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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Religiosos e profissionais da Justiça criticam o BBB: imoral e antiético.

Arquivos do Autor:afeexplicada; Um suposto caso de estupro no Big Brother Brasil, reality show da TV Globo, gerou grande repercussão e discussões ao longo da última semana. A polêmica envolvendo os participantes Daniel e Monique começou na madrugada do dia 15. Após uma festa regada a muita bebida, os dois participantes protagonizavam cenas quentes, debaixo de cobertas, num dos quartos do programa. Muito embriagada, Monique aparentemente dormiu e o modelo Daniel teria aproveitado para abusar sexualmente da mulher desacordada. A Rede Globo tratou do assunto com discrição. O participante Daniel foi expulso do reality show, mas a emissora não esclareceu detalhes sobre o motivo da expulsão, alegando apenas que o modelo teria “infringido as regras do programa”. Na manhã da última terça-feria (17), Monique prestou depoimento á Polícia Civil do Rio de Janeiro e teria afirmado que as “carícias” foram consentidas. Daniel e Monique envolvidos em questão polêmica no ‘BBB’Daniel e Monique envolvidos em questão polêmica no ‘BBB’ O episódio já é considerado a maior polêmica de todas as edições brasileiras do Big Brother. O programa é famoso por incentivar a discórdia entre seus participantes, que se enfrentam com o objetivo de ganhar um prêmio em dinheiro. Complôs, tramoias e conspirações são comuns entre os ‘brothers’. Outra característica marcante são as festas luxuosas do reality show, regadas a bebidas. Imoral e antiético Algumas lideranças religiosas se manifestaram repudiando o episódio e criticando o reality show. Segundo os religiosos, programas como o BBB insultam os valores da moral e da ética, sendo um péssimo exemplo para a família brasileira. “O programa amplifica os maus costumes que desgraçadamente já acontecem na vida real. As cenas de insinuações que aparecem no Big Brother e em algumas novelas são um desrespeito para toda a família. Hoje em dia a televisão incentiva a violência, o ódio, a traição e a infidelidade”, disse o reverendo Gulhermino Cunha, presidente da Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro. O reverendo ainda defendeu um maior controle no conteúdo televisivo. “Para evitar casos como esse, vale aplicar a censura, não só à Globo, mas a qualquer outra emissora. Temos que preservar a nossa ética. Pois se continuarmos assim, chegaremos ao mesmo nível de deteriorização da época de Noé e o Dilúvio”, afirmou Guilhermino. Vigário na Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, na Zona Sul carioca, e muito querido do povo carioca, o padre Jorge Luiz Neves Pereira, mais conhecido como padre Jorjão, também reclamou do reality show: “Faço questão de não assistir a este programa. Prefiro fazer coisas mais importantes, como estudar e ler. Na TV, eu só assisto aos telejornais. É apelação demais e não me acrescenta nada”, criticou o religioso, sem querer tecer comentários sobre o episódio de suspeita de estupro. O estudioso Paulo Fernando Carneiro de Andrade, doutor em Teologia, vê muita gravidade não apenas no episódio do suposto estupro, mas também na veiculação das imagens pela TV Globo, que foram reproduzidas na internet e ganharam destaque. “Este tipo de programa tem um impacto muito negativo na formação de cultura da população. O episódio do suposto estupro é gravíssimo, mesmo que não tenha sido comprovado. Se a emissora tem o total controle das imagens veiculadas, por que não interromperam a transmissão quando viram o que estava acontecendo? Foi irresponsável”, detonou o pesquisador. “Esses acontecimentos do reality show ferem a ética e a dignidade humana”, opinou. Globo teria responsabilidade A defensora pública Rosane Lavigne, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, ressalta que a questão mais grave não diz respeito aos participantes envolvidos, mas sim à responsabilidade de Rede Globo frente ao suposto abuso. “A polícia deve investigar o caso com as cautelas de praxe. Mas eu penso que um ponto de extrema importância é o papel da Globo nessa história. É de interesse da emissora o uso sensacionalista e comercial dessa questão. O episódio deu Ibope e foi repercutido em outros canais de TV”, disse a defensora. “Me preocupa a ausência de um órgão que possa fiscalizar e investigar os meios de comunicação em situações como essa, podendo até rever o contrato de concessão das emissoras”. Segundo o Artigo 13, Parágrafo 2º do Código Penal, uma pessoa ou entidade pode ser penalmente condenada por crime comissivo por omissão, quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado de um crime.

Perguntas que nenhum evangélico consegue responder

Perguntas que nenhum evangélico consegue responder:


1. Quem fundou a sua Igreja? Por quê? Então, as igrejas existentes estavam erradas para que fosse preciso surgir mais uma igreja? E quem garante que a sua é que está certa? Foi o Senhor que a fundou ou foi um mero homem? (Sl 126(127), 1.2; Mt 16,18).

2. É correto o denominacionalismo? Se o é, por que a Bíblia insiste na unidade dos cristãos (Jo 10,16;17,21.22; Ef 4,5) e pede que nos afastemos dos que geram divisão (Rm 16,17)? Se não é, por que os evangélicos não obedecem a sua única regra de fé e prática?

3. Se você existisse antes da Reforma a que Igreja cristã pertenceria?

4. Frequentemente, os evangélicos acusam os católicos de adotarem costumes humanos porque, dizem eles, não se encontram na Bíblia. Perguntamos: a Igreja não pode criar determinado costume, se quiser? Os costumes têm que estar na Bíblia? E os evangélicos? Por acaso, os costumes deles estão todos na Bíblia? Está na Bíblia, por exemplo, o costume de andar com a Bíblia embaixo do braço? E o de pregar com paletó? E a formiga smilinguido, está também na Bíblia? E o pior, as diversas igrejas evangélicas criadas diária e contraditoriamente estão na Bíblia? Se os evangélicos podem criar costumes e até igrejas (apesar de Cristo já ter fundado a sua Igreja há quase dois mil anos, que justamente é a Igreja Católica), por que só a Igreja Católica não pode criar seus costumes? (Leia Mt 18,19).

5. Antes de atrair os católicos para a sua doutrina (ou melhor, doutrinas), você não acha que os evangélicos deveriam chegar a um acordo entre si e descobrirem, no meio de tantas doutrinas desencontradas, onde se encontra a verdadeira doutrina do evangelho?

6. Os nomes das Igrejas evangélicas como Batista, Assembleia de Deus, Universal do Reino de Deus, Casa da Bênção, Anglicana, Presbiteriana, Quadrangular, Deus é amor, Cuspe de Cristo, etc., etc., estão na Bíblia? Se não estão, por que os evangélicos seguem essas igrejas fundadas por homens? Além disso, não dizem que só devemos seguir o que está na Bíblia?

7. Você não acha que em Mt 12,25 se faz uma severa crítica à Babel evangélica?

8. Se é verdadeira a interpretação que os evangélicos dão à Bíblia, onde está a sua firmeza? Por que eles caem em tantas contradições? Como garantir qual doutrina é realmente bíblica, se cada um apresenta interpretações diferentes?

9. Você concorda com o princípio de que “onde há contradição não existe a verdade, porque uma coisa não pode ser e deixar de ser ao mesmo tempo”? Se discorda, por que exigem coerência dos católicos? Se concorda, como crer, então, na Babel evangélica?

10. Em 1 Cor 1, 12.13, S. Paulo se mostra zangado porque vê os coríntios divididos em grupos apesar de estarem na mesma Igreja. Que diria ele se chegasse hoje e visse estes cristãos que se julgam perfeitos imitadores da Igreja primitiva dizerem: eu sou batista; eu sou pentecostal; eu sou luterano; eu sou calvinista, eu sou testemunha de Jeová; etc., pregando todos eles as mais diversas doutrinas? Se você concorda que Paulo ficaria horrorizado (o que é lógico), perguntamos: por que os evangélicos desobedecem à palavra de Deus? Isso não demonstra que são infiéis à Bíblia?

11. Você acha que a oração de Cristo em Jo 17,21 foi eficaz? Se foi e a religião protestante interpreta corretamente a Bíblia, por que o resultado foi esta tremenda confusão que lavra entre as igrejas ditas evangélicas? Percebeu, porém, que a oração se cumpre na unidade da Igreja Católica?

12. Você acha que uma igreja evangélica em particular pode querer nos convencer de que as outras interpretam errado a Bíblia e que ela é que está certa? Se acha, então, perguntamos:
I- Por que todas as outras igrejas dizem a mesma coisa?
II- Por que todas as igrejas se subdividem tanto?
III- Por que todas elas ensinam doutrinas inexistentes antes do século XVI?
IV- Você acha que Cristo esperou 16 séculos para propagar sua doutrina?

13. O Catolicismo é cristão? Se não é, então, o Protestantismo é? Se o Catolicismo não fosse, como o Protestantismo, que se inspirou na teologia Católica, poderia ser?

14. Quem lhe dá certeza de que sua interpretação da Bíblia está correta? O Espírito Santo? Mas por que toda igreja diz a mesma coisa? Então, temos vários espíritos santos ou o único Espírito Santo sopra contraditoriamente em lugares diferentes? (1Cor 12,13; 14,33).

15. Você acha que a Igreja falhou? Se não, por que afirmam isso? Se sim, não é isso chamar Cristo de mentiroso? (Mt 16,18).

16. Suponhamos absurdamente que um dia a Igreja inventasse de agradar aos evangélicos (Mt 16,18; At 4,19). Pois bem, perguntamos: qual doutrina evangélica a Igreja deveria adotar? Se negasse a Trindade, agradaria às TJs, por exemplo, mas desagradaria aos que creem, como os batistas; se negasse o batismo às crianças, agradaria aos batistas, mas desagradaria aos metodistas, anglicanos e outros mais; se guardasse o sábado, agradaria aos adventistas e batistas do sétimo dia, mas desagradaria ao outro ramo que guarda o domingo, e assim sucessivamente. E aí, o que fazer?

17. Se os erros dos homens afetaram a pureza doutrinal da Igreja Católica e tornaram necessária a Reforma de 1516, não acha você que já passou da hora de haver uma Reforma similar dentro do Protestantismo?

18. Constantemente ouvimos pastores evangélicos criticarem o surgimento de novas igrejas. Mas perguntamos também a estes: I- Mas a sua igreja não surgiu pelo mesmo processo? II- Se sua igreja surgiu por um homem e por motivo de discordância doutrinária, como você pode exigir que os outros acatem o que vocês pregam? (Mt 7, 3). III- Se os pastores não podem hoje fundar igrejas (e realmente não podem), e o que fundou a sua igreja podia? Se podia, onde está isso na Bíblia? Se não podia, por que fundou?

19. Será que a Bíblia autorizou Lutero, David Miranda, Edir Macedo, RR Soares, Joseph Smith, Charles Russel ou qualquer outro homem a fundar uma Igreja, se quase dois mil anos atrás Jesus já fundara sua Igreja e prometera indestrutibilidade a essa Igreja? Sl 126 (127),1.2; Mt 16,18. Se autorizou, onde está isso na Bíblia? Se não autorizou, por que todo dia surge uma Igreja?

20. Os evangélicos podem estar errados em sua doutrina? Se não podem, por que se contradizem tanto? Além disso, não gritam para todo mundo que só Deus é infalível? Se podem, como posso crer nos seus ensinamentos? Como posso garantir que a Sola Scriptura, a Sola fide ou qualquer outra doutrina protestante é correta, se eles podem estar enganados na interpretação que dão às Sagradas Escrituras?

21. Se para os evangélicos só Deus é mesmo infalível, por que nunca vimos nem ouvimos um evangélico criticar seu pai Lutero pela seguinte exclamação: “Não admito que minha doutrina seja julgada por ninguém, nem sequer por um anjo. Quem não receber a minha doutrina, não será salvo.”? Não é isso se dizer infalível?

22. Por que os evangélicos defendem sua inerrância, assumindo a infalibilidade que negam aos católicos? Ora, se ninguém é infalível, como podem defender com unhas e dentes as suas doutrinas? Como podem garantir que suas interpretações da Bíblia estão absolutamente certas? A cada igreja que surge, novas “verdades” aparecem (ou reaparecem) e nenhuma larga o osso de suas convicções. Para as testemunhas de Jeová a terra será um paraíso, e não se fala mais nisso. Para os batistas não se pode batizar criança, e ninguém pode duvidar. Para os adventistas devemos guardar o sábado, e acabou-se o assunto. Para os metodistas deve-se batizar criança e pronto. Para a Universal do Reino de Deus o cristão tem prosperidade garantida e fim de papo. Por que essa certeza, se não são infalíveis?

