo
foi de 50 a 53, durante a qual Paulo escreveu, em Corinto, as duas
Cartas aos Tessalonicenses (At 15,36-18,22). São as primeiras Cartas de
Paulo.
A terceira viagem foi de 53 a 58. Neste
período ele escreveu “as grandes epístolas”, Gálatas e I Coríntios, em
Éfeso; II Coríntios, em Filipos; e aos Romanos, em Corinto. No final
desta viagem Paulo foi preso por ação dos judeus e entregue ao tribuno
romano Cláudio Lísias, que o entregou ao procurador romano Felix, em
Cesaréia. Aí Paulo ficou preso dois anos (58-60), onde apelou para ser
julgado em Roma; tinha direito a isso por ser cidadão romano. Partiu de
Cesaréia no ano 60 e chegou em Roma em 61, após sério naufrágio perto da
ilha de Malta.
Em Roma ficou preso domiciliar até 63.
Neste período ele escreveu as chamadas “cartas do cativeiro” (Filemon,
Colossenses, Filipenses e Efésios). Depois deste período Paulo deve ter
sido libertado e ido até a Espanha, “os confins do mundo” (Rom 15,24),
como era seu desejo. Em seguida deve ter voltado da Espanha para o
oriente, quando escreveu as Cartas pastorais a Tito e a Timóteo, por
volta de 64-66.
Foi novamente preso no ano 66, no
oriente, e enviado a Roma, sendo morto em 67 face à perseguição de Nero
contra os cristãos desde o ano 64. S. Paulo foi um dos homens mais
importantes do cristianismo. Deixou-nos 14 Cartas.
A festa litúrgica da conversão de São
Paulo apareceu no século VI e é própria da Igreja latina. O martírio do
Apóstolo dos gentios é comemorado no dia 29 de junho. A celebração do
dia 25 de janeiro tem por finalidade considerar as várias facetas do
Apóstolo por excelência. Ele diz de si mesmo: “Eu trabalhei mais que
todos os apóstolos…”, mas também: “Eu sou o menor dos apóstolos… não sou
digno de ser chamado apóstolo”.
Apresenta, ele mesmo, as credenciais: viu
o Senhor, Cristo ressuscitado lhe apareceu, ele é testemunho da
Ressurreição de Cristo, foi enviado diretamente por Cristo. É como um
dos Doze. Pertence a Jesus desde aquela hora em que, no caminho de
Damasco, vencido por Cristo e prostrado em terra perguntou-lhe: “Senhor,
que queres que eu faça?” Paulo então passou a pregar e propagar a fé
que desejava exterminar. Em poucos segundos de contato direto Jesus o
transformou de um ferrenho perseguidor no maior Apóstolo do seu
Evangelho em todos os tempos.
São Paulo tirou da sua experiência esta
consoladora conclusão: “Jesus veio a esta mundo para salvar os
pecadores, dos quais eu sou o primeiro. Precisamente por isso encontrei
misericórdia. Em mim especialmente Jesus Cristo quis mostrar toda a sua
longanimidade, para que eu sirva de exemplo a todos aqueles que pela fé
nele alcançarão a vida eterna.” “Conheço um homem em Cristo que foi
arrebatado até ao terceiro céu. Se no corpo ou fora do corpo, não sei.
Deus o sabe. Só sei que esse homem ouviu palavras inefáveis…” (2Cor
12,2).
São Paulo foi um Apóstolos de “fogo”;
apaixonado por Jesus Cristo até a última fibra do seu corpo. Cristo era
tudo para ele: “Para mim no viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fil 1,
21). “Tudo posso Naquele que me dá forças” (Fil 4,13). “Estou pregado à
cruz de Cristo. Eu vivo, mas já não sou que vivo, é Cristo que vive em
mim”. (Gal 2, 19-20).
Terminou a vida dizendo: “Combati o bom
combate, terminei minha carreira, guardei a fé” (1Tm 4,7) São Pedro e
São Paulo foram as grandes colunas da Igreja em Roma; martirizados pelo
mesmo Nero derramaram o seu sangue em Roma. Desde então a Sede da Igreja
está em Roma.
Prof. Felipe Aquino
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