O
amor gera a vida; o egoísmo produz a morte. A psicologia mostra hoje
com toda clareza que as graves perversões morais tem quase sempre como
causa principal uma frustração de amor. Os jovens se encaminham para as
drogas, para o sexo vazio, para o alcoolismo e para tantas violências,
porque são carentes de amor, desnutridos de amor. A pior anemia é a do
amor. Leva à morte do espírito. Ninguém pode ser feliz se não for amado;
se não fizer uma experiência de amor. Se isto é importante na infância e
na adolescência, também na vida conjugal isto é verdade.
E esse amor conjugal começa a ser
aprendido e treinado no namoro. Na longa viagem da vida conjugal, que
começa no namoro, você precisa levar a bagagem do amor. Você amará de
verdade o seu namorado, não só porque ele é simpático, bonito ou porque é
um atleta, mas porque você quer o bem dele e quer ajudá-lo a ser ainda
melhor, com a sua ajuda. Muitas vezes você quis e procurou uma namorada
perfeita, ou um rapaz ideal, mas saiba que isto não existe.
A primeira exigência do amor é aceitar o
outro como ele é, com todas as suas qualidades e defeitos. Só assim você
poderá ajudá-lo a crescer, amando-o como ele é. Alguém já disse que o
amor é mais forte do que a morte, e capaz de remover montanhas. O amor
tem uma força misteriosa; quando você ama o outro gratuitamente, sem
cobrar nada em troca, você desperta-o para si mesmo, revela-o a si
mesmo, dá-lhe ânimo e vida, ressuscita-o. É com a chama de uma vela que
você acende outra. É com a doação da sua vida que você faz a vida do
outro reviver. Desde o namoro você precisa saber que “amar não é querer
alguém construído, mas construir alguém querido.”
É claro que um casal se aproxima pelo
coração, mas cresce pelo amor, que transcende os sentimentos e se
enraíza na razão. Todo relacionamento humano só terá sentido se implicar
no crescimento dos envolvidos. De modo especial no namoro e no
casamento isto é fundamental. A ordem de Deus ao casal é esta: crescei.
Deus não nos dá uma ajuda adequada para curtirmos a vida a dois; mas
para crescermos a dois. Isto vale desde o namoro. E o que faz crescer é o
fermento do amor. Ninguém melhor do que São Paulo expressou as
exigências do verdadeiro amor: “O amor é paciente, O amor é bondoso. Não
tem inveja. O amor não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso.
Não busca os seus próprios interesses, Não se irrita, Não guarda rancor.
Não se alegra com a injustiça, Mas se rejubila com a verdade. Tudo
desculpa. Tudo crê, Tudo espera, Tudo suporta. O amor jamais acabará”
(1Cor 13, 4-7).
Medite um pouco em cada linha deste hino
do amor, e pergunte a você mesmo, se você está vivendo isto no seu
namoro. Você é paciente com a namorada ou não, sabe se controlar diante
dos defeitos dela? Você é bondoso para com ele, ou será que algumas
vezes exige vingança, e quer ir à desforra por causa de algo que ele fez
e que você não gostou? Ser bondoso é saber perdoar, é ser compreensivo e
tolerante, sem ser conivente com o erro, claro. Será que você tem
inveja dele porque ele a supera em certas atividades? Será que você é um
namorado orgulhoso, que acha que só por ser homem já é suficientemente
superior a ela? Se você não admite ser ultrapassado pelo outro nas
coisas boas, saiba que você não o ama de verdade; pois, quando se ama
queremos que o outro seja melhor que nós. Será que você não é arrogante,
que se acha superior ao outro, e que quer sempre impor a sua vontade?
Até que ponto você permite que a presunção o domine, fazendo-o achar-se o
bom?
Saiba
que a arrogância e a prepotência atravancam o caminho do amor e do
crescimento do casal. Será que você é escandalosa, e parte para a
chantagem emocional para conseguir aquilo que você não consegue pela
força dos argumentos? Saiba que a gritaria é muitas vezes a linguagem
dos fracos, que agem assim por falta de razões.