23. Os apóstolos eram infalíveis? Se não eram, como podemos confiar na doutrina deles? E mais, por que os apóstolos exigiam crença total naquilo que pregavam (Gl 1, 8.9)? Se o eram, por que a Igreja hoje não o pode ser? Ainda, se o eram, isso não é prova de que os evangélicos estão entendendo Jer 17, 5 de forma errada? Ou os apóstolos não eram humanos?

24. Constantemente, os evangélicos gostam de nos lembrar dos erros da Inquisição. Da maneira como falam até parece que nunca cometeram erros. Perguntamos, porém: Os evangélicos estiveram isentos desses mesmos crimes dos quais nos lembram? Foi com a Bíblia na mão ou com violência que conseguiram se impor em países como E.U.A, Irlanda, Escócia, Inglaterra, Suécia, Suíça e Holanda? Você sabia que nenhum país cuja maioria hoje é protestante foi convertido com a Bíblia na mão? Você sabia que a Reforma protestante se expandiu rapidamente porque foi imposta de cima para baixo, e a ferro e fogo? (Mt 7, 3).

25. Há heresia dentro do Protestantismo? Se não há, por que frequentemente se vê um pastor acusar outro de herege? Se há, onde fica a credibilidade protestante? E além disso, por que acusam a Igreja Católica de heresia, se tais “heresias” são compartilhadas aqui ou ali dentro do próprio Protestantismo?

26. Os evangélicos dizem que os cristãos não precisam pertencer a nenhuma igreja, basta a fé. Mas se isso é verdade, por que os católicos precisam ir para o Protestantismo? Para que servem, então, os pastores? Por que os evangélicos vão para alguma igreja, gastam dinheiro com dízimo, perdem todo o tempo se dedicando a algo que é até desnecessário? Se a Bíblia não ensina a pertencermos à Igreja, os evangélicos não estão desobedecendo a sua única regra de fé, quando passam a frequentar determinada igreja, principalmente sabendo que a igreja evangélica a que pertence não se acha dentro de sua única regra de fé e prática?

27. Você não acha que esta confusão de igrejas evangélicas é a demonstração de que o homem não pode confiar na suposta inspiração de outro homem? (Jer 17,5).

28. O Protestantismo tem dogmas? Se não tem, a Sola Scriptura, a Sola fide ou qualquer outra doutrina protestante pode ser questionada? Além disso, por que cada igreja garante que suas doutrinas estão absolutamente corretas? Tal certeza não dogmatiza suas crenças?

29. Os evangélicos têm tradição? Se não têm, por que frequentemente recorrem a ela para justificar suas doutrinas? Além disso, algum evangélico seria capaz de justificar o cânon bíblico sem usar a tradição? Podemos desafiá-lo?

30. Se todos os argumentos usados pelos evangélicos contra a inspiração dos livros deuterocanônicos do AT forem aplicados contra a inspiração dos livros protocanônicos, estes últimos passarão na peneira? Por exemplo:
I- Por que as “heresias” que os evangélicos dizem haver nesses livros também existem em livros que eles consideram inspirados? (Compare Tob 4,7-11 com 2Cron 6,30; Prov 24,12; Rom 2,5-8).
II- Por que existem “erros” históricos e geográficos em livros que também estão na própria Bíblia deles? (Gn 1, 3.14; Jos 10, 12.13; Jó 9, 5.6; Mc 3,41).
III- Por que também há “contradições” em muitos desses livros? (Compare, por exemplo, 1Sm 21,1-6 e 1Sm 23,6 com Mc 2,25.26; Mt 21,2 com Mc 11, 2; 2Sm 23,8 com 1Cron 11,11).
IV- Por que alguns personagens de livros protocanônicos também “mentiram”? (Gn 27,19; Ex 1,15-21;Jz 4, 18-21; 5,24; Mt 24,36).
V- Por que em alguns desses livros também há histórias “absurdas”? (Gn 3,1-5; Nm 22,22; Jn 2).
VI- Por que os evangélicos não negam a inspiração da carta aos Coríntios, já que S. Paulo afirma ali (1 Cor 7,25) que não tem “mandamento do Senhor aos virgens, mas dá seu próprio conselho”? Se isso fosse dito num livro deuterocanônico, os evangélicos não usariam a expressão para negar a inspiração dele como fazem com 2 Mac 15, 37-39?
Você percebeu que se esses argumentos negassem a inspiração dos livros deuterocanônicos, negariam também a de muitos outros livros existentes na própria Bíblia protestante? Na realidade, as supostas falhas acima, com discernimento, são plenamente entendidas.

31. Por que até hoje nenhum evangélico conseguiu provar pela sua única regra de fé e prática que os livros deuterocanônicos são apócrifos?

32. Frequentemente os pastores evangélicos recorrem ao grego, ao hebraico e ao aramaico para explicarem certos trechos bíblicos. Não há aí uma implícita condenação do livre exame? Se para entender bem certas passagens das Escrituras, é preciso recorrer às línguas bíblicas, e tais línguas, bem poucos conhecem, como é, então, que os evangélicos dizem a todas as pessoas a quem se entrega a Bíblia, que elas têm capacidade para interpretá-la?

33. Por que a Bíblia não ensina a Sola Scriptura?

34. Se todos podem interpretar a Bíblia livremente, por que só a Igreja Católica não o pode?

35. Se a Sola Scriptura é a solução dos males, por que em vez de ter trazido a “pureza do evangelho” trouxe foi a Babel?

36. Frequentemente, os evangélicos exigem que nós católicos provemos tal e tal doutrina na Bíblia, e só nela. Perguntamos: Em qual Bíblia? Na católica ou na protestante? Se é na protestante, perguntamos também: onde está na Bíblia que uma doutrina só pode ser provada na Bíblia protestante? Se disserem que é por causa do cânon, perguntamos, ainda: onde está na Bíblia que o correto é o cânon protestante?

37. Por que a Bíblia teria precisado de 1600 anos para ser entendida corretamente, se segundo os evangélicos, ela é algo que qualquer pessoa pode ler e entender?

38. Você não acha que o livre exame é um grande achado para os que gostam de se apresentar como líderes religiosos, envaidecidos de ver muitos homens aderirem às suas idéias e contentes com a perspectiva de deixarem o nome célebre na História de qualquer maneira, ao menos, como fundadores de mais uma religião?

39. Como os evangélicos pretendem impor suas crenças aos católicos, se eles pregam o livre exame?

40. Os apóstolos acreditavam na Sola Scriptura? Se a resposta for “sim”, perguntamos: Como, se não existia a Bíblia? Se eles acreditavam apenas no AT, não acha que assim estariam invalidando todas as suas pregações bem como todos os escritos do NT? Se a resposta for “não”, também perguntamos: então, como ela pode ser uma doutrina bíblica?

41. Por que os evangélicos aceitam a autoridade dos Concílios de Hipona (393) e de Cartago (397) para os 27 livros do NT, mas não para os do AT?

42. Por que os evangélicos aceitam os deuterocanônicos do NT e não aceitam os do AT? Que critérios adotam para aceitar ou excluir um livro da Bíblia? São bíblicos mesmo esses critérios ou foram buscá-los na tradição da sinagoga? Se foi na sinagoga, por que não excluem também o NT, que a sinagoga excluiu? E mais, não foi justamente essa tradição que Jesus condenou em Mt 15,3, texto tão lembrado por eles?

43. Onde está na Bíblia que para se salvar basta levantar o dedo?

44. Por que os evangélicos não creem no purgatório só porque esse nome não está na Bíblia, se creem na Trindade, cujo nome também não se encontra nela? Há também nas Escrituras os nomes “Sola Scriptura”, “Sola fide”, o nome das igrejas evangélicas ou o próprio nome “Bíblia”?

45. Por que os evangélicos dizem não crer em doutrinas definidas durante ou após Constantino, se guardam o domingo, creem na Trindade, comemoram o natal e aceitam o cânon de 27 livros para o NT, se tudo isso foi decretado durante e após Constantino? E o pior, pela Igreja Romana?

46. Em que ano, local e qual o nome do fundador da Igreja Católica? Não foi Jesus Cristo? Se foi (e realmente foi), o que você está fazendo fora daquela Igreja sobre a qual Cristo disse “a minha Igreja”? (Mt 16,18). Se não, então, há provas históricas? Ou vai querer que acreditemos naquela piada de que foi Constantino que a fundou? Se é, então, responda-nos:
I- Que Igreja, então, existia antes de Constantino e que desde o século II já era chamada de “Católica”?
II- Constantino fundou ou apenas oficializou uma Igreja que já existia antes dele?
III- Há algum documento histórico comprovando que Constantino fundou alguma Igreja?

47. Os evangélicos sabem diferenciar “ídolo” de “imagem”? Toda imagem é ídolo?

48. O que é “adoração” e “idolatria”? São a mesma coisa?

49. Ao vestirmos a camisa de um time de futebol, estamos homenageando a camisa em si (ou seja, a peça de roupa, o tecido), ou o time representado naquela camisa?

50. Ao cantarmos respeitosamente o Hino Nacional quando a Bandeira do Brasil é hasteada, estamos homenageando uma música e um pedaço de pano colorido, ou o que esses símbolos realmente representam?

51. O evangélico venera a Bíblia? Se venera (e é claro que venera), perguntamos: Você venera o papel e a tinta ou o que esse livro santo contém, que é a palavra de Deus?

52. Quando alguém beija a foto de uma pessoa querida ou uma peça de roupa dessa pessoa, está fazendo isso apenas por causa do papel ou do pedaço de tecido, ou por causa da pessoa a quem pertencem esses objetos?

53. Você não acha que foi perigoso Deus mandar fazer uma serpente de bronze e curar através dela (Nm 21,4-9; 2 Rs 18,4)?

54. Por que os evangélicos citam Ex 20,4.5 contra as imagens católicas, mas se esquecem de que eles também usam imagens? Por acaso, o smilinguido não é imagem? E aquelas imagens de Noé, Moisés abrindo o mar vermelho, a santa ceia, os quadros da Bíblia e a imagem do Espírito Santo em forma de pomba? Tudo isso não são imagens? Por que os seus livros são cheios de imagens? E as imagens de Jesus e dos personagens bíblicos que usam nos livros infantis? Além disso, por que sites evangélicos expõem expressamente imagens bíblicas, inclusive papel de parede com imagens de Jesus que parecem mais imagens católicas? E os querubins que Deus mesmo mandou fazer em Ex 25,18? Ou vão dizer que Deus só proibiu imagens aos católicos? Se for, onde está isso na Bíblia?

55. Jesus é o único mediador só na vida eterna ou também aqui nesta vida? Se é só na vida eterna, onde a Bíblia ensina isso? Se o é aqui também, por que baseados em 1Tm 2, 5 os evangélicos não condenam a intercessão de um irmão pelo outro? E o pior, por que no verso 1 desse mesmo capítulo, S. Paulo recomenda a intercessão dos irmãos? Se a intercessão dos irmãos aqui na terra, não diminui o papel de Jesus, único mediador; por que a intercessão dos irmãos no céu diminui? Além disso, onde a Bíblia diz que a intercessão dos irmãos no céu prejudica a única mediação de Cristo?

56. Por que todas as vezes que a Bíblia fala da Eucaristia, insistentemente usa o verbo “ser” em vez dos verbos que poderiam indicar sentido figurado? (Mt 26,26-30; Mc 14,14-25; Lc 22,7-23; Jo 6).

57. Por que S. Paulo não entendeu a ceia em sentido figurado, mas ao contrário repetiu o verbo “ser” em 1 Cor 11,23-29?

58. Por que ao prometer a Eucaristia em João 6, no momento em que muitos discípulos se retiraram por entenderem suas palavras em sentido real, Jesus não recuou, mas perguntou aos doze se também não queriam ir com eles? (Jo 6, 53-71).

59. Se Jesus queria falar em sentido figurado, por que preferiu usar o verbo “ser” aos quarenta verbos figurativos existentes no aramaico?

60. Nos versos 52 e 54 de João 6, Jesus falou em “comer” e o verbo correspondente no grego é “phagéin”. A partir do verso 55, porém, o texto grego usa um verbo mais forte: “trógo” - que além de “comer”, quer dizer também “mastigar”, “quebrar com os dentes os alimentos mais duros”. Perguntamos: Se Jesus falou em sentido figurado, por que além do verbo “ser”, o texto grego usa um verbo que exige o sentido real das palavras?

61. Por que o único sentido simbólico da expressão “comer carne” na Bíblia é o de “caluniar”, “perseguir”, “injuriar” (Jó 19,22; Sl 26(27),2; Miq 3,3; Gl 5,17) e nunca o de crer?

