Achado arqueológico confirma a historicidade do livro de I Macabeus
“Cercaram a Cidade de Davi com uma grande e sólida muralha, com possantes torres, tornando-se assim ela sua fortaleza. Instalaram ali uma guarnição brutal de gente sem leis; aí se fortificaram...” (I Macabeus 1,33-35 (35-38))
HÁ MUITO tempo se perguntava onde estaria localizada a grande fortaleza de Acra, mencionada nos livros dos Macabeus. Muitos a tinham como fictícia (principalmente os detratores do livro, como é de se esperar).
No século passado teve início uma busca pela localização desta cidadela, que não obteve sucesso. Houve um intenso debate sobre a existência e a possível localização de Acra, até que recentemente recomeçaram novas buscas. Por fim, recentemente, no dia 3 de novembro de 2015, arqueólogos divulgaram a notícia há muito esperada: finalmente havia sido encontrada a tão debatida fortaleza de Acra, notícia veiculada nos maiores jornais do mundo.
Trata-se de uma descoberta que põe fim a um dos maiores enigmas arqueológicos relativos a Jerusalém e a pesquisa bíblico-histórica: a localização da fortaleza imperial grego-selêucida que Antíoco Epifânio (215-164 aC) construiu para governar a cidade e supervisionar as atividades judaicas no Monte do Templo, posteriormente destruída pelos Macabeus quando da derrocada da ocupação grega.
As escavações foram realizadas no estacionamento Givati, localizado no parque nacional da Cidade de David, e estavam em curso já há cerca de uma década. A Fundação Elad, que gerencia o parque nacional e financia as escavações, disponibilizou inúmeros achados inestimáveis, que estão agora em exibição para o público leigo, no próprio sítio arqueológico.
Além de ser mencionada no Livro dos Macabeus, a fortaleza é também mencionada nos escritos de Josefo:
“... e quando ele tinha derrubado as muralhas da cidade, ele construiu uma cidadela [grego: Acra] na parte baixa da cidade, porque o lugar era alto, e com vista para o templo; no qual ele fortificada com muros altos e torres, e colocou nela uma guarnição de macedônios.”
(Flávio Josefo, Antiguidades dos Judaicas 12, 252-253)
De acordo com os pesquisadores, as provas se tornaram decisivas a partir do momento em que foi localizada, na seção da parede principal, a base de uma torre de quatro metros de largura e 20 metros de altura, com inclinação artificial.
Para aqueles pesquisadores que, com motivações sectárias, insistiam em dizer que os livros de Macabeus não eram documentais e que continham erros históricos, esta notícia vale com um bofetada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário