Em
minhas viagens pelo Brasil e exterior, pregando retiros e
aprofundamentos, bem como em meu trabalho pastoral, tenho encontrado
muitas mulheres que carregam um grande sofrimento.
São muitos casos: algumas foram traídas
por seus esposos e abandonadas numa dura realidade; outras que vivem na
solidão porque o marido já se foi para a eternidade e não têm um
respaldo familiar; outras vivem um casamento difícil onde o
relacionamento com o marido é complicado, tanto no aspecto conjugal
quanto sexual; e assim por diante.
Recebo muitos e-mails de mulheres que, de repente, sentem o seu mundo desabar, o seu casamento acabar e o chão sumir debaixo dos seus pés. Elas me falam de uma dor que jamais sentiram.
Recebo muitos e-mails de mulheres que, de repente, sentem o seu mundo desabar, o seu casamento acabar e o chão sumir debaixo dos seus pés. Elas me falam de uma dor que jamais sentiram.
Muitas delas são pegas de surpresa;
achavam que tudo estava indo bem no casamento, não desconfiavam de nada
de errado; mas, quando menos esperam, a casa cai. Outras já esperavam
por isso carregando uma cruz há muito tempo.
São muitas as perguntas que me fazem:
Por quê? Onde errei? O que fazer agora? Devo perdoar?
Há esperança de reconciliação com meu marido?
Devo me separar e tentar conseguir a Declaração de Nulidade do casamento no Tribunal da Igreja?
Posso me casar com outra pessoa?
Posso me Confessar e Comungar vivendo uma segunda união sem o sacramento do matrimônio?
Como divorciada, posso continuar minha vida religiosa na Igreja, recebendo os sacramentos e trabalhando nas pastorais?
Escrevi este livro para responder algumas dessas perguntas e tentar ajudar a tantas mulheres sofridas.
Vamos refletir sobre essas questões
delicadas e difíceis à luz dos ensinamentos da Igreja Católica, na
tentativa de levar auxílio e conforto a essas mulheres.
Quero dar uma atenção especial às
mulheres traídas e abandonadas por seus maridos. Muitos são os problemas
que podem levar os maridos a trair as esposas: uma outra mulher mais
atraente e mais meiga; quem sabe mais nova e mais bonita (os homens são
arrastados pela beleza física e pelo corpo da mulher!), as discussões
conjugais sobre dinheiro, problemas familiares, educação dos filhos,
moda, críticas, reprovações, invejas, ciúmes, orgulho, etc. Muitas
vezes encontramos mágoas profundas em ambos, ressentimentos não curados,
crises acumuladas…
Sobre tudo isso já escrevi vários livros que podem ser consultados: – Sereis uma só carne, Vida sexual no casamento, Problemas no casamento (Editora Cléofas)
Mas há também muitos outros casos de
mulheres abandonadas, e que não foram traídas em seu casamento. Temos
aquelas que vivem debaixo do mesmo teto com o seu esposo, mas que não
deixam de viver “abandonadas” pela falta de atenção, de carinho, de maus
tratos, negligência e displicência do marido, e outros problemas.
Não podemos esquecer também de muitas
mulheres que são de certa forma abandonadas, talvez por causa de uma
viuvez para a qual não estavam preparadas.
Há muitas mulheres viúvas e felizes,
vivendo bem no seio da família, dos filhos, netos e ajudando nas obras
da Igreja; mas não podemos esquecer que muitas delas vivem na solidão e
no abandono; como eu já pude verificar.
Também a elas gostaria de dizer-lhes uma
palavra. Recentemente preguei um Retiro para viúvas e fiquei surpreso
pelo grande número delas que compareceu.
Não é nossa pretensão oferecer a todas as
mulheres que sofrem uma solução mágica para o difícil problema do
abandono, da traição ou outros casos; anima-nos apenas a esperança
cristã de que “para Deus nada é impossível” e que é necessário retomar o
caminho da vida para reconstruir aquilo que desmoronou. Enquanto houver
vida há esperança.
Para isso será preciso contar, sobretudo
com a confiança em Deus e sua graça, o apoio da comunidade cristã e dos
bons amigos e amigas. Assim, retomar a vida, cuidar dos filhos e netos,
continuar a trabalhar e servir a Deus com amor.
Deus não quer ver nenhuma de suas filhas sem rumo, como uma ovelha desgarrada, abandonada e maltratada.
A vida é o maior dom de Deus e mesmo sofrida e maltratada não pode ser desprezada e desvalorizada. Seria uma ofensa ao Criador.
Cada um de nós traz na alma a sagrada
imagem e semelhança de Deus; por isso não podemos abrir mão de nossa
dignidade, valor e grandeza. Somos filhos de Deus. Como disse o
evangelista São João:
“Mas a todos aqueles que o receberam, aos
que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus,
os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da
vontade do homem, mas sim de Deus”. (Jo 1, 12-13)
Por outro lado, é importante refletir com
todas as mulheres casadas sobre alguns pontos importantes para se
evitar a tristeza de uma traição e de uma separação.
Muitas mulheres só percebem que estavam
fazendo algumas coisas erradas no casamento, depois da separação. Então,
vamos meditar um pouco sobre isso também, para evitar que o pior
aconteça.
Portanto, escrevi o livro, “Mulheres
Sofridas” não somente para as mulheres sofridas, mas para todas que
estão casadas e se preocupam com a estabilidade do seu lar e do seu
casamento.
A vida conjugal deve ser alimentada continuamente no amor recíproco dos cônjuges para que seja feliz e duradoura.
Recomendamos esta obra a Jesus, Maria e
José, rogando-lhes que abençoe todas as mulheres que foram de certa
forma abandonadas, para que encontrem na fé a esperança de viver melhor.
Prof. Felipe Aquino
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