62. Se a Eucaristia é mero símbolo, figura de Jesus, que exagero é esse de S. Paulo em dizer, em 1Cor 11, 27, que quem come ou bebe da Eucaristia indignamente é réu do corpo e do sangue de Cristo? Além disso, não há aí uma tremenda contradição de Deus? Se Deus proíbe imagens, conforme querem os evangélicos, como Jesus deixaria o pão e o vinho como imagens suas? Então, quando um evangélico quebra uma imagem de Jesus, que também é figura dEle, está quebrando o corpo e o sangue de Cristo? Se o é, por que fazem isso?

63. Se as expressões “comer carne” e “beber sangue” em João 6 significam crer em Jesus, por que razão Nosso Senhor haveria de fazer a distinção entre duas ações diversas: “comer carne” e “beber sangue”? Além disso, onde a Bíblia afirma que tais expressões significam mesmo “crer”?

64. Admitamos, por enquanto, que Jesus falou em sentido figurado na ceia. Perguntamos, porém: I- Jesus, o Todo-Poderoso, teria o poder de estar em todas as hóstias ao mesmo tempo caso quisesse?
II- Que verbo usaria Ele caso quisesse dizer que aquele pão e aquele vinho eram na realidade o seu corpo?
III- Em Mt 26, 26-29, por exemplo, na própria Bíblia evangélica se lê “isto significa...” ou “isto é...” ?

65. Se Deus quisesse, Ele teria o poder de preservar Maria do pecado em previsão dos méritos de Cristo na cruz?

66. Se pela fé, Abraão tornou-se pai de todo o povo de Deus (Gn 17,5) e, nisso, não houve nenhuma afronta ao único e verdadeiro Pai, Deus; por que também pela fé (Lc 1,45) Maria não se tornou mãe do novo povo de Deus (Jo 19,26.27)? Por que aquela que é a mãe da cabeça, Jesus, não é também a mãe do corpo, a Igreja? Por acaso, alguém poderia ser mãe apenas da cabeça sem o ser também do corpo?

67. Não é lógico que Jesus, o puro, o único imaculado por natureza, preservasse do pecado o templo humano, Maria, do qual Ele nasceu?

68. A lei de honrar pai e mãe inclui cuidar deles quando precisarem (Mt 15, 4). Por que Jesus não entregou a sua mãe a os outros filhos caso tivesse? (Jo 19, 25-27). Se disserem que era porque não acreditavam em Jesus, perguntamos: então, esses supostos filhos de Maria ganharam permissão para desobedecerem aos mandamentos de Deus porque não acreditavam em Jesus? Por acaso o mandamento não mandava “Honrar pai e mãe”? Os judeus só precisavam guardar os mandamentos caso cressem em Jesus?

69. Por que as Sagradas Escrituras não afirmam que os “irmãos de Jesus” são na realidade filhos de Maria? Elas não dizem clara e expressamente que Jesus é filho de Maria, por que não fazem a mesma coisa com os “irmãos dEle”?

70. Sobre a Maternidade divina de Maria, perguntamos:
I- Qual a diferença entre Deus e Jesus? Jesus é Deus?
II- Maria é mãe de Jesus?
III- Não é lógico, portanto, que Maria é mãe de Deus, já que Jesus é Deus?
IV- Quando eu digo que uma mulher deu à luz a fulano, estou dizendo que essa mulher é o que desse fulano? É mãe? E quando Mateus 1, 23 diz claramente que Maria daria à luz ao “Deus conosco”, não é isso chamá-la mãe de Deus?
V- O que significa a expressão “Mãe do meu Senhor” em Lc 1, 43? Sabia que Senhor no grego é “Kyrius”, o nome que substitui o tetragrama, ou seja, o nome de Deus?
VI- A mãe de Luís Inácio Lula da Silva é mãe do presidente da República mesmo que não tenha sido ela que o elegera como tal? Se o é, por que Maria não é mãe de Deus embora ela não tivesse criado a divindade do Senhor?

71. Todo evangélico está salvo? Se está, perguntamos: A Bíblia garante mesmo essa certeza? O que dizer, então, de textos como Mt 26,41; 1 Cor 4, 4; 10, 12; 1 Pd 5, 5; Ap 2, 10? Além disso, existem também maus elementos dentro do Protestantismo? Se existe (e claro que existe), como se pode dar certeza de salvação a todos os evangélicos? Expulsá-los da igreja, como frequentemente fazem, dá para esconder o fracasso dessa doutrina? Se dá, como se expulsam da religião aqueles que já estão salvos? Outro detalhe: Tal doutrina não é uma tremenda licença para se pecar à vontade?

72. Alguém que crê em Jesus, já o aceitou como seu único salvador pessoal e, portanto, já está salvo; mas depois disso, vencido pelo inimigo, entrega-se a tudo o que é errado e morre sem se arrepender; ele se salvará? Se não se salvará (o que é lógico), perguntamos: por que, então, iludem as pessoas com essa falsa certeza da salvação, se para a pessoa se salvar precisa “permanecer fiel até o fim” (Mt 24, 13)? Por acaso, alguém pode garantir que será fiel por toda a vida? O evangélico, por acaso, é imaculado?

73. Se a doutrina de Cristo só pode ser aprendida através da leitura da Sagrada Escritura, como fica, então, a situação dos analfabetos?

74. Quem é a pedra de Mateus 16,18? Não é Pedro? Se não é, então, perguntamos:
I- Por que Jesus mudou o nome de Simão, e só o dele, justamente para Kefas, que significa pedra, rocha?
II- Por que as palavras anteriores e as posteriores à expressão “...e sobre esta pedra”, sem exceção, referem-se a Pedro? Já percebeu que dos versículos 17 ao 19 o texto está todo escrito na 2ª pessoa do singular?
III- Por que todos os dicionaristas, inclusive os evangélicos, são unânimes em afirmar que o nome Pedro significa pedra, rocha?
IV- Por que em vez de usar a conjunção adversativa mas, Cristo usou a aditiva e? Não significa isso que a 2ª pedra só pode ser a 1ª?
V- Quem é a rocha desta frase: “O Corcovado é uma rocha e sobre esta rocha foi levantado um monumento a Cristo Redentor.”? É o próprio Corcovado, não é? Pois bem, como Pedro pode não ser a pedra do texto em questão?
VI- No texto em questão, Cristo apresenta-se como o fundamento ou como o “fundador”, o “construtor” da Igreja?
VII- Se Deus tornou Jeremias uma coluna de ferro e um muro de bronze (Jr 1,18), por que não poderia fazer o mesmo com Pedro?
VIII- Se Cristo não mudou o nome de Pedro para fazê-lo líder dos apóstolos, por que mudou o nome dele, então?
IX- A diferença grega para as palavras petros e petra significa mesmo que Jesus não fundou sua Igreja sobre Pedro? Se o é, perguntamos: Você sabia que o NT foi escrito em grego Koiné e que nessa língua não havia diferença de sentido entre essas palavras no 1º século? Sabia também que a palavra grega para “pedrinha” era lithos e não petros (Mt 4,3; Jo 8,7)? Não fica claro, então, que essas palavras referem-se à mesma pessoa: Pedro? E que a diferença de gênero ocorre por outro motivo, não para se diferenciar as pedras citadas? Na realidade, Pedro é petros tão somente porque no grego os nomes masculinos só podem terminar em AS, ES, IS, OS, US.
X- Se a pedra não é mesmo Pedro, por que em seguida Cristo explica o sentido da pedra com as palavras “Eu te darei as chaves do reino dos céus...”? E além disso, para que dará as chaves? Para que ele ligue ou desligue tudo o que for preciso. Não é lógico?
XI- Será que o fato de S. Pedro dizer em At 4,11, por exemplo, que Jesus é a pedra angular, invalida isso sua missão petrina? Se o é, podemos dizer, então, que Jo 8,12 invalida Mt 5,14?
XII- Apesar de Cristo ter dado a todos os apóstolos a autoridade de ligar e desligar (Mt 18,18), por que só Pedro as recebeu em particular?

75. Por que só por Pedro Jesus orou (Lc 22, 31.32) e só a ele mandou apascentar a sua Igreja (Jo 21,15-17)?

76. Por que Pedro é sempre nomeado em primeiro lugar (Mt 10,2; Mc 3,16-19; Lc 6,13-16; At 1,13) e, ainda, achando pouco Mateus o chama de “primeiro” (protos no grego), palavra que aparece constantemente no NT com o sentido de superioridade (Mc 12,31; Lc 15,22; At 28,7)?

77. Todas as doutrinas dos evangélicos são realmente fundamentadas na Bíblia sagrada? Se o é, por que são tão contraditórias? Por que não concordam entre si quanto a pontos importantes da fé? E por que não constituem uma só igreja, em vez de serem centenas e centenas de denominações separadas (e até hostis) entre si?

78. Os evangélicos dizem que rejeitam os livros deuterocanônicos do AT porque eles não seguem os critérios abaixo citados:
I- Não foram escritos em hebraico;
II- Foram escritos depois de Esdras;
III- Foram escritos fora de Israel;
IV- Nunca foram citados no NT.
Perguntamos, porém:
I- A sua única regra de fé e prática apresenta esses critérios para se considerar um livro inspirado ou não? Se não apresenta, como posso aceitá-los, se os próprios evangélicos exigem que acreditemos apenas no que está na Bíblia? Ou será que foram buscá-los na tradição, que eles tanto condenam? E o pior, foram buscá-los na tradição cristã ou na judaica?
II- Então, quer dizer que se um livro for citado no NT, ele será canônico, e se não for, não será? Então, o que Esdras, Neemias, Ester, Eclesiastes, Cântico dos cânticos, Abdias e Naum fazem na Bíblia protestante, se nenhum deles é citado no NT? E mais, por que o livro da “Assunção de Moisés” e o de “Henoque” não estão na Bíblia deles, já que são citados no NT (Jd 9.14)?
III- Além disso, quem disse que os deuterocanônicos do AT não são citados no NT? Por acaso nunca compararam, por exemplo, 1Mac 3,60 com Mt 6,10; 2 Mac 7 com Heb 11,35; Sb 12-15 com Rm 1,19-32; Eclo 4,34 com Mt 11,29; Tob 4,15 com Mt 7,12; Jdt 11,19 com Mt 9,36; Br 4,37 com Mt 8,11; Dn 13,46 com Mt 27,24?

79. Por que os evangélicos exigem que nós católicos acreditemos na Sola Scriptura, se, no fundo, eles também não acreditam? Se disserem que acreditam, perguntamos: por que, então, não respondem às perguntas de nº 4, 6, 18, 26, 29, 31, 33, 36, 40, 42, 43, 44, 54, 55, 63, 69, 78, 90, 91 e 92 e unicamente pela Bíblia?

80. S.Pedro morreu em Roma? Se disserem que não, perguntamos: onde ele morreu, então? Além disso, por que todos os pais apostólicos, os historiadores antigos como Eusébio de Cesareia, por exemplo, e todos os estudiosos modernos (inclusive protestantes), são unânimes em concordar que Pedro não só morreu em Roma como também teve o seu bispado ali naquela cidade?

81. Aos evangélicos que rejeitam o batismo de criança, perguntamos: Por que não existe nenhum documento cristão primitivo que reprove essa prática, mas ao contrário há inúmeros testemunhos que dizem exatamente o contrário? Por que também a sua única regra de fé não a condena? Além disso, se para o evangélico o batismo é mero símbolo, por que, então, tanta briga em torno dele? Não dizem que basta a fé em Cristo?

82. Aos que exigem o batismo por imersão perguntamos: por que nenhum dos seis casos de batismos cristãos feitos no tempo dos apóstolos, e registrados na Bíblia (At 2,41; 8, 36-38; 9, 11-18; 10, 47; 16, 33-35; 19, 3-5), foram feitos em rio? Como explicar, então, o batismo de três mil pessoas no dia de Pentecostes em Jerusalém, se nessa cidade não há rio? Além disso, por que, também, a palavra “imersão” não aparece na Bíblia? Repetimos aqui as perguntas anteriores: se para o evangélico o batismo é mero símbolo, por que, então, tanta briga em torno dele? Não dizem que basta a fé em Cristo?

83. Se a Bíblia se explica pela própria Bíblia, por que, então, existem tantas Igrejas evangélicas? Ou a suposta clareza das Escrituras não fala por si só?

84. Por que os evangélicos dizem que as doutrinas Católicas surgiram após Constantino, se provamos a apostolicidade dessas doutrinas? Dizem, por exemplo, que a Igreja começou a orar pelos mortos em 310, mas provamos através de vários documentos, inclusive de inscrições sepulcrais do II século, que essa já era prática desde os primórdios do Cristianismo. Dizem que os livros deuterocanõnicos foram incluídos no cânon em 1546, mas provamos que escritores do início do II século já os colocavam no cânon. Além disso, os Concílios de Hipona e o de Cartago, no IV século já os incluíram ali. Como ficam, então, esses falsos catálogos elaborados para se negar a antigüidade de nossas doutrinas?

