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quinta-feira, 1 de março de 2012

OS SACRAMENTOS

Antes de começar a postar os Sacramentos gostaria de lembrar que quem quiser ler a Bíblia toda nunca encontrará a palavra Sacramento. O Antigo Testamento fala de alguns ritos propiciatórios (sacrifício, circuncisão). O novo Testamento usa a palavra grega “mysterium”, mas como uma significação muito ampla, abrangendo Encarnação, Redenção, Celebração de ritos sagrados, Palavra revelada, etc. Somente no século XII começa a aparecr a palavra SACRAMENTUM para designar os sinais sagrados instituídos por Cristo, que significam, produzem ou aumentam a graça santificante. SACRAMENTUM etimologicamente é um termo composto de duas palavras: SACRA, que quer dizer coisas sagradas e MENTUM poderá ser uma flexão do verbo “memorare”, lembrar. Assim, seria mais ou menos isso: lembrando coisas sagradas, coisas de Deus.
Sacramento é sempre um encontro com Cristo através de um sinal. É sinal sensível e eficaz da Graça, instituído por Jesus Cristo e entregue a Igreja.
Os Sacramentos podem ser divididos da seguinte maneira:
• Sacramentos da iniciação cristã – BATISMO / CRISMA / EUCARISTIA
• Sacramentos da cura – PENITÊNCIA / UNÇÃO
• Sacramentos do serviço – MATRIMÔNIO / ORDEM
BATISMO
O sacramento do Batismo marca o inicio da vida cristã. É o sinal sagrado mediante o qual a pessoa é incorporada a Cristo e a Igreja. Trata-se de um sacramento que supõe e conduz a fé; um novo nascimento que nos faz filhos no Filho de Deus, consagra para a missão de Jesus sacerdote, profeta e servidor.
Pelo Batismo a Igreja vive sua dimensão materna, atualizando o mandato do Senhor: “Ide, ensinai a todos e batiza-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. É o sacramento que nos faz morada da Trindade.
Na linguagem popular, batismo indica algo de novo, um inicio, uma inauguração.
Na linguagem teológica, batizar é purificar com água. Usar um pouco de água e muito Espírito Santo… para transformar um ser em filho de Deus, irmão de Jesus Cristo, templo do Espírito Santo, membro da Igreja.
Pelo Batismo, o cristão é chamado a agir como e em nome de Jesus Cristo, sacerdote, profeta e pastor. Passando pela água, para viver segundo o Espírito na luta e defesa da vida. Participamos do seu sacerdócio de modo existencial e ministerial. Este segundo deve ajudar os batizados a viverem uma vida cristã como DOM RECEBIDO. Neste sentido, este segundo é sinal de unidade dentro da comunidade.
O santo batismo é o fundamento de toda a vida cristã, o pórtico da vida no Espírito e a porta que abre acesso aos demais sacramentos. Pelo batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornando-nos membros de Cristo, e somos incorporados à igreja e feitos participantes de sua missão.
CONFIRMAÇÃO (Crisma)
É um sacramento que melhor evidencia a ação do Espírito na vida da pessoa. Podemos dizer que este sacramento a pessoa atualiza pentecostes (At 2,1-42), para um viver em Cristo, vivendo em comunidade cristã e continuando sua missão e no Espírito (Jo 16,16-24), anunciando, com coragem a Boa Nova.
É um sacramento que melhor explicita a identidade e o dinamismo cristão dentro e fora da vida eclesial. Neste sentido um sacramento que abre para a missão, para o testemunho da vida e ações de Cristo, o “Ungido”.
A relação entre batismo e confirmação deriva da relação, na história, entre Ressurreição e Pentecostes. Ambas as dimensões inserem a pessoa no Mistério da Salvação e na comunidade do povo de Deus. O caráter sacramental se funda sobre a fidelidade divina. Este caratês comporta direitos e deveres, missão e consagração a Deus. Podemos ainda afirmar que a confirmação expressa a maturidade cristã, como plenitude cristã no espírito.É o sacramento da emancipação “do leigo” na Igreja para o desempenho da missão profética, santificadora e ministerial. Pela confirmação somos convocados a viver de maneira comunitária a fé, empenhados na edificação do Reino, testemunhando Jesus Cristo a serviço da transformação do mundo.
EUCARISTIA
Eucaristia está intimamente ligada a Páscoa. Já conhecemos o fato, que foi todo revestido de uma liturgia especial: os hebreus, na véspera da saída do Egito, de pé, rins cingidos para a viagem, comeram o cordeiro novo, de um anos, assado, com ervas amargas, pão âzimo, com vinho e água.
Como todo o Antigo Testamento é prefigurado do Novo Testamento, o cordeiro pascal simbolizava o verdadeiro Cordeiro que morreria para libertar o Homem do pecado. Um Cordeiro que se tornaria Alimento.
A Eucaristia é sacrifício verdadeiro e propriamente “em si” do único e universal sacrifício em favor da Igreja. Somos assumidos neste movimento “descendente” de amar na auto-entrega do Pai ao entregar o Filho por nós. É neste sentido que a Eucaristia é louvor e ação de graças: recebemos de Deus, devemos dar o testemunho de vida sacerdotal.