Será que você é egoísta no seu namoro, e
ele tem que fazer tudo o que você quer? Aqui está a pedra de tropeço
principal para muitos casais. Uma vez que o egoísmo é o oposto do amor,
um casal egoísta pode ser comparado a duas bolas de bilhar: só se
encontram para se chocarem e se afastarem em sentidos opostos… Será que
você é daquelas que vive mau humorada ou que derruba o beiço por
qualquer contrariedade? Será que você é daqueles que se irrita por
qualquer coisinha dela que não esteja do seu gosto? Você perdeu a linha
porque ele se atrasou quinze minutos? Você deixou o seu namoro azedar
porque ele olhou apenas um instante para a outra moça que passou ao
lado?
O amor não se irrita, não xinga, não
ofende, não grita! O amor não guarda rancor, diz o apóstolo. É claro que
haverá no namoro momentos de desencontros. São normais os pequenos
desentendimentos. É fruto das diferenças individuais e das
circunstâncias da vida. O feio não é brigar, mas não se reconciliar, não
saber perdoar, não saber quebrar o silêncio mortal e manter o diálogo.
Para evitar as brigas e desentendimentos é preciso saber combinar as
coisas. O povo diz que aquilo que é combinado não é caro. Aprendam a
combinar sobre o passeio, sobre as atividades que cada um gosta de
fazer, etc… É preciso dizer aqui que a face mais bela do amor é a do
perdão. Você tem o direito de ser perdoada, pois errar é humano; mas tem
também o dever de perdoar quando ele errar e pedir perdão.
O gesto mais nobre de Jesus foi o de
perdoar os algozes que o crucificavam. Não pode haver futuro para um
casal que não sabe se perdoar mutuamente. Esta é a maior reserva de
estabilidade para o casal. Outra face bela do amor é a fidelidade. Ser
fiel ao outro não quer dizer apenas não ter outro parceiro; é muito mais
do que isto, é ser verdadeiro em tudo. É não tapear o outro em nada. É
não ser fingido, mascarado ou dissimulador. Se você mente para a sua
namorada saiba que está destruindo o amor entre vocês. Nada é mais fatal
para o amor! A mentira gera a desconfiança; a desconfiança gera o
ciúme; o ciúme gera a briga e a separação. Ser fiel ao outro é saber
respeitá-lo, defendê-lo, e não traí-lo de qualquer forma, seja por
pensamentos ou palavras. Se você fizer dos seu namoro uma brincadeira de
esconde-esconde, você estará brincando de amar, e isto é muito mal.
Portanto, quebre toda falsidade, dissimulação e fingimento, porque isto
destrói o amor.
A mentira tem pernas curtas, diz o povo;
ela logo aparece, e quando isto ocorre deixa o mentiroso desqualificado,
e não mais digno de confiança. Desde o namoro é preciso ter em mente
que a beleza do amor está exatamente na construção da pessoa amada. É
uma missão para gente madura, com grandeza de alma. Construir uma pessoa
é educá-la em todos os aspectos, e isso é uma obra do coração. O amor
tudo suporta, tudo crê, tudo espera; o amor não passa jamais. Não há o
que o amor não possa fazer. Quando não ajudamos o outro a crescer é
sinal de que o nosso amor por ele ainda é pequeno. Se o seu namoro não
for um exercício constante do amor, ele ficará vazio, monótono, e sem
sabor. E como a natureza tem horror ao vácuo, este vazio será preenchido
por desentendimentos e brigas.
Namorando se aprende a amar, mas amando se aprende a namorar. Para você meditar:
Sete vezes menosprezei a minha alma
1. Quando a vi disfarçar-se com a humildade para alcançar a grandeza;
2. Quando a vi coxear na presença dos coxos;
3. Quando lhe deram para escolher entre o fácil e o difícil, e escolheu o fácil;
4. Quando cometeu o mal e consolou-se com a ideia de que outros cometem o mal também;
5. Quando aceitou a humilhação por covardia e atribuiu sua paciência à fortaleza;
6. Quando desprezou a lealdade de uma face que não era, na realidade, senão uma de suas próprias máscaras;
7. Quando considerou uma virtude elogiar e glorificar.
Prof. Felipe Aquino
Olá. Divulguei essa sua postagem no Guia de Blogs Católicos. Lá tem um pequeno resumo e um link para sua postagem. Veja se está recebendo visitantes novos. Sempre que quiser divulgar uma postagem interessante, passa lá no Guia. Sua postagem está em http://blogscatolicos.blogspot.com.br/2013/07/as-fases-do-amor.html
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