85. Se a Escritura é a nossa única regra de fé, por que Jesus não afirmou isso? Além disso, por que Ele não disse “Ide e distribuí Bíblias”, mas, sim “Ide e pregai” (Mt 28,18-20)?

86. Você não acha que se a Tradição é confiável para estabelecer o cânon bíblico, isso é prova de que há uma autoridade extrabíblica, e que, portanto, a Sola Scriptura não tem fundamento? Por que Deus se utilizaria justamente da Tradição para nos dizer qual o cânon bíblico correto, se segundo os evangélicos Ele condena qualquer outra fonte? Por que será que a Tradição é idônea para definir o ponto de fé mais importante do Protestantismo, que é o cânon bíblico, mas não o é para definir qualquer outro ponto menos importante?

87. Doutrina importa? Se não importa, por que, então, os evangélicos fazem essa tremenda guerra contra as doutrinas católicas? Por que dizem que vamos para o inferno justamente por causa de nossa doutrina? Se importa, por que quando provamos a veracidade da doutrina Católica, eles se saem negando sua importância?

88. Se rigorosamente não há como haver infalibilidade em alguns homens, como posso crer na infalibilidade da própria Bíblia, se ela foi escrita por homens? Se Deus é poderoso o suficiente para garantir a inerrância bíblica apesar dos erros dos escritores humanos, por que Ele não seria poderoso o suficiente para garantir a infalibilidade papal apesar das limitações dos Papas?

89. Se a própria única regra de fé dos evangélicos nos ensina em 2 Ts 2, 15 a guardarmos o que foi escrito (a Bíblia) e o que foi transmitido oralmente (a Tradição oral), como, então, os evangélicos querem nos convencer de que a Bíblia é a única regra de fé?

90. Por que os solascripturistas negam verdades tão explícitas na própria Sagrada Escritura? Onde está na Bíblia, por exemplo, que na expressão “Isto é o meu corpo” (Mt 26,26) o pão não é o corpo de Cristo? Onde está nas Escrituras que os celibatários estão espiritualmente inferiores aos casados (Mt 19,12; 1 Cor 7,1.26.27)? Onde está nas Escrituras, ainda, que não podemos conservar os ensinamentos orais dos apóstolos(2Ts 2,15)? Onde está na Bíblia que Cristo não deu aos apóstolos o poder de perdoar pecados (Jo 20, 23)? Na verdade, essa tal de Sola Scriptura não parece ser “sola alguns versículos da scriptura”?

91. O AT prescreve várias normas que não foram abolidas pela Bíblia, mas pela Igreja. Ora, como fica, então, a observância de tais normas se a Bíblia for a única fonte de fé?

92. Por que os evangélicos apelam para fontes extrabíblicas e, o pior, até para fontes apócrifas como o Talmude, por exemplo, para justificar seu cânon bíblico, mas não citam sequer um versículo da sua única regra de fé e prática? Será que é porque não existe? Mas se não existe, como podemos crer, então, na Sola Scriptura?

93. Os evangélicos seriam capazes de citar um Pai da Igreja, ao menos, que afirma que os livros deuterocanônicos contêm heresia?

94. Foram os católicos que acrescentaram os livros deuterocanônicos no Concílio de Trento, em 1546, ou foi Lutero que os excluiu da Bíblia? Você sabia que esse papaizinho Lutero também rejeitava a carta de S. Tiago, que está em sua Bíblia? Por falar nisso, você sabe por que ele rejeitava essa carta? Sabia que era porque S. Tiago negava a sola fide (Tg 2)? Pois bem, os livros deuterocanônicos também foram rejeitados por Lutero porque esses livros se chocavam com heresias pregadas por ele. Não é contradição dos evangélicos de hoje acatar de Lutero sua rejeição aos deuterocanônicos e não acatar sua rejeição à carta de S. Tiago?

95. Os evangélicos dizem que a Igreja se corrompeu pelo paganismo. Mas que provas apresentarão para afirmar isso? Alegarão o culto da Virgem Maria, o purgatório, a veneração das imagens e inúmeras outras doutrinas e práticas que o Protestantismo, no seu desprezo à Igreja, rejeitou? Ora, desde quando a rejeição do Protestantismo serve como prova de alguma coisa? Dirão que a Bíblia se opõe a essas doutrinas e práticas? Mas quem o disse? O Protestantismo? Então voltamos para o mesmo lugar, visto que não nos serve a rejeição do Protestantismo, assim como a eles não servem as afirmações do nosso Catolicismo. É tudo uma questão de interpretação. Se disserem, portanto, que tais coisas são contrárias às Escrituras, nós responderemos que não são, e, se apontarem textos que, na opinião deles, favorecem o que sustentam, diremos que não entenderam tais textos, e indicaremos inúmeras outras passagens a contrastar com o que pensam ser a verdade. Por sua vez, certamente nos acusarão de torcer a Palavra de Deus. O que restará, pois? Nada além de afirmações contra afirmações e interpretações contra interpretações. Não acha que tudo findará numa contenda inútil, dessas que embrutecem o espírito e ensoberbecem a inteligência, já tão inclinada à vaidade?

Conclusão: Sem conseguir responder a essas e outras perguntas, o evangélico quanto mais fiel a sua doutrina (aliás, doutrinas), quanto mais vai a sua igreja e ora, escreve nos muros que Jesus o orienta, lê a Bíblia e procura entendê-la, mais desorientado é. De fato, ao comparar as mil e uma doutrinas protestantes ele fica sem saber onde está a verdade.

Nomenclatura:
1) Livro protocanônico = livro sempre considerado canônico.
2) Livro deuterocanônico = livro que sofreu dúvidas quanto a sua canonicidade, por isso, foi catalogado déuteron ou em segunda instância. São os 7 livros que existem no AT católico mais 8 livros do NT (Tiago, 1ª e 2ª Pedro, 1ª, 2ª e 3ª João, Judas e Apocalipse).
3) Sola scriptura = Só a Escritura/ Sola fide = Só a fé. (Expressões usadas pelos evangélicos.)
Fonte: A Hora de Maria

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Neo montanismo em ação – Pe. Zezinho SCJ

Nas minhas aulas de comunicação abordei muitas vezes o assunto “dissidência calculada”. O pregador e seu grupo têm um ponto de vista; o papa e os bispos praticam outro. Para não baterem de frente contra as autoridades, detendo eles algum meio de comunicação recorrem a algum documento do passado que os autoriza a continuar praticando a fé do jeito deles, mesmo quando papa e bispos autorizam e praticam do jeito novo. Armam resistência contra o novo. É o neo-conservadorismo que adota modernidade em alguns quesitos e volta ao passado no quesito que lhe interessa voltar.

São dissidentes calculados. Desobedecem sem desobedecer. E dão um jeito de chamar de desobedientes os que não se regem pelos mesmos textos que eles. Tendo a mídia nas mãos, eles parecem os bons católicos. Quem ousa aderir às mudanças autorizadas passa por católico tíbio. Já vimos este filme em vários capítulos nestas últimas décadas. É o neo montanismo em ação. Espertos, eles sabem argumentar contra e a favor. O poder está com eles porque atingem mais gente.

O assunto eucaristia tem causado essas divisões. Ainda temos católicos que sistematicamente desafiam as normas das dioceses e paróquias, alegando que os líderes dos seus movimentos estão acima da diocese e da paróquia. Ouvem primeiro o padre do seu grupo e, só depois, o papa, os bispos e o pároco. Teimam em receber a eucaristia só na boca, nunca nas mãos e fazem a genuflexão antes de comungar, mesmo que por razões da diocese, o bispo tenha dispensado todo o ritual. O argumento de um desses sacerdotes é o de que comunhão nas mãos é mera concessão e, se, um dia, um papa quiser aboli-la, todo mundo terá que voltar a comungar na boca e ajoelhar-se e benzer-se antes de receber a eucaristia. Em outras palavras, o ritual de ontem era melhor do que o de hoje…

O papa e os bispos fazem e autorizam, mas eles pregam rebeldia de seus membros, dizendo aos mais fervorosos que não são obrigados a aceitar as normas da diocese. O padre terá que lhes dar comunhão do jeito antigo, se não quiserem aceitar a prática daquela diocese. É confronto! Vale mais palavra do pregador de televisão do que o bispo que mora naquela região. Pronto! Está estabelecida a dissidência e a rebeldia: o padre da televisão contra os padres e os bispos da diocese. O fiel escolhe se segue os padres do seu querido movimento, ou os padres e o bispo da diocese onde ele mora. Adivinhe com quem o fiel fica?

O papa é freqüentemente visto dando comunhão nas mãos e não só em casos excepcionais. Os bispos o fazem quase sempre, mas o padre da televisão disse, com toda a autoridade que não tem, que o jeito correto é seguir o ritual antigo. Em outras palavras: quem autorizou está errado e certo está quem comunga só na boca e se ajoelha antes em gesto de adoração. Só este é respeitoso…As razões da diocese não valem…

Enfrentei este tipo de rebeldia nos anos 70, quando houve em São Paulo um surto de meningite e os médicos pediram ao cardeal Dom Paulo Arns que não permitisse comunhão na boca, por conta do risco de se difundir ainda mais o vírus pela saliva. Alargamos as portas, pusemos dutos que permitissem mais escoamento do ar e adotamos a prática da comunhão nas mãos.

Não poucas vezes enfrentamos católicos que advogavam seu direito de comungar pela boca. Foi muito simples. Ou aceitavam as normas da diocese ou não receberiam o Cristo do jeito deles. Alguns iam embora batendo os pés no chão e, depois, nos atacavam pela mídia. Passado o risco, os bispos mantiveram o novo costume. Por conta de minha obediência a Dom Paulo fui chamado de vaca sagrada, por um artigo de O Estado de São Paulo. Eram dias de confronto e de luta. O irônico e inteligente Lenildo Tabosa Pessoa não brincava sem serviço. Sabia jogar seus leitores contra quem não rezasse pela sua cartilha.

Quarenta anos depois, num sábado, véspera do dia das missões, vejo um sacerdote pregar pela mídia a mesma dissidência calculada. Muitos fiéis o seguirão. Outra vez, a palavra do padre inteligente e arguto se sobrepõe sorrateiramente à palavra dos bispos e párocos. Alguém alegará que ouviu o padre XYZ a falar na televisão que o certo e o direito é o antigo ritual: de joelhos ou na boca. Mas o que diz o antigo ritual? E o que diz o Direito Canônico, compêndio geral das leis dos católicos sobre a autoridade dos bispos? Deve prevalecer: o que diz o padre da televisão ou o que dizem os bispos? Há uma mídia católica que coopera com as dioceses. Há outra que passa por cima da autoridade do bispo. O fiel escolha! Cátedra de Pedro ou câmera do padre? Receio que muitos já escolheram…


Fonte:afeexplicada.wordpress.com

Protestante “ora”, católico “reza”. Meu Deus, quanta desinformação!

fonte: BLOG CARMADELIO

Ivanildo Oliveira Junior

Quantas vezes você já não ouviu esse paralelo ignorante que alguns protestantes fazem em relação a essas palavras? Quantas vezes você já não foi questionado a respeito de seu uso e desuso e, por fim, quantos de nós católicos também caem nessa falácia de que uma difere e profana a outra. ESTUPIDEZ e IGNORÂNCIA. Veremos que isso nada tem haver com que uma grande parte da população atual menciona como certo e errado.

Vermelho ou encarnado? Um termo vale o outro, com a diferença de que “vermelho” é da língua literária, “encarnado” da língua popular. Igualmente, “oração” é palavra clássica, ao passo que “reza” é da língua caseira. Mas o mesmíssimo significado: A elevação da mente e do coração a Deus, para o adorar, agradecer e pedir-lhe as graças de que necessitamos. É somente isto a vontade de Deus, não lhe interessa o som das palavras, diferentes nas várias línguas.

Isso vale aqueles que, destituídos de um mínimo de cultura ou honestidade intelectual, fazem das duas palavras, “oração” e “reza”, um cavalo de batalha. “Nós oramos os católicos rezam: logo, os católicos estão errados”. Os desinformados e/ou desonestos precisam saber que “oração” “orar” (sem necessidade de remontar ao hebraico “Or” (Luz)), são palavras originadas do latim, língua de Roma e, portanto, língua legítima da Igreja Católica: (Oratio , orare). Até a aparição dos primeiros protestantes (1520), foram de exclusividade nossa, na liturgia da Igreja Ocidental. Querer vender-nos o que é nosso é crime de estelionato!