“A missa é sacrifício no sentido de sinalizar o Dom sacrifical de Cristo na Eucaristia para a nossa participação. Nela não é qualquer rito de oferta pensado ou constituído de forma qualquer, mas é a ceia”.
A Eucaristia é “chamada” de “sacrifício da Igreja”, no sentido de não oferecermos algo, mas a nós mesmos, numa isenção no auto-sacrificio do Senhor. Participando do Corpo do Senhor, nos tornamos corpo de Cristo. É este sentido profundo do COMUNGAR . No sacrifício da missa, a Igreja “nada acrescenta ao sacrifício de Cristo, nem renova, nem repete o que ocorreu uma vez por todas. Ela assume e participa no ato existencial de Cristo.
PENITÊNCIA OU MISERICÓRDIA
Não se pode negar que existe um certo mal estar diante do sacramento da penitência. Muita vezes ouvimos a objeção: “Por que confessar os pecados ao padre? Por que não confessar diretamente a Deus? Não é o homem fraco igual a todos?”
Nos sacramentos a graça de Cristo se viabiliza de maneira humana. O padre age na pessoa de Cristo. Nele Deus, a quem pedimos perdão, se viabiliza para nos garantir o perdão e a reconciliação. Por isso o pecador nunca é apenas um pecador em geral mas sempre é este ou aquele pecador concreto, que falha a comunhão com o próximo, com o mundo e com Deus. Ora, ma confissão a um sacerdote, o pecador pode ouvir a palavra do perdão de Cristo e da reconciliação da Igreja, pois, o pecado não é só ofensa a Deus fere também o outro, a comunidade e o mundo. Por isso não basta reconciliar-se com Deus. Precisamos reconciliar-nos com todos que ofendemos. O sacerdote representa não só Deus, mas também a comunidade.
UNÇÃO DOS ENFERMOS
A enfermidade representa uma prova dramática à qual todo homem, cedo ou tarde, tem de enfrentar. Ao cristão que se vê por ela afetado, a Igreja propõe um sacramento suscetível de conferir um sentido evangélico a essa dolorosa modalidade da existência: a unção dos enfermos.
Alguns esperam da unção um efeito de purificação espiritual; outros, a cura do mal, enquanto outros ainda nele vêem o sacramento que prepara o doente para o encontro definitivo com Deus.
Usa-se o azeite doce, de oliveira, consagrado com grande solenidade pelo bispo, na quinta feira Santa. Essa consagração é indispensável à validez do Sacramento. Temos um simbolismo plurivalente do óleo: para o corpo, significará remédio que alivia, e de quando em vez, restitui a saúde; para a alma, significará sempre a cura espiritual pela remissão dos pecados ou de suas conseqüências; significa, por vezes também, fortalecimento para o derradeiro combate.A unção busca valorizar o efeito corporal e estender a finalidade do sacramento ao conjunto dos doentes, afastando a perspectiva da morte, com condição necessária a sua recepção.
MATRIMÔNIO
Existe uma estreita relação entre os sacramentos do Matrimônio e da Ordem. Se temos hoje bons e santos sacerdotes, com certeza tais vocações são frutos de instrução religiosa cultivados desde a infância em meio a matrimônios santos, abençoados por Deus. Paralelamente, se temos bons casais que vivem fielmente sua união, certamente seu estado é conseqüência das orações dos nossos religiosos e sacerdotes e da instrução religiosa que recebida da Santa Madre Igreja . Santa Margarida, embora rainha, tomou a si a a tarefa de santamente ensinar os filhos na doutrina cristã e fazendo-os observar nos mandamentos das leis de Deus e da Igreja. Além disso, ensinava aos ricos e altamente colocados como devem passar o tempo e de que maneira devem tratar os pobres. Aos cônjuges, ensinava o devido respeito à Igreja, o zêlo necessário para ouvir a Palavra de Deus, observar as leis do jejum e da abstinência. Sem os princípios da religião de Cristo, não é possível nenhum matrimônio subsistir.
ORDEM
Instituído por Jesus Cristo desde os primórdios da Igreja, quando escolheu São Pedro como a rocha onde foi edificada a sua Igreja, o caráter hierárquico foi transmitido apostolicamente até aos tempos atuais. Não pode haver missão mais nobre que a de servir Jesus Cristo, abraçando a vocação religiosa. Nossos Sacerdotes e religiosos dedicam-se ao apostolado da instrução religiosa e trabalhando pelos interesses mais caros de Jesus, dele receberão uma recompensa extraordinária. Dessa missão, participam , principalmente os pais, depois os professores e catequistas, ensinando e instruindo nossas crianças na santa religião. Estas serão os homens e mulheres do futuro e grande parte delas serão nossos padres, religiosos e religiosas. Peçamos sempre ao Senhor que nos envie operários à sua Messe.
 
Fonte:site afeexplicada

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