Sendo um pouco mais específico Orar vem do latim orare; e rezar, do latim recitare, que também deu em português recitar. Já em latim, os verbos orare e recitare têm sentidos muito próximos: o primeiro significa “pronunciar uma fórmula ritual, uma oração, uma defesa em juízo”; o segundo, “ler em voz alta e clara” (portanto, o mesmo que em português recitar). Entretanto, para orare prevaleceu na latinidade e nas línguas românicas o sentido de rezar, isto é, dizer ou fazer uma oração ou súplica religiosa (cfr. A. Ernout–A. Meillet,Dictionnaire étymologique de la langue latine — Histoire des mots, Klincksieck, Paris, 4ª ed., 1979, p. 469). Nós, católicos, damos ao verbo rezar um sentido bastante amplo e genérico, e reservamos a palavra oração mais especialmente — mas não exclusivamente — para os diversos gêneros de oração mental, como a meditação, a contemplação etc. Não há razão, portanto, para fazer dessa ligeira diferença, comum nos sinônimos, um tema de disputas.

Os protestantes, entretanto, salientam a diferença por dois motivos. Primeiro, porque para eles serve de senha. Com efeito, acentuando arbitrariamente essa pequena diferença de matiz entre as palavras, eles utilizam orar em vez de rezar, e assim imediatamente se identificam como crentes (como diziam até há pouco) ou evangélicos (como preferem dizer agora). Isso tem a vantagem, para eles, de detectar entre os circunstantes os outros protestantes que ali estejam. É um expediente ao qual recorrem todas as seitas dotadas de um forte desejo de expansão, como é o caso dos protestantes no Brasil.

Por outro lado, a oração, para os protestantes, não tem o mesmo alcance que para nós, católicos. Enquanto para nós o termo oração engloba todos os gêneros de oração — desde a oração de petição até as orações de louvor e glorificação de Deus — os protestantes esvaziam a necessidade da oração de petição, que para eles tem pouco ou nenhum sentido. Com efeito, como nós, católicos, sabemos, a vida nesta Terra é uma luta árdua, em que devemos pedir a Deus em primeiro lugar os bens eternos, e depois os bens terrenos de que temos necessidade. É o que ensinou Nosso Senhor Jesus Cristo.

Até ontem, quando a Missa era em latim, assim como ainda hoje em boa língua portuguesa, o termo clássico era de uso comum, durante a Missa e ouvirão, mais de uma vez, o convite do celebrante: “Oremos!” E, uma vez o solene: “Orai irmãos para que nosso sacrifício seja aceito por Deus Pai, Todo Poderoso”. Dizer que a Igreja não ora é no mínimo preguiça de pesquisar a verdade, a Igreja nunca fez distinção entre uma coisa e outra, pois via e continua a ver o mesmo significado em ambas as palavras, o que sempre foi real, os santos e santas que nos antecederam assim já nos demonstravam:

“Depois que ficava em oração, via que saia dela muito melhorada e mais forte.” Santa Teresa d’Ávila

“Assim como necessitamos continuamente da respiração, assim também temos necessidade do auxílio de Deus; porém se queremos, facilmente podemos atraí-lo pela oração.” São João Crisóstomo

“Ora et Labora!”Reza e trabalha! São Bento

“Sabe viver bem quem sabe rezar bem.” Santo Afonso Maria de Ligório

“A oração consiste em tratar a Deus como um pai, um irmão, um Senhor e um Esposo.” Santa Teresinha

“Quem começou a rezar não deve interromper a oração, em que pesem os pecados cometidos.”

“Com a oração poderá logo soerguer-se, ao passo que sem ela ser-lhe-á muito difícil. Não deixe que o demônio o tente a abandonar a oração por humildade” Santa Teresinha

Podemos perceber então que tal distinção não fazia e nunca fez parte da vida religiosa dos santos e santas da Igreja, como então continuarmos com esse paralelismo que, até entre os católicos hoje existe? Basta parar de acreditar na primeira besteira que se ouve e buscar a Sabedoria da Igreja de dois mil anos, que tem todas as respostas necessárias.

Ainda neste contexto perceberemos que nem mesmo o Catecismo da Igreja Católica difere uma coisa da outra, pois ao utilizar ambas demonstra que não existe e nunca existiu diferentes significados, podendo assim serem usadas sem problema algum de cometer um dito “erro”, vejamos:

“A Oração é a elevação da alma a Deus ou o pedido a Deus nos bens convenientes. De onde falamos nós, ao rezar?…” CIC 2559

“[...] Os Salmos alimentam e exprimem a oração do povo de Deus como assembléia, por ocasião das grandes festas em Jerusalém e cada sábado nas sinagogas. [...] Rezados e realizados em Cristo, os Salmos são sempre essenciais à oração de Sua Igreja.” CIC 2586

“A oração não se reduz ao surgir espontâneo de um impulso interior; para rezar é preciso querer. Não basta saber o que as Escrituras revelam sobre a oração; também é indispensável aprender a rezar, E é por uma transmissão viva (a Sagrada Tradição) que o Espírito Santo, na ‘Igreja crente e orante’, ensina os filhos de Deus a rezar.” CIC 2650

Fica evidente então a Sabedoria da Igreja e a Verdade que nela, através de Nosso Senhor, se expressa. Em outra Crítica protestante acerca da prática de tais palavras veremos, a seguir, o cuidado que devemos ter.

A CRÍTICA PROTESTANTE A RESPEITO DAS PALAVRAS REPETIDAS

Para sustentar que “não devemos orar repetidas vezes”, os protestantes, como diz a missivista, apelam para a Bíblia. Provavelmente se referem ao Evangelho de São Mateus (6,7): “Nas vossas orações, não queirais usar muitas palavras, como os pagãos, pois julgam que, pelo seu muito falar, serão ouvidos”.

A interpretação deste texto de São Mateus não é entretanto a que os protestantes lhe dão. Ele significa simplesmente que a eficácia da oração não decorre da loquacidade, mas sobretudo das boas disposições do coração. As disposições sendo boas, em princípio, quanto mais se reza, melhor! E o próprio Jesus Cristo Nosso Senhor deu o exemplo de uma oração longa e repetitiva no Horto das Oliveiras, quando, prostrado com o rosto em terra, rezou por mais de uma hora, dizendo: Pai, se é possível, afaste-se de mim este cálice; mas não se faça a minha vontade, e sim a vossa (cfr. Mt 26, 39-44; Lc 22, 41-45).

Quanto à necessidade da insistência na oração, no Evangelho de São Lucas (11, 5-8) se lê a impressionante lição do Divino Mestre: “Se algum de vós tiver um amigo, e for ter com ele à meia-noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, porque um meu amigo acaba de chegar a minha casa de viagem, e não tenho nada que lhe dar; e ele, respondendo lá de dentro, disser: Não me sejas importuno, a porta já está fechada, e os meus filhos estão deitados comigo; não me posso levantar para te dar coisa alguma. E, se o outro perseverar em bater, digo-vos que, ainda que ele se não levantasse a dar-lhos por ser seu amigo, certamente pela sua importunação se levantará, e lhe dará quantos pães precisar”.

A reiteração de nossos pedidos a Deus deve pois chegar a esse ponto da importunação, segundo o conselho do mesmo Nosso Senhor. E por aí se vê como os protestantes, abandonando a sabedoria da Igreja e arrogando-se o direito ao livre exame, se afastam da reta interpretação das Sagradas Escrituras, fazendo ilações lineares, sem levar em conta outras passagens sobre o mesmo tema, o que é indispensável para chegar ao verdadeiro sentido de todas elas.

Que Nosso Senhor sempre vos Ilumine e que vosso coração sempre tenha espaço para a Santíssima Virgem Maria!

Festa de São Sebastião

Festa de São Sebastião , na comunidade do Alto da Balança,
completa este ano 12 anos de comemorações e contará com a participação de várias comunidades da paróquia.
a festa iniciada no dia 26/01 e se estende até o dia 29/01,

onde ocorrerá procissão e missa além de atrações culturais.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

SP: ladrões invadem mosteiro e fazem padre cantor refém

Comentar 11Ladrões invadiram e assaltaram um mosteiro na cidade de Jacareí, no interior de São Paulo, no final da noite de quarta-feira, informou a Polícia Militar nesta quinta-feira. Os invasores fizeram os ocupantes do mosteiro de reféns, incluindo o padre Antônio Maria, mas ninguém ficou ferido.

Segundo o capitão Nilton Pereira Alvim, do 41º Batalhão da Polícia Militar de Jacareí, o padre Antônio Maria, que também canta e escreve e é conhecido pelas suas aparições em programas de televisão, estava entre as cerca de 15 pessoas que foram mantidas reféns pelos invasores. Além dele, freiras e ajudantes teriam sido amarrados durante a invasão.

Segundo Alvim, um grupo de cinco ou seis ladrões invadiu o mosteiro Ain Karim por volta da meia-noite. Os policiais chegaram ao local por volta das 2h desta quinta-feira, respondendo a uma ligação do caseiro do sítio onde o mosteiro está localizado, na avenida Arlindo Alves Vieira, 3020.

Os ladrões deixaram o mosteiro após 1h40 de assalto, segundo a polícia, levando dois veículos - um deles já recuperado -, eletroeletrônicos, eletrodomésticos e uma quantia não identificada de dinheiro. Segundo informações levantadas pelas autoridades, os invasores estavam à procura de um cofre, que não existe, e julgavam haver objetos de maior valor ou um grande montante de dinheiro no local.

Os reféns foram libertados antes que a polícia chegasse e os assaltantes fugiram do local nos carros roubados.

Fonte: Portal Terra

Testemunhos primitivos sobre o cânon bíblico

Quantas vezes você já ouviu de algum protestante a afirmação de que a Igreja Católica teria acrescentado vários livros apócrifos à Bíblia durante o Concílio de Trento, no séc. XVI? Quando eles falam isso, estão querendo se referir a sete livros do Antigo Testamento que não se encontram em suas bíblias: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc e os dois livros dos Macabeus (além de alguns trechos dos livros de Daniel e Ester). Porém, a própria História - que é imutável - desmente tal argumento, vistos os testemunhos abaixo:


"Cânon 36 - Parece-nos bom que, fora das Escrituras canônicas, nada deva ser lido na Igreja sob o nome 'Divinas Escrituras'. E as Escrituras canônicas são as seguintes: Gênese, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, quatro livros dos Reinos1, dois livros dos Paralipômenos2, Jó, Saltério de Davi, cinco livros de Salomão3, doze livros dos Profetas4, Isaías, Jeremias5, Daniel, Ezequiel, Tobias, Judite, Ester, dois livros de Esdras6 e dois [livros] dos Macabeus. E do Novo Testamento: quatro livros dos Evangelhos7, um [livro de] Atos dos Apóstolos, treze epístolas de Paulo8, uma do mesmo aos Hebreus9, duas de Pedro, três de João, uma de Tiago, uma de Judas e o Apocalipse de João.10 Sobre a confirmação deste cânon se consultará a Igreja do outro lado do mar11. É também permitida a leitura das Paixões dos mártires na celebração de seus respectivos aniversários12" (Concílio de Hipona, 08.Out.393).
"Parece-nos bom que, fora das Escrituras canônicas, nada deva ser lido na Igreja sob o nome 'Divinas Escrituras'. E as Escrituras canônicas são as seguintes: Gênese, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, quatro livros dos Reinos, dois livros dos Paralipômenos, Jó, Saltério de Davi, cinco livros de Salomão, doze livros dos Profetas, Isaías, Jeremias, Daniel, Ezequiel, Tobias, Judite, Ester, dois livros de Esdras e dois [livros] dos Macabeus. E do Novo Testamento: quatro livros dos Evangelhos, um [livro de] Atos dos Apóstolos, treze epístolas de Paulo, uma do mesmo aos Hebreus, duas de Pedro, três de João, uma de Tiago, uma de Judas e o Apocalipse de João12. Isto se fará saber também ao nosso santo irmão e sacerdote, Bonifácio, bispo da cidade de Roma, ou a outros bispos daquela região, para que este cânon seja confirmado, pois foi isto que recebemos dos Padres como lícito para ler na Igreja" (Concílio de Cartago III (397) e Concílio de Cartago IV (419)).
"Tratemos agora sobre o que sente a Igreja Católica universal, bem como o que se dever ter como Sagradas Escrituras: um livro do Gênese, um livro do Êxodo, um livro do Levítico, um livro dos números, um livro do Deuteronômio; um livro de Josué, um livro dos Juízes, um livro de Rute; quatro livros dos Reis13, dois dos Paralipômenos; um livro do Saltério; três livros de Salomão: um dos Provérbios, um do Eclesiastes e um do Cântico dos Cânticos; outros: um da Sabedoria, um do Eclesiástico. Um de Isaías, um de Jeremias com um de Baruc e mais suas Lamentações, um de Ezequiel, um de Daniel; um de Joel, um de Abdias, um de Oséias, um de Amós, um de Miquéias, um de Jonas, um de Naum, um de Habacuc, um de Sofonias, um de Ageu, um de Zacarias, um de Malaquias. Um de Jó, um de Tobias, um de Judite, um de Ester, dois de Esdras, dois dos Macabeus. Um evangelho segundo Mateus, um segundo Marcos, um segundo Lucas, um segundo João. [Epístolas:] a dos Romanos, uma; a dos Coríntios, duas; a dos Efésios, uma; a dos Tessalonicenses, duas; a dos Gálatas, uma; a dos Filipenses, uma; a dos Colossences, uma; a Timóteo, duas; a Tito, uma; a Filemon, uma; aos Hebreus, uma. Apocalipse de João apóstolo; um, Atos dos Apóstolos, um. [Outras epístolas:] de Pedro apóstolo, duas; de Tiago apóstolo, uma; de João apóstolo, uma; do outro João presbítero, duas14; de Judas, o zelota, uma. (Catálogo dos livros sagrados, composto durante o pontificado de São Dâmaso [366-384], no Concílio de Roma de 382)
"Quais os livros aceitos no cânon das Escrituras, o breve apêndice o mostra: Cinco livros de Moisés, isto é, Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Um livro de Josué, filho de Num; um livro dos Juízes; quatro livros dos Reinos; e Rute. Dezesseis livros dos Profetas; cinco livros de Salomão; o Saltério. Livros históricos: um de Jó, um de Tobias, um de Ester, um de Judite, dois dos Macabeus, dois de Esdras, dois dos Paralipômenos. Do Novo Testamento: quatro livros dos Evangelhos; quatorze epístolas do apóstolo Paulo, três de João, duas de Pedro, uma de Judas, uma de Tiago; os Atos dos Apóstolos; e o Apocalipse de João" (papa Inocêncio I, 20.02.405; Carta "Consulenti Tibi" a Exupério, bispo de Tolosa).
"Devemos agora tratar das Escrituras Divinas. Vejamos o que a Igreja Católica universalmente aceita e o que deve ser evitado: (1) Começa a ordem do Antigo Testamento: um livro da Gênese, um do Êxodo, um do Levítico, um dos Números, um do Deuteronômio, um de Josué (filho de Nun), um dos Juízes, um de Rute, quatro livros dos Reis, dois dos Paralipômenos, um livro de 150 Salmos, três livros de Salomão (um dos Provérbios, um do Eclesiastes, e um do Cântico dos Cânticos). Ainda um livro da Sabedoria e um do Eclesiástico. (2) A ordem dos Profetas: um livro de Isaías, um de Jeremias com Cinoth (isto é, as suas Lamentações), um livro de Ezequiel, um de Daniel, um de Oséias, um de Amós, um de Miquéias, um de Joel, um de Abdias, um de Jonas, um de Naum, um de Habacuc, um de Sofonias, um de Ageu, um de Zacarias e um de Malaquias. (3) A ordem dos livros históricos: um de Jó, um de Tobias, dois de Esdras, um de Ester, um de Judite e dois dos Macabeus. (4)A ordem das escrituras do Novo Testamento, que a Santa e Católica Igreja Romana aceita e venera são: quatro livros dos Evangelhos (um segundo Mateus, um segundo Marcos, um segundo Lucas e um segundo João). Ainda um livro dos Atos dos Apóstolos. As 14 epístolas de Paulo Apóstolo: uma aos Romanos, duas aos Coríntios, uma aos Efésios, duas aos Tessalonicenses, uma aos Gálatas, uma aos Filipenses, uma aos Colossenses, duas a Timóteo, uma a Tito, uma a Filemon e uma aos Hebreus. Ainda um livro do Apocalipse de João. Ainda sete epístolas canônicas: duas do Apóstolo Pedro, uma do Apóstolo Tiago, uma de João Apóstolo, duas epístolas do outro João (presbítero) e uma de Judas Apóstolo (o zelota)" (papa S. Gelásio, ~495; Decreto Gelasiano; repetido em 520 pelo papa S. Hormisdas. Seguido também pelo Concílio Ecumênico de Florença15 [1438-1445], e novamente ratificado pelos Concílio de Trento16 [1546-1563] e Vaticano I [1870])).
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Outras Fontes:

Concílio Regional de Trulos, realizado no ano 692.

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1Trata-se dos dois livros de Samuel (1Rs/2Rs) e os dois livros de Reis (3Rs/4Rs).
2Isto é, os dois livros das Crônicas (1Cr/2Cr).
3Ou seja: Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria e Eclesiástico.
4A saber: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
5Incluindo as "Lamentações" e "Baruc", segundo a Septuaginta.
6Isto é, o livro de Esdras e o livro de Neemias.
7Mateus, Marcos, Lucas e João.
8Aos Romanos, duas aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, duas aos Tessalonicenses, duas a Timóteo, a Tito e a Filemon.
9Curiosa distinção resultada, provavelmente, dos escrúpulos que a Igreja Africana tinha a respeito da autenticidade literária paulina dessa epístola.
10Percebe-se, assim, que o cânon coincide perfeitamente com o cânon definido pelo Concílio de Trento.
11Trata-se da Igreja de Roma.
12Alusão ao culto dos santos mártires.
13Os Concílios regionais de Cartago simplesmente repetem, com as mesmas palavras, o conteúdo do cânon 36 do Concílio regional de Hipona. A diferença está somente na conclusão.
14Interessante distinção, já que antiquíssima tradição de Éfeso distinguia o João Apóstolo de um João Presbítero, da mesma região.
15cf. Decreto "Pro Iacobitis" (da Bula "Cantate Domino", de 04.02.1441): "...O Sacrossanto Concílio professa que um e o mesmo Deus é o autor do Antigo e do Novo Testamento, isto é, da Lei, dos Profetas e do Evangelho, pois os santos de ambos os Testamentos falaram sob a inspiração do mesmo Espírito Santo. Este Concílio aceita e venera os seus livros que vêm indicados pelos títulos seguintes: Cinco livros de Moisés (isto é, Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), Josué, Juízes, Rute, quatro livros dos Reis, dois dos Paralipômenos, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, Jó, o Saltério de Davi, as Parábolas (Provérbios), Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria, Eclesiástico, Isaías, Jeremias, Baruc, Ezequiel, Daniel, os Doze Profetas menores (isto é, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias) e dois livros dos Macabeus. Quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), catorze epístolas de Paulo (uma aos Romanos, duas aos Coríntios, uma aos Gálatas, uma aos Efésios, uma aos Filipenses, uma aos Colossenses, duas aos Tessalonicenses, duas a Timóteo, uma a Tito, uma a Filemon, uma aos Hebreus), duas epístolas de Pedro, três de João, uma de Tiago, uma de Judas, os Atos dos Apóstolos e o Apocalipse de João".
16cf. Decreto sobre o Cânon (sessão IV, de 08.04.1546).



Fonte: Veritatis Splendor

Hóstia: O que a palavra lhe sugere?

Certa vez, pensando sobre o "Sacramento da Caridade", me fiz a seguinte pergunta: Por que será que costumamos associar "eucaristia" com "hóstia".


Fala-se em adorar a hóstia, ajoelhar-se diante da hóstia, levar a hóstia em procissão (na festa de Corpus Christi), guardar a hóstia...Uma criança chegou certa vez para a catequista e perguntou: "Tia, quanto tempo falta para eu tomar a hóstia?" (Referia-se à primeira comunhão).


Tive então a idéia de ir atrás da origem da palavra "hóstia". Corri para um dicionário (aliás, vários), e me dei conta que esta palavra vem do latim. Descobri que, em latim, "hóstia" é praticamente sinônimo de "vítima". Ao animal sacrificado em honra dos deuses, à vítima oferecida em sacrifício à divindade, os romanos (que falavam latim) chamavam de "hóstia". Ao soldado tombado na guerra vítima da agressão inimiga, defendendo o imperador e a pátria, chamavam de "hóstia". Ligada à palavra "hóstia" está a palavra latina "hóstis", que significa: "o inimigo". Daí vem a palavra "hostil" (agressivo, ameaçador, inimigo), "hostilizar" (agredir, provocar, ameaçar). E a vítima fatal de uma agressão, por conseguinte,é uma "hóstia".


Então, aconteceu o seguinte: O cristianismo, ao entrar em contato com a cultura latina, agregou no seu linguajar teológico e litúrgico apalavra "hóstia", exatamente para referir-se à maior "vítima" fatal da agressão humana: Cristo morto e ressuscitado.


Os cristãos adotaram a palavra "hóstia" para referir-se ao Cordeiro imolado (vitimado) e, ao mesmo tempo ressuscitado, presente no memorial eucarístico.


A palavra "hóstia" passa, pois, a significar a realidade que Cristo mesmo mostrou naquela ceia derradeira: "Isto é o meu corpo entregue... o meu sangue derramado". O pão consagrado, portanto, é uma "hóstia", aliás, a "hóstia" verdadeira, isto é, o próprio Corpo do ressuscitado, uma vez mortalmente agredido pela maldade humana, e agora vivo entre nós feito pão e vinho, entregue para ser comida e bebida: Tomai e comei..., tomai e bebei...


Infelizmente, com o correr dos tempos, perdeu-se muito este sentido profundamente teológico e espiritual que assumiu a palavra "hóstia" na liturgia do cristianismo romano primitivo, e se fixou quase que só na materialidade da "partícula circular de massa de pão ázimo que é consagrada na missa". A tal ponto de acabamos por chamar de "hóstia" até mesmo as partículas ainda não consagradas!


Hoje, quando falo em "hóstia", penso na "vítima pascal", penso na morte de Cristo e sua ressurreição, penso no mistério pascal. Hóstia para mim é isto: a morte do Senhor e sua ressurreição, sua total entrega por nós, presente no pão e no vinho consagrados. Por isso que, após a invocação do Espírito Santo sobre o pão e o vinho e a narração da última ceia do Senhor, na missa, toda a assembléia canta: "Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição.Vinde, Senhor Jesus".


Diante desta "hóstia", isto é, diante deste mistério, a gente se inclina em profunda reverência, se ajoelha e mergulha em profunda contemplação, assumindo o compromisso de ser também assim: corpo oferecido "como hóstia viva, santa, agradável a Deus" (Rm 12,1). Adorar a "hóstia" significa render-se ao seu mistério para vivê-lo no dia-a-dia. E comungar a "hóstia" significa assimilar o seu mistério na totalidade do nosso ser para se tornar o que Cristo é: entrega de si a serviço dos irmãos, hóstia.


E agora entendo melhor quando o Concílio Vaticano II, ao exortar para a participação consciente, piedosa e ativa no "sacrossanto mistério da eucaristia", completa: "E aprendam a oferecer-se a si próprios (grifo nosso) oferecendo a hóstia imaculada, não só pelas mãos do sacerdote, mas também juntamente com ele e, assim, tendo a Cristo como Mediador, dia a dia se aperfeiçoem na união com Deus e entre si, para que, finalmente, Deus seja tudo em todos" (SC 48).

Fonte:http://perpetuosocorro-bh.blogspot.com

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Tau de São Fracisco, Medalha de São Bento e Medalha de N.S. das Graças

O TAU E SÃO FRANCISCO


São Francisco participou de um concílio e neste concílio, onde o Papa declarou que o SINAL dos eleitos era um TAU e que todos aqueles que carregassem esse "TAU" estariam como que caminhando na garantia da sua salvação. Quando S. Francisco ouviu aquilo ele imediatamente colocou o TAU no seu pescoço e nunca mais retirou dele e, por isso, o TAU se transformou num sinal Franciscano.


O TAU, O CORDÃO E OS TRÊS NÓS
Em geral o Tau é pendurado no pescoço pôr um cordão com três nós. Este cordão significa o elo que une a forma de nossa vida. O fio condutor do Evangelho. A síntese da Boa Nova são os três conselhos evangélicos = obediência, pobreza, pureza de coração. Obediência significa acolhida para escutar o valor maior. Quem abre os sentidos para perceber o maior e o melhor não tem medo de obedecer e mostra lealdade a um grande projeto. Pobreza não é categoria econômica de quem não tem, mas é valor de quem sabe colocar tudo em comum. Ser pobre, no sentido bíblico-franciscano, é a coragem da partilha. Ser puro de coração é ser transparente, casto, verdadeiro. É revelar o melhor de si. Os três nós significam que o obediente é fiel a seus princípios; o pobre vive na gratuidade da convivência; o casto cuida da beleza do seu coração e de seus afetos. Tudo isto está no Tau da existência!


USAR O TAU É LEMBRAR O SENHOR
Muita gente usa o TAU. Não é um amuleto, mas um sacramental que recorda um caminho de salvação que vai sendo feito ao seguir progressivamente, o Evangelho. Usar o TAU é colocar a vida no dinamismo da conversão: cada dia devo me abandonar na Graça do Senhor, ser um reconciliado com toda a criatura, saudar a todos com a Paz e o Bem. Usar o Tau é configurar-se com aquele que um dia ilumina as trevas do nosso coração para levar-nos à caridade perfeita. Usar o Tau é transformar a vida pela Simplicidade, pela Luz e pelo Amor. É exigência de missão e serviço aos outros, porque o próprio Senhor se fez servo até a morte e morte de Cruz.


MEDALHA DE SÃO BENTO





A medalha de São Bento não é um "amuleto da sorte". Trata-se de um sacramental, isto é, um sinal visível de nossa fé.
O uso habitual da medalha tem por efeito colocar-nos sob a especial proteção de São Bento, principalmente quando se tem confiança nos méritos de tão grande Santo e nas grandes virtudes da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo! São numerosos os fatos maravilhosos atribuídos à esta medalha. Ela nos assegura poderoso socorro contra as ciladas do demônio e também para alcançar graças espirituais, com conversão, vitória contra as tentações, inimizades etc.
Contudo, a medalha não age automaticamente contra as adversidades, como se fosse um talismã ou vara mágica.
Todo Cristão, a exemplo de Jesus Cristo, deve carregar a sua cruz. Pois, é necessário que nossas faltas sejam expiadas; nossa fé seja ; provada; e nossa caridade purificada, para que aumentem nossos méritos.
O símbolo da nossa redenção, a cruz, gravada na medalha não tem por fim nos livrar da prova; no entanto, a virtude da cruz de Jesus e a intercessão de São Bento produzirão efeitos salutares em muitas circunstâncias, a medalha concede, também, graças especiais para hora da morte, pois, São Bento com São José são padroeiros da boa morte.
Para se ficar livre das ciladas do demônio é preciso, acima de tudo, estar na graça e amizade com Deus. Portanto, é preciso servi-lo e amá-lo, cumprindo, todos os deveres religiosos:Oração, Missa dominical, recepção dos Sacramentos, cumprimento dos deveres de justiça; em uma palavra, cumprimento de todos os mandamentos da lei de Deus e da Igreja. Nem o demônio, nem alguma criatura, tem o poder de prejudicar verdadeiramente uma alma unida a Deus.
Em resumo, o efeito da medalha de São Bento depende em grande parte das disposições da pessoa para com Deus e da observância dos requisitos acima mencionados.
Na frente da medalha (veja foto) são apresentados uma cruz e entre seus braços estão gravadas as letras C S P B, cujo significado é, do latim: Cruz Sancti Patris Benedicti - "Cruz do Santo Pai Bento".
Na haste vertical da cruz lêem-se as iniciais C S S M L: Crux Sacra Sit Mihi Lux - "A cruz sagrada seja minha luz".
Na haste horizontal lêem-se as iniciais N D S M D: Non Draco Sit Mihi Dux - "Não seja o dragão meu guia".
No alto da cruz está gravada a palavra PAX ("Paz"), que é lema da Ordem de São Bento. Às vezes, PAX é substituído pelo monograma de Cristo: I H S.
À partir da direita de PAX estão as iniciais: V R S N S M V: Vade Retro Sátana Nunquam Suade Mihi Vana - "Retira-te, satanás, nunca me aconselhes coisas vãs!" e S M Q L I V B: Sunt Mala Quae Libas Ipse Venena Bibas - "É mau o que me ofereces, bebe tu mesmo os teus venenos!".
Nas costas da medalha está São Bento, segurando na mão esquerda o livro da Regra que escreveu para os monges e, na outra mão, a cruz. Ao redor do Santo lê-se a seguinte jaculatória ou prece: EIUS - IN - OBITU - NRO - PRAESENTIA - MUNIAMUR - "Sejamos confortados pela presença de São Bento na hora de nossa morte".
É representado também a imagem de um cálice do qual sai uma serpente e um corvo com um pedaço de pão no bico, lembrando as duas tentativas de envenenamento, das quais São Bento saiu, milagrosamente, ileso.


Medalha Nossa Senhora das Graças




•A serpente: Maria aparece esmagando a cabeça da serpente. A mulher que esmaga a cabeça da serpente, que é o demônio, já estava predita na Bíblia, no livro do Gênesis: "Porei inimizade entre ti e a mulher... Ela te esmagará a cabeça e tu procurarás, em vão, morder-lhe o calcanhar". Deus declara iniciada a luta entre o bem e o mal. Essa luta é vencida por Jesus Cristo, o "novo Adão", juntamente com Maria, a co-redentora, a "nova Eva". É em Maria que se cumpre essa sentença de Deus: a mulher finalmente esmaga a cabeça da serpente, para que não mais a morte pudesse escravizar os homens.
• Os raios: Simbolizam as graças que Nossa Senhora derrama sobre os seus devotos. A Santa Igreja, por isso, a chama Tesoureira de Deus.
• As 12 estrelas: Simbolizam as 12 tribos de Israel. Maria Santíssima também é saudada como "Estrela do Mar" na oração Ave, Stella Maris.
• O coração cercado de espinhos: É o Sagrado Coração de Jesus. Foi Maria quem o formou em seu ventre. Nosso Senhor prometeu a Santa Margarida Maria Alacoque a graça da vida eterna aos devotos do seu Sagrado Coração, que simboliza o seu infinito e ilimitado Amor.
• O coração transpassado por uma espada: É o Imaculado Coração de Maria, inseparável ao de Jesus: mesmo nas horas difíceis de Sua Paixão e Morte na Cruz, Ela estava lá, compartilhando da Sua dor, sendo a nossa co-redentora.
• O M: Significa Maria. Esse M sustenta o travessão e a Cruz, que representam o calvário. Essa simbologia indica a íntima ligação de Maria e Jesus na história da salvação.
• O travessão e a Cruz: Simbolizam o calvário. Para a doutrina católica, a Santa Missa é a repetição do sacrifício do Calvário, portanto, ressaltam a importância do Sacrifício Eucarístico na vida do cristão.

Fonte:Blogs Católicos

* A crise da Universidade e a crise do espírito. A predominância “técnica” sem a reflexão?

Como bem disse Otto Maria Carpeaux “das universidades depende a vida espiritual das nações”. Infelizmente vivemos uma grave crise da Academia, crise esta que vai muito além de conteúdos normativos. A união do pensamento iluminista com a idéia do progresso material positivista transformou as Universidades numa fábrica do pensamento técnico, “útil”. Assim, dentro do espaço acadêmico onde outrora havia uma densa reflexão e a produção de uma cultura espiritual, resta apenas certo ranço utilitarista e desprovido de qualquer convicção profunda.

As Universidades têm uma função basilar na construção e constituição das nações. No ambiente acadêmico as gerações atuais alcançam a maturidade necessária para refletir acerca da realidade e pensar nas veredas que guiarão os seus filhos e netos. Contudo, a partir do alvorecer iluminista, com a estruturação do repúdio formal a qualquer pensamento tradicional – tradição aqui entendida num contexto muito particular -, a Universidade perdera o sentido histórico mais profundo, isto é, a responsável por perpetuar aos novos o mundo interior legado pelos seus antigos.

O filósofo Alasdair MacIntyre afirmou a necessidade de recuperar “uma concepção de pesquisa racional incorporada numa tradição; uma concepção de acordo com a qual os próprios padrões da justificação racional avultem e façam parte de uma história na qual eles sejam exigidos pelo modo como transcendem as limitações e fornecem soluções para as insuficiências de seus predecessores, dentro da história dessa mesma tradição.”
Entretanto, os ouvidos modernos tremem quando ouvem falar de tradição. A pedagogia humanística entra, então, em decadência quando morre no homem a sua união espiritual com o passado, com a herança recebida de seus pais. O homem sem espírito, sem o nous metafísico, limita a sua própria capacidade racional. Assim, na mentalidade materialista e utilitarista engendrada desde o iluminismo, resta apenas o espaço para a produção de um saber meramente técnico, sem qualquer pretensão que não seja a melhoria imediata e sensível da sociedade. Vivemos, desse modo, a ditadura do progresso onde, logicamente, o passado é necessariamente visto como o reduto da obscuridade e atraso.

Se a Universidade não deve ser compreendida como nostalgia, não tem muito menos como finalidade a educação para um conteúdo útil e profissional. Na sua constituição mesma está como destino último o cultivo do intelecto. O “hábito filosófico da mente”, como colocara John Henry Newman, era fruto justamente do refinamento e enriquecimento das capacidades intelectuais. Assim, a ansiada busca da verdade, sentido da reflexão e da discussão, encontra-se integrada ao amplo conhecimento cultural transmitido e recebido por meio da tradição, da família e da religião.

No prefácio do seu livro “The Idea of a University”, o Cardeal Newman, definindo a noção de Universidade, diz; “That it is a place of teaching universal knowledge. This implies that its object is, on the one hand, intellectual, not moral; and, on the other, that it is the diffusion and extension of knowledge rather than the advancement. If its object were scientific and philosophical discovery, I do not see why a University should have students; if religious training, I do not see how it can be the seat of literature and science.”
Ora, se o iluminismo tirou da racionalidade o seu natural espaço tradicional, o positivismo a trancafiou dentro da mentalidade material e técnica, subtraindo da razão a sua capacidade de, através de um olhar atento, contemplar a realidade de modo universal.

A gênese moderna da Academia tende a reduzi-la a uma instituição profissional e, na esteira de tal transformação, num centro altamente politizado onde o conhecimento encontra-se assimilado aos ditames ideológicos. Não obstante, a Universidade tem como função a preservação e ampliação do conhecimento, a constituição de um centro de saber e reflexão. Isso precisa ser redescoberto para que o homem possa, no futuro, reconhecer-se como tal e integrado numa cultura espiritual que o torna apto a compreender a sua existência de forma ampla, além dos limites estipulados pelo momento presente.

Fonte:blogcarmadelio

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Silêncio e palavra: caminho de evangelização

Fonte: Portal RCC BRASIL


A Santa Sé divulgou hoje a mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2012. Confira:

Amados irmãos e irmãs,

Ao aproximar-se o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2012, desejo partilhar convosco algumas reflexões sobre um aspecto do processo humano da comunicação que, apesar de ser muito importante, às vezes fica esquecido, sendo hoje particularmente necessário lembrá-lo. Trata-se da relação entre silêncio e palavra: dois momentos da comunicação que se devem equilibrar, alternar e integrar entre si para se obter um diálogo autêntico e uma união profunda entre as pessoas. Quando palavra e silêncio se excluem mutuamente, a comunicação deteriora-se, porque provoca um certo aturdimento ou, no caso contrário, cria um clima de indiferença; quando, porém se integram reciprocamente, a comunicação ganha valor e significado.

O silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras densas de conteúdo. No silêncio, escutamo-nos e conhecemo-nos melhor a nós mesmos, nasce e aprofunda-se o pensamento, compreendemos com maior clareza o que queremos dizer ou aquilo que ouvimos do outro, discernimos como exprimir-nos. Calando, permite-se à outra pessoa que fale e se exprima a si mesma, e permite-nos a nós não ficarmos presos, por falta da adequada confrontação, às nossas palavras e ideias. Deste modo abre-se um espaço de escuta recíproca e torna-se possível uma relação humana mais plena. É no silêncio, por exemplo, que se identificam os momentos mais autênticos da comunicação entre aqueles que se amam: o gesto, a expressão do rosto, o corpo enquanto sinais que manifestam a pessoa. No silêncio, falam a alegria, as preocupações, o sofrimento, que encontram, precisamente nele, uma forma particularmente intensa de expressão. Por isso, do silêncio, deriva uma comunicação ainda mais exigente, que faz apelo à sensibilidade e àquela capacidade de escuta que frequentemente revela a medida e a natureza dos laços. Quando as mensagens e a informação são abundantes, torna-se essencial o silêncio para discernir o que é importante daquilo que é inútil ou acessório. Uma reflexão profunda ajuda-nos a descobrir a relação existente entre acontecimentos que, à primeira vista, pareciam não ter ligação entre si, a avaliar e analisar as mensagens; e isto faz com que se possam compartilhar opiniões ponderadas e pertinentes, gerando um conhecimento comum autêntico. Por isso é necessário criar um ambiente propício, quase uma espécie de «ecossistema» capaz de equilibrar silêncio, palavra, imagens e sons.

Grande parte da dinâmica atual da comunicação é feita por perguntas à procura de respostas. Os motores de pesquisa e as redes sociais são o ponto de partida da comunicação para muitas pessoas, que procuram conselhos, sugestões, informações, respostas. Nos nossos dias, a Rede vai-se tornando cada vez mais o lugar das perguntas e das respostas; mais, o homem de hoje vê-se, frequentemente, bombardeado por respostas a questões que nunca se pôs e a necessidades que não sente. O silêncio é precioso para favorecer o necessário discernimento entre os inúmeros estímulos e as muitas respostas que recebemos, justamente para identificar e focalizar as perguntas verdadeiramente importantes. Entretanto, neste mundo complexo e diversificado da comunicação, aflora a preocupação de muitos pelas questões últimas da existência humana: Quem sou eu? Que posso saber? Que devo fazer? Que posso esperar? É importante acolher as pessoas que se põem estas questões, criando a possibilidade de um diálogo profundo, feito não só de palavra e confrontação, mas também de convite à reflexão e ao silêncio, que às vezes pode ser mais eloquente do que uma resposta apressada, permitindo a quem se interroga descer até ao mais fundo de si mesmo e abrir-se para aquele caminho de resposta que Deus inscreveu no coração do homem.

No fundo, este fluxo incessante de perguntas manifesta a inquietação do ser humano, sempre à procura de verdades, pequenas ou grandes, que deem sentido e esperança à existência. O homem não se pode contentar com uma simples e tolerante troca de céticas opiniões e experiências de vida: todos somos perscrutadores da verdade e compartilhamos este profundo anseio, sobretudo neste nosso tempo em que, «quando as pessoas trocam informações, estão já a partilhar-se a si mesmas, a sua visão do mundo, as suas esperanças, os seus ideais» (Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2011).

Devemos olhar com interesse para as várias formas de sítios, aplicações e redes sociais que possam ajudar o homem atual não só a viver momentos de reflexão e de busca verdadeira, mas também a encontrar espaços de silêncio, ocasiões de oração, meditação ou partilha da Palavra de Deus. Na sua essencialidade, breves mensagens – muitas vezes limitadas a um só versículo bíblico – podem exprimir pensamentos profundos, se cada um não descuidar o cultivo da sua própria interioridade. Não há que surpreender-se se, nas diversas tradições religiosas, a solidão e o silêncio constituem espaços privilegiados para ajudar as pessoas a encontrar-se a si mesmas e àquela Verdade que dá sentido a todas as coisas. O Deus da revelação bíblica fala também sem palavras: «Como mostra a cruz de Cristo, Deus fala também por meio do seu silêncio. O silêncio de Deus, a experiência da distância do Onipotente e Pai é etapa decisiva no caminho terreno do Filho de Deus, Palavra Encarnada. (...) O silêncio de Deus prolonga as suas palavras anteriores. Nestes momentos obscuros, Ele fala no mistério do seu silêncio» (Exortação apostólica pós-sinodal Verbum Domini, 30 de setembro de 2010, n.º 21). No silêncio da Cruz, fala a eloquência do amor de Deus vivido até ao dom supremo. Depois da morte de Cristo, a terra permanece em silêncio e, no Sábado Santo – quando «o Rei dorme (…), e Deus adormeceu segundo a carne e despertou os que dormiam há séculos» (cfr Ofício de Leitura, de Sábado Santo) –, ressoa a voz de Deus cheia de amor pela humanidade.

Se Deus fala ao homem mesmo no silêncio, também o homem descobre no silêncio a possibilidade de falar com Deus e de Deus. «Temos necessidade daquele silêncio que se torna contemplação, que nos faz entrar no silêncio de Deus e assim chegar ao ponto onde nasce a Palavra, a Palavra redentora» (Homilia durante a concelebração eucarística com os membros da Comissão Teológica Internacional, 6 de outubro de 2006). Quando falamos da grandeza de Deus, a nossa linguagem revela-se sempre inadequada e, deste modo, abre-se o espaço da contemplação silenciosa. Desta contemplação nasce, em toda a sua força interior, a urgência da missão, a necessidade imperiosa de «anunciar o que vimos e ouvimos», a fim de que todos estejam em comunhão com Deus (cf. 1 Jo 1, 3). A contemplação silenciosa faz-nos mergulhar na fonte do Amor, que nos guia ao encontro do nosso próximo, para sentirmos o seu sofrimento e lhe oferecermos a luz de Cristo, a sua Mensagem de vida, o seu dom de amor total que salva.

Depois, na contemplação silenciosa, surge ainda mais forte aquela Palavra eterna pela qual o mundo foi feito, e identifica-se aquele desígnio de salvação que Deus realiza, por palavras e gestos, em toda a história da humanidade. Como recorda o Concílio Vaticano II, a Revelação divina realiza-se por meio de «ações e palavras intimamente relacionadas entre si, de tal modo que as obras, realizadas por Deus na história da salvação, manifestam e confirmam a doutrina e as realidades significadas pelas palavras; e as palavras, por sua vez, declaram as obras e esclarecem o mistério nelas contido» (Constituição dogmática Dei Verbum, 2). E tal desígnio de salvação culmina na pessoa de Jesus de Nazaré, mediador e plenitude da toda a Revelação. Foi Ele que nos deu a conhecer o verdadeiro Rosto de Deus Pai e, com a sua Cruz e Ressurreição, nos fez passar da escravidão do pecado e da morte para a liberdade dos filhos de Deus. A questão fundamental sobre o sentido do homem encontra a resposta capaz de pacificar a inquietação do coração humano no Mistério de Cristo. É deste Mistério que nasce a missão da Igreja, e é este Mistério que impele os cristãos a tornarem-se anunciadores de esperança e salvação, testemunhas daquele amor que promove a dignidade do homem e constrói a justiça e a paz.

Palavra e silêncio. Educar-se em comunicação quer dizer aprender a escutar, a contemplar, para além de falar; e isto é particularmente importante paras os agentes da evangelização: silêncio e palavra são ambos elementos essenciais e integrantes da ação comunicativa da Igreja para um renovado anúncio de Jesus Cristo no mundo contemporâneo. A Maria, cujo silêncio «escuta e faz florescer a Palavra» (Oração pela Ágora dos Jovens Italianos em Loreto, 1-2 de setembro de 2007), confio toda a obra de evangelização que a Igreja realiza através dos meios de comunicação social.

Vaticano, 24 de janeiro – dia de São Francisco de Sales – de 2012.


BENEDICTUS PP XVI
(Tradução portuguesa oferecida pela Santa Sé)

Testemunho do sacerdote católico do navio Costa Concordia:” Proteger o Santíssimo e as pessoas”.

Um dos testemunhos mais interessantes – e pouco replicados pela grande mídia – sobre o afundamento do Cruzeiro Costa Concordia no mar Tirreno, na costa oeste da Itália, na sexta-feira passada,13, foi feito pelo capelão católico da embarcação, Padre Rafaeli Malena, sacerdote de 70 anos.

Padre Mallena falou sobre seu drama pessoal com o diretor do Apostolado do Mar da Conferência Episcopal Italiana, Padre Giacomo Martino. O capelão expressou que teve duas preocupações principais quando percebeu que a situação se agravava: proteger o Santíssimo Sacramento e cuidar dos objetos de valor que lhe haviam sido confiados por alguns membros da equipe de bordo. Como não poderia deixar de ser o sacerdote também ajudou os passageiros.

Quando ele escutou uma explosão, a primeira, durante a ceia, “senti de imediato que algo anda mal, muito mal”, relatou a Padre Giácomo. O religioso septuagenário quis primeiro invocar a proteção de Deus e foi à capela rezar. Cerca de 40 minutos depois, quando o aviso de “abandonar o navio” foi dado, o ele consumiu todas as Sagradas formas eucarísticas e pôs em lugar seguro os objetos de valor do pessoal de bordo. Padre Rafaeli também se propôs a ajudar na evacuação de alguns dos 4.200 passageiros, mas membros da tripulação o convenceram a entrar num dos botes salva-vidas.

Emitindo sua opinião sobre os relatos que ouviu do acidente, Padre Giácomo destacou os deveres cumpridos pelos tripulantes durante o afundamento. “Houve um capital de bordo, por exemplo, que salvou três ou quatro pessoas que não sabiam nadar”, disse. “E um diretor de hotel que permaneceu valentemente até o final da operação de salvação, e que quando ia entrar no último bote salva-vidas caiu de uma escada e quebrou a perna, permanecendo 36 horas boiando em água fria antes de ser resgatado”, continuou.

Neste sentido, como destaca o diretor do Apostolado do Mar da Conferência Episcopal Italiana, uma má reação de alguns indivíduos não é toda verdade. “A verdade é que quase todos se comportaram maravilhosamente. A maioria das pessoas se dedicou totalmente a salvar os demais”, salientou.

Fonte:blogcarmadelio

Que perfil um bispo deveria ter hoje?

A etimologia da palavra “bispo”, a sua jornada, os vícios que podem perturbar a sua missão, as relações com as más línguas, ou com o mundo midiático, ou com outras fés, ou com os não crentes: o cardeal Carlo Maria Martini reflete sobre tudo isso em seu novo livro, intitulado Il vescovo [O bispo] (Ed. Rosenberg & Sellier, 92 páginas).

Publicamos aqui um trecho da obra, divulgado no jornal Corriere della Sera, 22-01-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

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” Os evangelhos não falam longamente da incredulidade, porque naquela tempo ela não estava na moda. Hoje, nos definimos com prazer como ateus ou agnósticos, ou pessoas indiferentes ao problema de Deus. Não devemos nos iludir que, mesmo nas dioceses mais tradicionais, são numericamente poucos aqueles que pertencem a essas categorias, assim como aqueles que vivem de fato longe de qualquer atividade pastoral. Estes recebem informações sobre a Igreja sempre filtradas pelos jornais ou pela televisão, onde é trendy – isto é, na moda – falar com frieza ou arrogância de coisas religiosas.

O arcebispo Montini, que ocupou a cátedra de Santo Ambrósio por mais de oito anos e depois se tornou o Papa Paulo VI, constantemente se fazia a pergunta: “O que o homem moderno pensará ou entenderá do que eu digo?”Importava muito a impressão que o seu discurso e a sua ação podiam criar sobre os não crentes e os não praticantes.

O bispo deverá se lembrar que foi enviado a uma Igreja local, isto é, a uma Igreja existente em um lugar onde não nem todos hoje podem se considerar cristãos autênticos. Isso determinará sobretudo a sua linguagem, porque ela deverá ser entendida o máximo possível até por aqueles que não acreditam ou não praticam.

O bispo deverá aprenderá a distinguir entre as pessoas apáticas ou arrastadas pela deriva das modas e os interlocutores cuidadosos e atentos aos valores. Ele pode fazer muito por estes últimos. É importante que ele reflita muito sobre essa sua responsabilidade e pense nos instrumentos dos quais pode se servir para ir ao encontro dessas pessoas.

Pessoalmente, em Milão, eu instituí a Cátedra dos Não Crentes, com a qual eu entendia que também poderia pôr em cátedra os não crentes e aprender a escutá-los, mesmo que com uma escuta crítica. Uma das coisas as quais eu estava mais atento era que não se fizesse apenas uma lição acadêmica, mas que o relator soubesse escutar dentro de si as palavras que um rabino disse a alguém que o assediava com argumentos contra a existência de Deus: “Mas talvez seja verdade”.

É claro que a Cátedra dos Não Crentes pressupõe um ouvinte atento e qualificado, que exerça um juízo crítico sadio. O bispo julgará se se sente apto a propor um tal exercício um pouco “inquietante”. Também por isso eu pedia que as irmãs, assim como as pessoas chamadas “da paróquia”, não fossem.

Pouco a pouco, mudei um pouco a fórmula para aquela que consiste em colocar a não fé e a fé em contato com os grandes problemas do mundo. Normalmente, eu me reservava a conferência conclusiva, que consistia em expressar em voz alta os pensamentos e os sentimentos que as conferências anteriores tinham me suscitado. Repensando isso, parece-me que esses encontros me ajudaram muito a ampliar a mente e a saber ouvir, sem preconceitos, os argumentos de cada um. (…)

Entre as acusações mais frequentemente dirigidas contra a Igreja há aquela de ser rica .Na Itália, a Igreja possui muitas obras de arte, igrejas e palácios importantes, embora, todos os dias, ela custe a encontrar o dinheiro necessário para pagar os seus colaboradores leigos, por exemplo os sacristães. Vendendo algumas dessas obras, se poderia obter muito dinheiro. Mas nós somos considerados responsáveis por esse tesouro: portanto, não é lícito renunciar a eles.

Fonte:blogcarmadelio